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Semana Internacional do Café tem início na próxima quarta feira


O café se firmou como companhia dos brasileiros na pandemia. A partir de abril, foi registrado crescimento de 30% no consumo, indicando que a bebida entrega conforto, além do sabor. Nesse contexto, a Semana Internacional do Café (SIC), considerada o principal encontro do setor no Brasil, ganha ainda mais relevância. Realizado desde 2013 em Belo Horizonte, o evento este ano terá programação on-line, de quarta até sexta, para o público em geral.

Pela primeira vez, o evento será 100% digital. Uma plataforma exclusiva, com navegação rápida e fácil, foi desenvolvida para receber tanto o produtor na zona rural quanto o dono de cafeteria em um centro urbano, e até quem está em outro país. O público se cadastra para ter acesso gratuitamente ao conteúdo, como aulas, workshops, talks e lançamentos. Cerca de 60 marcas vão ocupar estandes virtuais para contar sua história e apresentar seus produtos.

“O evento movimenta toda a cadeia do café, transforma vidas, então não poderíamos deixar de fazê-lo. Diante da pandemia, levamos para o digital os nossos três principais pilares: conhecimento, conexão e negócios”, destaca Mariana Proença, curadora da SIC e diretora da Café Editora, uma das realizadoras do evento. No ano passado, foram gerados R$ 50 milhões em negócios.

Todo ano, durante a SIC, são eleitos os melhores cafés do país. Nesta edição, 406 amostras foram analisadas às cegas por provadores profissionais. A partir de quarta-feira, o público vai conhecer os 200 grãos classificados. Ao fim, o Coffee of the year (COY) Brasil distribuirá prêmios em quatro categorias, sendo que duas delas são novidades. O objetivo é inserir no concurso os cafés fermentados, aqueles que passam por um processo induzido de fermentação.

Segundo Mariana, essa é uma tendência mundial, que chegou com força este ano ao Brasil. “Os produtores buscam notas sensoriais bem complexas, como frutados e adocicados, através das fermentações induzidas, acrescentando algum elemento que possa levar um sabor diferente para o café”, explica. A técnica ainda gera polêmica, pois alguns alegam que o terroir se perde e, além disso, a bebida fica com sabor completamente diferente. Em alguns casos, chega a se parecer com licor.

O público também participa da votação do COY. A solução para manter o voto popular, que se soma às notas dos jurados, foi selecionar 10 cafeterias pelo Brasil que funcionam como pontos de degustação até a abertura da SIC. Todos recebem instruções para preparar a bebida da mesma forma. Em Belo Horizonte, o escolhido é o Achega, espaço de experiências que envolvem o café.

Aberto em março, o Achega, no bairro Santa Lúcia, materializa o novo momento da Oficina do Espresso, que é referência nacional em manutenção de  máquinas. Além da oficina, a empresa agora abriga cafeteria, loja com máquinas, acessórios e um café especial de Formiga, torrefação, espaço para cursos e o que mais o mercado demandar.

A participação da Oficina do Espresso no COY, que antes se resumia à parte técnica, ganha outra dimensão como ponto de degustação. “Isso vem alinhado com o nosso propósito de contribuir com o mercado de cafés especiais. Quando temos a chance de sediar o COY, ajudamos a eleger o melhor café do Brasil. É muita honra”, pontua o sócio Daniel Coli.

A experiência é a mesma de quando a degustação ocorre presencialmente na SIC. A equipe prepara um litro por vez de cada café e armazena em garrafas térmicas profissionais. Ao todo, são 21 finalistas. Assim como os jurados, o público experimenta sem saber qual é a marca e registra seu voto anônimo. Amanhã é o último dia para participar da degustação no Achega, que estará disponível em três horários: das 10h às 12h; das 14h às 16h e das 18h às 20h. A participação é gratuita.

