Nestlé reforça testes para reduzir o herbicida glifosato em grãos de café
A Nestlé está reforçando o controle sobre o café comprado pela empresa, depois que testes recentes mostraram que os grãos de alguns países continham níveis de glifosato próximos dos limites permitidos.
O glifosato é uma molécula de herbicida usado em larga escala, em praticamente todas as culturas, sendo atualmente a mais combatida por suspeita de causar problemas à saúde. Foi desenvolvido e registrado pela Monsanto, hoje da alemã Bayer.
A maior torrefadora de café do mundo informou aos fornecedores da Indonésia e do Brasil sobre os novos procedimentos, que entram em vigor a partir de 1º de outubro, de acordo com memorandos vistos pela Bloomberg. A empresa diz que as novas medidas “devem ser temporárias”, até que os países cafeicultores ajustem a aplicação do glifosato.
Muitos países baniram ou procuram proibir o uso de glifosato, usado no herbicida Roundup. A Bayer, que gastou US$ 63 bilhões na compra da Monsanto, que fabrica o produto, agora enfrenta potenciais indenizações de bilhões de dólares sob a alegação de que o herbicida causa câncer.
“Monitoramos ativamente resíduos químicos, que incluem o glifosato, no café verde que compramos”, disse a Nestlé, com sede na Suíça, em comunicado.
“Esse programa de monitoramento mostrou que, em alguns lotes de café verde, os níveis de resíduos químicos estavam próximos dos limites definidos pelas regulamentações. Estamos reforçando nossos controles, trabalhando com fornecedores para garantir que nosso café verde continue atendendo às regulamentações em todo o mundo.”
As novas medidas têm potencial de complicar os fluxos globais do comércio de café. O requisito de teste adicional é principalmente para grãos enviados para torrefadoras na Europa, Austrália e Malásia, onde os limites legais para o glifosato são mais rígidos do que na maioria de outros países.