Mendonça de Barros apresenta cenário macroeconômico ao CNC
O economista José Roberto Mendonça de Barros ministrou palestra (assista aqui) aos conselheiros diretores do Conselho Nacional do Café (CNC), ontem (10), abordando os impactos da pandemia da Covid-19 na economia brasileira neste ano, as perspectivas para 2021 e os reflexos nas cadeias produtivas e no financiamento de café e grãos (clique e confira a apresentação).
“Daqui a 10 anos, todas as projeções apontam que quem crescerá para atender ao aumento da demanda mundial por alimentos é o Brasil, devido a espaço territorial, fatores climáticos favoráveis e ao investimento em tecnologia e à consequente elevação de produtividade e produção”, salienta.
A respeito da Selic, que se encontra em seu menor nível histórico a 2%, Mendonça de Barros informa que as perspectivas da estrutura a termo dos juros de longo prazo indicam crescimentos constantes e que dificilmente se verá a taxa básica abaixo dos dois pontos percentuais atuais.
As projeções para os próximos 10 anos apontam a Selic em evolução constante e se situando próxima a 8% no começo de 2031. Considerando isso, a taxa atual do Funcafé, de até 5,25%, é excepcional”, analisa.
O economista anota, ainda, que é difícil pensar no dólar, no curto prazo, abaixo dos níveis atuais, com a divisa devendo flutuar entre R$ 5 e R$ 5,50. De acordo com ele, com a moeda nesses patamares e a demanda aquecida pelo agro brasileiro, em especial o café, é fundamental que cooperativas e produtores “fixem suas safras futuras” e garantam margens aquecidas no negócio.
A palestra de Mendonça de Barros foi realizada durante Assembleia Geral Ordinária do CNC, oportunidade em que os conselheiros diretores, diante do cenário de pandemia da Covid-19 e suas consequências, optaram por estender o mandato da atual gestão até março de 2021, quando será realizada nova AGO.