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Encontro vê avanço para Indicação Geográfica do café da região de Garça


Na quinta e sexta-feira, 18 e 19 de outubro, foi desenvolvida na AABB (Associação Atlética Banco do Brasil) a sétima edição do Encontro dos Cafeicultores da Região de Garça. O evento, promovido pela GSCA (Garça Specialty Coffee Association) e entidades parceiras buscou congregar produtores, especialistas, pesquisadores e demais membros da cadeia produtiva do grão, trazendo diversas informações sobre temas recorrentes, com a participação de importantes nomes do segmento cafeeiro nacional.

A abertura oficial do evento se deu com a apresentação de Rubens Cruz Paude, superintendente regional da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada). Na sequência, a gerente da Sicoob Credicitrus de Garça, Thaís Prado Ferrari, apresentou aos presentes os trabalhos desenvolvidos por essa cooperativa de crédito. Acompanhada do gerente regional interino da Credicitrus, Josué Lopes Gutiérrez, Thais destacou as vantagens que a cooperativa oferece no segmento de crédito agropecuário, como apoio a atividades de custeio, investimentos e comercialização, além de taxas extremamente competitivas.

A programação de palestras do Encontro foi ampla e teve nomes como Roberto Tomaziello, do Instituto Agronômico de Campinas, que falou sobre recomendações para adubação e calagem do café e José Luiz da Silva, da FMC Agricultura Solutions, que destacou o manejo de pragas na cultura do cafeeiro. Também esteve em Garça Milton Verdade, que fez a palestra "Gestão de Propriedade Agrícola" e Carlos Eduardo Lucas e Augusto de Souza Nardo, da empresa John Deere e Grupo Itaeté, que falaram sobre agricultura de precisão.

Esteve integrando a programação do evento Adriana Martins, da unidade de Marília da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), que falou sobre a avaliação de variedades de café na região e Gerson Giomo, do Instituto Agronômico de Campinas, que analisou a questão da pós-colheita do café. Jordi Pou, do Coffee Center, de Girona, na Espanha, fez uma explanação sobre o café da região de Garça e Paulo Henrique Leme, da Universidade Federal de Lavras, trouxe informações sobre a questão da IG (Identidade Geográfica) para o café da região de Garça.

Aliás, a Indicação Geográfica foi um tema recorrente ao longo do Encontro. Francisco José Mitidieri, engenheiro agrônomo do Ministério da Agricultura e auditor fiscal federal, especialista em IG, esteve presente e esclareceu muitas dúvidas sobre o tema. Ele sustentou que a Indicação é reconhecida por lei e é voltada para produtos de regiões e que tenham a tipicidade, que sejam característicos, únicos, pelo saber fazer das pessoas que ali vivem, seja pelo histórico dessas pessoas e da região. Diante desse quadro, se tem um patrimônio daquelas pessoas, da coletividade, do grupo. Isso se traduz no produto fabricado e reconhecido pelo Estado, por meio de uma Indicação Geográfica que faz com que esse patrimônio seja protegido por lei, evitando, assim, fraudes.

O especialista sustentou que o selo de IG protege os produtos e valoriza o saber fazer naturalmente, com a consequente agregação de valor. Essa agregação, na visão de Mitidieri, traz até mesmo mudanças estruturais, como a volta das novas gerações para "tocar" os negócios familiares, como é o caso dos filhos que retornam às fazendas de café com a visão diferenciada, profissional e com foco em questões como a origem do produto, o destaque ao marketing, a busca por novos mercados, entre outros.

"A Identificação Geográfica tem muita relação com o associativismo. Quem solicita o registro junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, que é quem reconhece, é uma coletividade, uma associação, um grupo de produtores. Quanto mais forte for essa associação, mais protegida e mais reconhecida será essa Identificação Geográfica no mercado", sustentou o auditor fiscal.

O segmento café conta com algumas IGs no Brasil, como a do Cerrado Mineiro, da Alta Mogiana e da Serra da Mantiqueira, sendo que outros setores também possuem essa identificação, como a goiaba de Carlópolis, como os vinhos da Serra Gaúcha ou os queijos da Serra da Canastra. "São inúmeros produtos típicos, característicos, que só são encontrados naquele local e que hoje são reconhecidos por sua Indicação Geográfica, tratado, trabalhado e repassado ao consumidor final. Nada mais gostoso para um morador de um centro urbano que tomar um café sabendo exatamente que ele veio de uma determinada região, que ele foi tratado de uma maneira que os avós também trabalhavam assim", indicou.

 Mitidieri explicou que a Indicação Geográfica é o reconhecimento de um ativo histórico, de pessoas e do saber fazer. Com ela, outros fatores podem aparecer, como as certificações ambientais, trabalhistas e sociais. "É a questão de ganha-ganha, todos ganham com isso e o Ministério da Agricultura faz todo fomento, aporte, estruturação dessas cadeias para que tenham a Indicação Geográfica e depois a operacionalização dessas cadeias", disse.

O Brasil vai dando os primeiros passos no segmento de Indicações Geográficas, com 54 desses procedimentos aprovados até o momento. A Europa, por sua vez, lidera esses processos, que já vêm de muitos anos e que têm um apoio da população, que reconhece os produtos de suas regiões e as histórias por trás deles. O velho continente tem hoje cerca de 4 mil Indicações Geográficas reconhecidas, sendo que apenas os queijos franceses possuem em torno de 300 indicações. No Brasil, a primeira IG foi verificada para os vinhos do Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul, no ano de 2002.

