A estratégia da JBS para atravessar a tormenta em que foi colocada após a explosiva delação premiada de seus controladores depende - e muito - dos Estados Unidos. Envolta em incertezas sobre a permanência dos irmãos Batista à frente da companhia e o valor das multas que terão de ser pagas, a empresa conta com o potencial de geração de caixa no mercado americano para resistir aos salovancos no curto prazo. No longo prazo, a migração para os EUA ganha mais força.
Mais do que isso: a decisão da família Batista de fechar a delação premiada foi amparada na intenção de garantir a sobrevivência do grupo no exterior, especialmente nos Estados Unidos. Mas, para assegurar a execução do plano, a empresa e seus controladores precisam se acertar com o Departamento de Justiça EUA (DoJ), o que está sendo negociado paralelamente aos acordos no Brasil.
Cerca de 70% das operações da JBS já estão no exterior. Nos EUA são mais de 56 fábricas de processamento de carne e quase metade das vendas globais. Em dezembro, o grupo aprovou a realização de uma oferta inicial de ações na Bolsa de Nova York, dentro de um amplo processo de reorganização para sacramentar a internacionalização do grupo. A empresa que abrirá o capital é a JBS Foods International, com sede na Holanda e que deterá todos os negócios internacionais da JBS e a Seara, uma de suas unidades de negócio.