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Montanhas cearenses: clima suíço, café colhido no pé e volta ao passado


Sítio São Luís, em Pacoti, no Ceará - Reprodução/Instagram

Sítio São Luís, em Pacoti, no Ceará

Um convite para passar uns dias no Ceará é o e-mail que todo repórter de viagem deseja receber. Mas um aviso no roteiro intrigou a equipe: leve um casaco para conhecer as montanhas cearenses. O estado nordestino é famoso mundialmente por suas praias paradisíacas com dunas e sol escaldante o ano todo. Pensar em seus lugares famosos como Fortaleza e Jericoacora já traz a sensação de estar respirando aquela brisa úmida, típica das regiões quentes.
Afinal, por que usaríamos blusa de frio? O meme da Nazaré perdida tomou conta da expressão dos viajantes, já que estávamos no meio do verão brasileiro. Mesmo assim, ninguém ousou não levar um moletom que seja.
 
Friozinho no Nordeste
Você sabia que o Ceará tem montanhas com temperaturas de inverno e um dos cafés mais famosos do mundo? Nós também fomos pegos de surpresa com a versão cearense de locais famosos como a Suíça.
Com a temperatura média de 21°C durante o dia — chegando a 16°C à noite —, a região do Maciço de Baturité te apresenta uma nova viagem dentro do Ceará, para os entusiastas de clima mais ameno. Cerca de 110 quilômetros separa a cidade da quente Fortaleza, e a paisagem de dunas com areias finas dá lugar a uma estradinha (rodovia CE-065) com curvas sinuosas no meio das montanhas com muito verde. A região é preservada e faz parte da mais extensa Área de Proteção Ambiental (APA) do Ceará, com 32,6 mil hectares.
Café no Ceará
É dessa mesma floresta que a tradição do café de montanha vem sendo recuperada ano após ano. As primeiras mudas de café chegaram no Ceará por volta de 1747, trazido por José de Xerez Furna Uchôa, que conseguiu duas mudas no Jardim das Plantas de Paris. Os pezinhos foram plantados no Sítio Santa Úrsula na Serra da Meruoca, mais ao norte do Estado.
Na região do Maciço, foi o fazendeiro Manoel Felipe Castelo Branco quem começou a produção para venda por volta de 1824. O clima ameno e a altitude, com algumas cidades entre 800 e 1.100 metros acima do mar, fez com que o café se adaptasse, virando um dos principais produtos da região por anos.
Um dos mais famosos produtores de café atualmente, seu Francisco Uchôa é membro da terceira geração da família que comanda o Sítio Águas Finas, em Guaramiranga, a 850 metros de altitude. A fazenda foi uma importante produtora de café até o final do século 19. Usando bonezinho e microfone ligado em um alto-falante amarrado na cintura, seu Francisco relembra com empolgação a história de seus antepassados e o poder do café na região.
"O ápice da produção foi entre 1850 e 1890, quando tudo era exportado diretamente para a Europa. O Ceará tinha cerca de 2% do total da produção de café no Brasil, mas a devastação das florestas para o cultivo levou à deterioração do solo, fazendo com que o produto perdesse força."
Desde 2015, seu Francisco e outros produtores recebem visitantes que procuram a Rota do Café Verde, roteiro criado pelo Sebrae-CE, envolvendo quatro das 13 cidades localizadas nas montanhas: Guaramiranga, Mulungu, Pacoti e Baturité. Com várias atividades voltadas aos amantes do grão, os visitantes vivem uma imersão dentro de fazendas históricas e museus.
No Sítio Águas Finas, em Guaramiranga, seu Francisco criou uma trilha por 21 hectares de plantação (mais ou menos 7 mil pés), que são cultivados na sombra das árvores, no meio da floresta - daí vem o nome "café de sombra".
"Café de sombra"
Sempre com sorriso no rosto, ele puxa o tour pelas montanhas com bastante disposição explicando cada passo, desde a colheita dos grãos maduros, até a secagem em solo suspenso para evitar a umidade, e o descanso por oito dias antes de ser torrado e servido. Se prepare para subidas e descidas e uma leve canseira.
O passeio pela pequena produção da família tem duração de 90 minutos e, ao final, a família Uchoa prepara um lanche da tarde com o gosto intenso e saboroso do café sombreado. Ali você também pode levar um pouquinho da produção para casa. As trilhas acontecem diariamente às 10h, 11h30, 13h30 e 15h30.
Passeio pela história
Na pequena Pacoti, vizinha a cerca de 17 quilômetros de Guaramiranga, a família Góes abre as portas do Sítio São Luís com a proposta de te levar para o século passado em suas lembranças muito bem preservadas.
A propriedade era uma das principais exportadoras do grão, tão importante que um de seus donos, o Barão Manoel José d'Oliveira Figueiredo, criou sua própria moeda, em 1895, para comercializar o produto.
Claudia recebe os visitantes como se fossem da família e dá uma aula de história viva com as lembranças guardadas ali. O casarão é mantido como se fosse um pequeno museu com fotos, livros e documentos.
Ao final do passeio, com o cair da tarde, os visitantes são convidados a experimentar o café orgânico com bolo feito de grãos, pão caseiro e geleias artesanais. O cheirinho de geleia de banana com laranja sendo preparada em um tacho de cobre toma conta da cozinha, equipada com fogão à lenha e outros detalhes de vários séculos. É impossível resistir aos quitutes preparados por eles.
O engenho da casa já começou a ser revitalizado, a ideia de Claudia é deixar de morar no casarão e mantê-lo só para os visitantes. O local está aberto a visitas aos sábados e domingos, das 10h às 17h. O ingresso para conhecer o casarão custa R$ 20, e o café da tarde sai por mais R$ 15.
O passeio pela Rota Verde do Café ainda se estende pelo Sítio São Roque, em Mulungu, e pela Fazenda Floresta, em Guaramiranga, com parada no Museu Ferroviário de Baturité e o Mosteiro dos Jesuítas, uma bela construção na zona rural do Baturité.
Em Mulungu, agende a visitação a Santa Demolição, uma galeria de arte sobre o café, e viva a experiência agroecológica no Vale da Biodiversidade. Termine o roteiro conhecendo o Nosso Sítio, em Pacoti, uma área de preservação com um belo lago.

Fonte: UOL

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    Safra 22/23 25% R$ 1340,00
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  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1165,00
    Conilon T. 7 R$ 1157,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1150,00