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Café mantém clima negativo e abre semana com registro de novas baixas


Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com quedas. Elas chegaram a permitir o rompimento do nível psicológico de 130,00 centavos para a posição julho, mas o tônus baixista perdeu um pouco de sua intensidade na metade final do pregão, quando as perdas desaceleraram. Novamente, os players estiveram atentos ao desenrolar da crise política vivida pelo Brasil e as implicações que ela poderá trazer para o contexto econômico. Adicionalmente, ao longo desta sessão os players também buscaram levantar informações sobre as chuvas consideráveis que caíram sobre o cinturão cafeeiro nos últimos dias. Em algumas regiões, os níveis de precipitação passaram dos 200 milímetros, complicando as condições para o processo de colheita. O mercado físico brasileiro teve um dia travado, com os participantes mantendo a posição reticente, no aguardo de novidades. A ideia de preços para bons cafés no sul de Minas ficou em 470 reais.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição julho teve baixa de 150 pontos, com 130,60 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 133,00 centavos e a mínima de 129,55 centavos, com o setembro registrando oscilação negativa de 155 pontos, com 132,95 centavos, com a máxima de 135,35 centavos e a mínima de 132,00 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, para grãos robusta, o julho teve baixa de 52 dólares, com 1.925 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 54 dólares, com 1.944 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado pela retomada das vendas especulativas, num cenário em que o Brasil continua sendo o centro das atenções. Novamente, o dólar registrou altas em relação ao real local e isso reflete no aumento das ofertas de players desse país, que buscam fazer lucro vendendo em dólar e tendo ganhos na moeda interna. O mercado acompanha a grave crise política que atingiu o Brasil, afetando figuras centrais do atual governo neoliberal que atua há cerca de um ano no país. Diante de um quadro político depauperado, a economia brasileira poderá sofrer novos problemas e tal cenário é acompanhado de forma efetiva pelo mercado cafeeiro. A abertura do dia na casa de comercialização norte-americana se deu com estabilidade e algumas ações compradoras chegaram a ser esboçadas. A máxima foi a 133,00 centavos, mas, com a pressão cambial brasileira, a tendência se reverteu. As baixas foram sendo verificadas e a mínima tocou no patamar de 129,55 centavos. Elas desaceleraram um pouco na parte final do dia, mas sem o potencial para conter um novo pregão de perdas. No segmento externo, dia de altas para as bolsas de valores nos Estados Unidos, com as commodities softs tendo valorização para açúcar, estabilidade para o cacau e perdas para café, algodão e suco de laranja.

"Verificamos uma preocupação com o que ocorre no Brasil, já que isso afeta o dólar e, consequentemente, temos reflexo no terminal. Neste momento, ainda temos a preservação do suporte de 128,65 centavos. Caso ele seja rompido, isso poderia abrir perspectiva para que perdas mais efetivas possam ser registradas. Por outro lado, não observamos fôlego mais efetivo por parte dos compradores, com o primeiro contrato não conseguindo nem sequer se recompor próximo dos 135,00 cents", disse um trader.

"A desvalorização da moeda brasileira só não foi maior durante a semana graças à intervenção do Banco Central Brasileiro, que provavelmente continuará atuando para tentar conter a volatilidade acentuada do Real, que pode piorar bastante tanto com a manutenção de um presidente que eventualmente não tenha poder de aglutinar sua base para votar reformas, quanto no momento em que possa vir renunciar/sair da cadeira – até que surja um nome que devolva uma confiança à nossa tão castigada economia e situação política. É impossível para o café ter forças de fazer um movimento acentuado de alta dentro deste cenário, ainda que tecnicamente na sexta-feira a performance tenha sido positiva. O grau de incerteza que vai rondar o Brasil pode servir de alento para uma eventual compensação de perdas do contrato 'C', via o enfraquecimento do real, permitindo que o produtor consiga receber o mesmo tanto de reais por saca", indicou Rodrigo Correa da Costa, da Archer Consulting.

O adido agrícola dos Estados Unidos estimou a produção de café do Brasil em 2017/2018 em 52,1 milhões de sacas, queda de 4 milhões de sacas ante a safra anterior, devido ao ano de baixa no ciclo bienal dos pés na maioria das regiões produtores de arábica. A produção de café arábica foi estimada em 40,5 milhões de sacas, queda de 11 por cento ante a temporada anterior. O adido disse que "floradas adequadas e condições climáticas favoráveis na maior parte das regiões produtoras provavelmente vão contribuir para boas produtividades", ainda que o ano seja de baixa no ciclo. A safra de robusta (conillon) foi estimada em 11,6 milhões de sacas, alta de 1,1 milhão de sacas ante 2016/17, com uma recuperação das safras do Espírito Santo, Rondônia e Bahia.

Segundo informações de Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), nos mês de maio, até dia 19, foram embarcadas 1.173.305 sacas de café, queda de 3,22% em relação às 1.212.351 sacas embarcadas ao mês abril. Deste total, 1.099.505 sacas foram de arábica, 867 sacas de conilon e 72.933 sacas solúvel.

Os estoques certificados de café na ICE Futures US tiveram queda de 1.170 sacas, indo para 1.447.885 sacas.

Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem resistência em 133,00, 133,40, 135,35, 135,50, 135,65, 136,00, 136,50, 137,00, 137,35, 137,50-137,55, 137,75, 138,00, 138,50, 139,00, 139,50 e 140,00 centavos de dólar, com o suporte em 129,55-129,50, 129,00, 128,95-128,90, 128,00, 127,50, 127,00, 126,50, 126,00, 125,50, 125,10-125,00, 124,50, 124,00 e 123,50 centavos.

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Contrato Cotação Variação
Julho 200,75 - 5,35
Setembro 199,10 - 5,25
Dezembro 197,40 - 5,10
Contrato Cotação Variação
Julho 3.541 - 139
Setembro 3.470 - 147
Novembro 3.385 - 151
Contrato Cotação Variação
Julho 250,10 - 7,10
Setembro 240,50 - 7,80
Dezembro 236,60 - 8,55
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,0700 - 0,85
Euro 5,4570 - 0,52
Ptax 5,0668 - 0,94
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1090,00
    Peneira 15/16 R$ 1250,00
    Moka R$ 1250,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado/rio R$ 1100,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1240,00
    Safra 22/23 15% R$ 1240,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/Riado 15% R$ 1140,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Variação R$ 1230,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 15,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
    Safra 22/23 30% R$ 1190,00
    Duro/Riado 30% R$ 1130,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado 25% R$ 1130,00
    Rio com 20% R$ 1070,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1247,84
    Cepea Conilon R$ 1134,67
    Conilon/Vietnã R$ 1451,00
    Agnocafé 22/23 R$ 1220,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1070,00
    Conilon T. 7 R$ 1062,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1055,00