A pandemia não apenas aumentou o consumo de café no Brasil. Mariana observa que o consumidor está ainda mais interessado na origem do produto. “Estamos falando de rastreabilidade, a preocupação de saber quem são os responsáveis por todas as etapas que o café percorre até chegar numa xícara. Quem planta, quem torra, quem é o barista.” Muitos estudos indicam que esta seria a quarta onda do café, que também envolveria a “digitalização”, impulsionada pela venda on-line.

A terceira onda do café colocou em evidência os grãos especiais, reconhecidos pela qualidade superior. No Brasil, eles vêm ganhando mercado de cinco anos para cá, com o boom de cafeterias e a valorização dos profissionais envolvidos, mas há muito espaço para crescer. “Em torno de 5% do consumo de café no Brasil é de especiais, mas dá para chegar aos 55% dos Estados Unidos. Lá as pessoas fazem compras no supermercado e vão a cafeterias ou lojas especializadas só para comprar café.”

Além dos fermentados, Mariana enxerga como tendência o cold brew, que é o café extraído a frio. Ele pode ser usado em receitas doces e salgadas, desde drinques até tortas, ou mesmo tomar puro, bem gelado. “Não é algo fácil para o brasileiro, porque estamos acostumados a tomar café quente, mas é um paladar atraente para o jovem, que quer experimentar coisas diferentes.”

Se Minas Gerais fosse um país, seria o maior produtor de café do mundo. Segundo Ana Carolina Gomes, assessora técnica de cafeicultura do Sistema Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), um dos realizadores da SIC, só a Região Sul do estado produz o equivalente à Colômbia, o que corresponde a 54% da produção nacional. “O café é o produto de exportação mais importante do agronegócio mineiro, atrás do minério de ferro. Responde por mais de 40% da riqueza do nosso estado, gerando emprego e renda”, aponta.

Em uma das pontas desta cadeia estão os produtores de café, que participam como expositores e palestrantes da SIC. Clayton Barrossa Monteiro, da Fazenda Ninho da Águia, no Alto Caparaó, vai ensinar em uma videoaula como produzir cafés especiais. Grande impulsionador deste mercado, ele já faz um trabalho de educação de turistas que visitam a propriedade, mostrando todo o processo de produção, até chegar à degustação. “Perto de 95% do público não é consumidor de cafés especiais. Mostramos um mundo que ainda não conhecem e eles saem daqui como potenciais novos consumidores.”

Surfista, nascido em São Paulo, Clayton decidiu trabalhar com o tio nas terras da família em 1996. “Não se falava em cafés especiais, era tudo convencional, e esta região era conhecida como a produtora dos piores cafés do Brasil.” Naquela época, ele separava os melhores grãos para beber na fazenda e, depois de provar um café especial em uma cafeteria em São Paulo, entendeu que o que consumia era muito parecido. A tal cafeteria não se interessou em vender os grãos, só por causa da má fama do Alto Caparaó, o que motivou o produtor a mudar todo o seu processo.

As mudanças renderam vários prêmios ao café da Fazenda Ninho da Águia, começando em 2012, quando ganhou como melhor café de Minas pela Emater. Em 2014 e 2015, ficou em primeiro lugar no COY. Clayton descreve seu café com ótimo equilíbrio entre acidez e doçura e diz que o mais chama a atenção são as notas florais e frutadas. Hoje, o produto está nas melhores cafeterias do país e do mundo. “Vários produtores estão fazendo um bom trabalho e a região teve mais dois ganhadores do COY depois da gente. O Caparaó já está conhecido no mundo pelo café de qualidade”, comemora.

Em 2019, o Sítio Recanto dos Tucanos, em Alto Caparaó, venceu o COY na categoria arábica.

Veja a programação completa em www.semanainternacionaldocafe.com.br  

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Novembro 3.909 - 50
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    Safra 22/23 15% R$ 1340,00
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    Safra 22/23 30% R$ 1310,00
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  • Guaxupé
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    Safra 22/23 25% R$ 1320,00
    Duro/riado 25% R$ 1260,00
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    Cepea Conilon R$ 1148,23
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1172,00
    Conilon T. 7 R$ 1164,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1156,00