O representante do Ministério explicou que a fiscalização da IG na Europa é do Estado, que homologa alguns técnicos ou grupos de técnicos para efetuar esse procedimento. Já no Brasil, o processo é de autogestão, com a fiscalização sendo efetuada pelos próprios produtores e associações que solicitam as indicações.

O agrônomo e especialista em administração da Universidade Federal de Lavras, Paulo Henrique Leme, fez uma palestra sobre Indicação Geográfica no Encontro. Ele sustentou a importância desse procedimento para a tradição da região, para o reconhecimento das pessoas e para a busca, como no caso de Garça, de um café de qualidade. 

"Esse é o primeiro ponto. Valorizar a marca da região. Mais que o café, valorizar as pessoas que trabalham, todos que estão envolvidos, a coletividade. Todo mundo da cidade tem de comprar a ideia de promover uma marca que é da região", indicou.

Já o prefeito de Garça, João Carlos dos Santos (DEM), apontou que a Indicação Geográfica vai além da reconhecer o potencial da cafeicultura, já que se trata de algo que envolve desenvolvimento econômico, que agrega valor, abre novos mercados e cria novas oportunidades. "Temos mais de 11 mil hectares de café em Garça e na região chegamos a 30 mil hectares de café. Precisamos trazer desenvolvimento econômico, agregar valor e a Indicação Geográfica vem com isso, contar nossa historia e fazer com que nosso produto tenha qualidade, tenha vínculos familiares e, principalmente, possa fazer com que a cafeicultura brasileira possa ser reconhecida por meio do café de Garça", complementou.


Concurso de Qualidade de Café divulga produtores vencedores


O Encontro de Cafeicultores da Região de Garça foi também o momento de encerramento do Concurso de Qualidade de Café de Garça, evento que mobilizou os produtores locais que apresentaram suas amostras e que foram analisadas pela Ufla (Universidade Federal de Lavras). Esse concurso, que teve como parceiro o Sebrae, foi desenvolvido pela GSCA, cuja área de abrangência são as cidades de Álvaro de Carvalho, Alvinlândia, Fernão, Gália, Garça, Lupércio, Marília, Ocauçu e Vera Cruz. 

Segundo o agrônomo e especialista em administração da Universidade Federal de Lavras, Paulo Henrique Leme, os cafés apresentados no concurso surpreenderam e se verificou que a região tem um potencial alto para produzir cafés especiais. Leme avaliou que cafés com pontuação entre 89 ou 90 (da escala da Specialty Coffee Association of America, que vai de zero a 100) são possíveis de serem feitos na região, havendo a necessidade apenas de se ter mais cuidados no pós-colheita. 

"O café está perfeito na planta, o que a gente faz é tentar estragar o mínimo possível depois que o retira da planta. O potencial existe, a acidez é surpreendente, o aroma muito agradável", indicou. 

O Concurso, ao final, teve, na categoria natural, como vencedor o produtor José Carlos de Moraes Filho, com 82,37 pontos. O segundo lugar ficou com Sônia Miranda Serra, com 82 pontos e o terceiro com Izaura Finotto, com 80,25 pontos. Na categoria cereja descascado, o primeiro lugar foi de Cassiano Tercioti Tosta, com 83,75 pontos, com o segundo e terceiro lugar cabendo a Agropecuária Barbosa Serra (82,63 pontos) e Paulo Alberto de Andrade Gelaz (80 pontos), respectivamente.


Fonte: Jornal Debate

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Contrato Cotação Variação
Maio 188,85 - 1,80
Julho 188,05 - 1,85
Setembro 187,60 - 1,85
Contrato Cotação Variação
Maio 3.483 - 76
Junho 3.400 - 67
Setembro 3.313 - 62
Contrato Cotação Variação
Maio 232,55 - 2,40
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Dólar 5,0150 + 0,74
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  • Varginha
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1090,00
    Safra 22/23 20% R$ 1080,00
    Peneira 15/16 R$ 1120,00
    Duro/riado/rio R$ 970,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1150,00
    Safra 22/23 15% R$ 1090,00
    Safra 22/23 25% R$ 1070,00
    Moka R$ 1110,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1110,00
    Safra 22/23 15% R$ 1090,00
    Safra 22/23 25% R$ 1080,00
    Duro/Riado 15% R$ 1020,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1090,00
    Safra 22/23 25% R$ 1070,00
    Peneira 17/18 R$ 1150,00
    Variação R$ 1100,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 22/23 20% R$ 1080,00
    Safra 22/23 30% R$ 1060,00
    Duro/Riado 30% R$ 1000,00
    Escolha kg/apro R$ 12,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1090,00
    Safra 22/23 20% R$ 1080,00
    Duro/riado 25% R$ 1010,00
    Rio com 20% R$ 910,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Agnocafé 22/23 R$ 1090,00
    Cepea Arábica R$ 1029,67
    Cepea Conilon R$ 952,42
    Fator R/A R$ 1,85
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 960,00
    Conilon T. 7 R$ 954,00
    Conilon T. 7/8 R$ 946,00