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Safra "supressa" do Brasil de 48 milhões de sacas começa a refletir no mercado


Por José Roberto Marques da Costa

Depois de 60 dias em que a Agnocafé começou alertar sobre a queda acentuada na safra, a bolsa de Nova Iorque começa a refletir a nova realidade da produção mundial de café da temporada 2019/2020, principalmente no que se refere à quebra de produção do Brasil de cerca de 25% ante a safra 2018/2019, de 63 a 65 milhões. Pelas últimas informações a safra deste ano, além de ter problemas de qualidade, deverá ficar em 48 milhões de sacas.

No dia 6 de maio, Agnocafé informou que o grande assunto  entre os engenheiros agrônomos que trabalham no setor  é baixa renda do café  nas  primeiras  amostras em todas as regiões de café do Brasil. Segundo pesquisa feita pela Agnocafé a renda desta safra vai surpreender a todos. A renda média de cafés do Oeste Paulista, Mogiana, Sul de Minas e Cerrado  está em 17%, 15% abaixo da renda média de 20% em anos normais.

" Além dos preços, o produtor de café vai ter uma surpresa desagradável na hora que perceber a queda de rendimento do seu café e baixa porcentagem de peneiras altas. Tudo indica que o mercado ainda não está levando em conta este fator, que a Agnocafé está antecipando em primeira mão ", disse José Roberto Marques da Costa.  

No dia 26 de maio, Agnocafé informou, lendo as informações dos números de safra divulgadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), de 59,3 milhões de sacas, e pelo Rabobank, de 57,6 milhões de sacas a serem colhidas pelo Brasil, o produtor que vive o dia-dia na lavoura deve ficar indignado. Isso devido ao fato de esses números estarem totalmente fora da atual realidade.

O mercado vai ter uma grande surpresa quando perceberem que a safra — que Agnocafé chama de "surpresa" — que deve ficar em torno de 50 milhões de sacas ou mais próximo aos números divulgado pela Conab, de 50,9 milhões de sacas. A cada dia que passa está sendo comprovada a queda de rendimento dos cafezais, principalmente nos café arábicas depois do beneficiamento.

"Levando em conta que o USDA e Rabobank ainda não sabem do baixo rendimento dos cafés arábicas — que vai ficar na média em 17%, que representa queda de 15% depois de beneficiados —, a safra da USDA cai para 50,45 milhões de sacas e a do Rabobank para 48,96 milhões de sacas e esse é o número real que o mercado deve começar a perceber nos próximos meses", disse José Roberto Marques da Costa, da Agnocafé.

Analisando o relatório da USDA espera-se que os estoques finais em 2019/2020 registrem um decréscimo de quase um milhão de sacas, a 2,88 milhões de sacas em cima de uma safra de 59,3 milhões de sacas. O Rabobank previu um superávit global de café de 5,4 milhões de sacas em 2018/2019, mas um superávit de 1,8 milhão de sacas para 2019/2020, tendo como base a safra de 57,6 milhões de sacas. 

Os superávits de USDA e Rabobank não incluem a notícia divulgada hoje de que a estimativa não oficial mostra que até 10% das fazendas de café no Planalto Central do Vietnã foram convertidas em fazendas de abacate e durian (fruta de forte odor) no último ano. Caso for confirmada essa informação, a produção do Vietnã, que está estimada em 30 milhões de sacas, pode cair para cerca de 27 milhões de sacas.

No dia 27 de maio, a Agnocafé informou, a colheita de café bem adiantada na região de Garça e Marília em torno de 30% e algumas regiões podendo chegar a 40%, a grande surpresa, além do rendimento bem abaixo do esperado, o alta custo da apanha, está na grande porcentagem de escolha.

Em anos normais a porcentagem da " escolha ", fica em 3% e podendo chegar a 5% do café beneficiado, mas a média deste ano está em 10%, tendo algumas lavouras chegado a 12%. " Este ano será um ano para o produtor de café esquecer ", disse um cafeicultor de Garça." Além dos preços baixos, da péssima safra, custos altos e agora alta porcentagem de escolha. Na safra passado a porcentagem ficou entre 3% e 4%, neste ano mais que o dobro, chegando a 10% " acrescentou ele. 

No dia 31 de mao, Agnocafé informou que Sr. Antônio Francischini Batista é considerado hoje o maior cafeicultor do país. Aos 83 anos, conta com 75 propriedades, sendo a maior parte delas no Cerrado Mineiro e outras em regiões como Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia. No ano passado, colheu cerca de 460 mil sacas. Neste ano, ante a bianualidade, a projeção era uma colheita de 330 mil sacas, mas esse pensamento já está sendo revertido.

Tal qual Agnocafé vem ressaltando nos últimos 15 dias, a "safra surpresa' vai ganhando força a cada dia. O que se verifica nas mesas de comercialização são cafés de renda baixa (muito inferiores a anos anteriores), além de um número muito grande de escolhas.

O experiente cafeicultor também está sentindo isso na pele. Na última quarta-feira, ele conversou com um representante da Pleno Corretora de Café e destacou que o cenário verificado é dos mais desanimadores.

"Eu nunca vi um ano igual a esse. Faz 60 anos que eu trabalho com café, vamos ver quando chegar ao final. Para mim, a safra quebrou 50%. A lavoura que dava 60 sacas por hectare deu 18 na árvore e deve ter uns 30%, 40%, 50% no chão. Peneira 15 abaixo, peneira 18 é mínima, 14%, 15, 18%. Quem calculava 600 sacas beneficiadas deu 400. Tem uma propriedade que terminou a colheita, da minha filha, que eu calculava 200 sacas e deu 70 sacas.", disse o cafeicultor.

Ele ressaltou que a qualidade dos grãos observada é muito ruim, com muitos miúdos, chochos e que o grão que está no chão tem uma bebida que não vai ser igual a da safra anterior. "A gente vai ter muita saudade da safra do ano passado.", sustentou.

As avaliações efetuadas em várias regiões, como já destacado há semanas por Agnocafé, apontam para grãos consideravelmente menores e por um percentual de escolha que é muito superior ao de anos passados. O produtor Antônio Francischini Batista, com sua larga experiência e com as diversas propriedades, também corrobora essa verificação.

"A maior parte 16 abaixo, café miúdo, muito feio. Não sei o que vai acontecer. Eu acho que neste ano o café ficou na dormência e quando acordou já tinha passado. Faz só 90 dias que começou a vegetar. E a chuva foi demais também. Tudo que é demais atrapalha. Isso a gente está vendo de 15 dias para cá. Antes estava tudo bem, sorrindo. Hoje acho que a safra quebrou 40%. Eu calculo 40%. Muito café no chão, calculo 50% de café no chão", complementou.

Fonte: Agnocafé

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