Desvalorização do real provoca queda de 1.085 pontos em apenas dois dias
Os preços do café fecharam em queda de 5,95% nesta quinta-feira sob pressão da desvalorização do real, que chegou a romper o valor de R$ 4,66 durante o dia, provocando forte liquidação de comprados no futuro do café pelo segundo dia consecutivo. Neste dois dias, a perda acumulativa chegou a 1.085 pontos, caindo de 122,20 cents na terça-feira a 111,35 cents hoje, devolvendo todos os ganhos dos primeiros dias do mês de março.
O volume de negócios chegou a 59.485 contratos, sendo que mais de 50% foram em maio ( 30.433 ) e maio variou de 110,90 cents a 117,80 cents.
Segundo operador , as ações do dia se mostraram técnicas, com as correções ainda a incisivas que as verificadas ao longo da quarta-feira. O referencial de 115,00 cents foi facilmente rompido, chegando ao a 110,90 cents, queda de 750 pontos, voltando ao nível de 28 de fevereiro.
Apesar das fortes correções dso últimos dois dias influenciada pela desvalorização do real, o produtor não deve ficar preocupado, os fundamentos continuam muito positivo principalmente pela falta de café de qualidade no Brasil, Colômbia e Honduras. A dificuldade com este tipo de produto está refletindo nos estoques de certificados da ICE Futures. Os estoques tiveram queda de 6.903 sacas indo para 2.112.741 sacas, só na semana caíram 25.578 sacas.
Segundo José Roberto Marques da Costa da Agnocafé, o site alertou a meses atrás que o Brasil não vai ter café de qualidade para cumprir seus compromissos no exterior e abastecer o mercado interno e tudo indica que acontecer "squeeze" nos meses de maio e junho.
Lúcio Dias, da Cooxupé, disse no começo da semana, o cenário atual é apertado entre oferta e demanda, além do mercado começar avaliar que a próxima safra do Brasil apesar do ciclo alto, não será recorde de produção. " Uma falta de café muito grande no mercado e o café mais barato do mundo hoje é em Nova York e tudo isso faz com o que o mercado suba ", disse ele.