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Declarações desastradas: tudo o que o café não precisa nos tempos atuais


Opinião de Agnocafé

O novo governo do Brasil experimenta, em pouco menos de três meses, uma sucessão de confusões geradas pelo discurso do presidente, de seu primeiro escalão ou de sua base de apoio. Já são diversas ocorrências em que a opinião pública entra em polvorosa ante as atitudes e declarações dos novos dirigentes, sendo que, na maior parte dos casos, é necessário pedir a intervenção do vice-presidente para aparecer com um extintor para tentar amenizar a confusão.

Na terça-feira, 19 de março, em pleno Estados Unidos, Jair Bolsonaro indicou a uma emissora de televisão daquele país que é favorável à construção de um muro na fronteira norte-americana com o México, ressaltando que "a maioria dos imigrantes não tem boas intenções”. Evidentemente que tal declaração caiu como uma bomba nos meios de comunicação e o presidente teve de se retratar horas depois, sustentando que havia sido um "ato falho" ou coisa equivalente. Esse é apenas um exemplo de como o discurso vem fazendo com que um governo consiga, em tão pouco tempo, se tornar uma colcha de retalhos.

E o efeito "alto-falante" não se restringe ao presidente. Um dia depois da questão dos imigrantes, um componente do primeiro escalão governamental também deu sua contribuição para a coleção de pérolas do Planalto. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, deu entrevista à agência Reuters e indicou que, com os atuais níveis de preço, o Brasil tem capacidade de produzir café. Ou seja, a ministra conseguiu ir em direção diametralmente contrária à do setor produtor, que ressalta que os atuais deprimidos níveis de cotação são inviáveis e que muitos cafeicultores estão recebendo menos que os custos de produção.

Se a ministra realmente acredita que é possível produzir uma saca a menos de R$ 400 em ainda assim lucrar, a opinião é dela. No entanto, quando alguém sentado em uma cadeira tão importante — e estratégica — dá uma declaração desse jaez está colocando em xeque todo o trabalho de representatividade de um setor que aporta bilhões de reais por ano ao país. O mercado, com sua famigerada fome, pode usar as declarações apalermadas vindas do Ministério da Agricultura brasileiro para ampliar sua atuação vendedora. Afinal, ele pode ter uma leitura efetiva de que o Brasil continuará desovando milhões e milhões de sacas de café para atender a demanda mundial, até mesmo a preços risíveis como os atuais, e isso não se tornará problema para o maior produtor mundial, afinal ele tem "capacidade para isso", conforme indicado pela dirigente máxima da agricultura.

Em tempos em que a representatividade mundial do café busca alternativas para que os preços do grão possam ter uma melhora, como a união regional ou até mesmo a desvinculação em relação à bolsa de Nova Iorque, a nova declaração bomba vinda do governo brasileiro só contribui para aumentar ainda mais pressão sobre um setor chave, que traz tantos dividendos ao país e que poderia ser tratado com maior atenção, principalmente em tempos em que as cotações, ao contrário do que muitos acreditam, evidentemente não são compensadoras e muito menos lucrativas.

Diante da declaração tão fora de lugar da ministra e das possíveis consequências que poderão surgir a partir dela, o questionamento que se faz é: qual será o posicionamento dos legítimos representantes do setor produtivo nacional, como o Conselho Nacional do Café e a Confederação Nacional da Agricultura? Não contrapor rapidamente tal assertiva vai certamente apenas ampliar o mal-estar que as palavras apresentadas já causam.

Comentarios

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Data: 21/03/2019 06:41 Nome do Usuário: Adevalcir Tavares
Comentário: Com essa declaraçao nos prejudica mais ainda.JA ESTAMOSPAGANDO PARA PRODUZIR Produzimos cafe em regioes montahosa onde o custo e maior ainda esperamos que a bancada ruralista in terfira
Data: 20/03/2019 19:03 Nome do Usuário: m
Comentário: Ela ta ocupando o cargo errado que e sentar em uma cadeira e da uma afirmação que torna ainda mais desfavorável não só aos produtores como também ao país resumindo não serve para ocupar o cargo .
Contrato Cotação Variação
Julho 228,20 + 2,30
Setembro 226,45 + 2,20
Dezembro 224,80 + 2,20
Contrato Cotação Variação
Julho 4.276 + 10
Setembro 4.192 + 11
Novembro 4.065 + 10
Contrato Cotação Variação
Julho 283,35 0
Setembro 273,05 0
Dezembro 269,30 0
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,1480 0
Euro 5,5050 0
Ptax 5,1592 0
  • Varginha
    Descrição Valor
    Moka R$ 1370,00
    Safra 22/23 20% R$ 1330,00
    Peneira 15/16 R$ 1380,00
    Duro/riado/rio R$ 1240,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1240,00
    Peneira 17/18 R$ 1400,00
    Safra 22/23 15% R$ 1340,00
    Safra 22/23 25% R$ 1320,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Safra 22/23 25% R$ 1320,00
    Cereja 20% R$ 1360,00
    Safra 22/23 15% R$ 1340,00
    Duro/Riado 15% R$ 1260,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1340,00
    Safra 22/23 25% R$ 1320,00
    Peneira 17/18 R$ 1400,00
    Variação R$ 1350,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 22/23 20% R$ 1330,00
    Safra 22/23 30% R$ 1310,00
    Duro/Riado 30% R$ 1270,00
    Escolha kg/apro R$ 16,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1340,00
    Safra 22/23 25% R$ 1320,00
    Duro/riado 25% R$ 1260,00
    Rio com 20% R$ 1180,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Agnocafé 22/23 R$ 1340,00
    Cepea Arábica R$ 1273,77
    Cepea Conilon R$ 1169,66
    Conilon/Vietnã R$ 1630,88
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1180,00
    Conilon T. 7 R$ 1170,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1162,00