Mercado é fortemente comprador, mas os cafeicultores continuam retraídos
Escritório Carvalhaes
As cotações de café na ICE Futures US em Nova Iorque voltaram a trabalhar em alta esta semana. No balanço da semana os contratos com vencimento em julho próximo subiram 510 pontos, retomando o caminho de alta que havia sido interrompido na semana passada, quando recuaram 710 pontos em um movimento de realização de lucros, depois de subirem 2 935 pontos em cinco semanas consecutivas com as cotações do café na ICE trabalhando em alta. Esses contratos fecharam hoje a US$ 1,5010 por libra peso. Na sexta-feira passada haviam fechado valendo US$ 1,4500.
No mercado cambial brasileiro, o dólar comercial apresentou uma semana de alta frente ao real. Fechou hoje valendo R$ 5,3530. Na sexta-feira passada terminou a semana a R$ 5,2710. Em reais por saca, os contratos para julho próximo na ICE fecharam hoje valendo R$ 1062,85. Na sexta-feira passada esses contratos fecharam valendo R$ 1011,01.
No mercado físico brasileiro, as ofertas dos compradores evoluíram ao longo da semana, mas sempre abaixo das altas em Nova Iorque. O mercado é fortemente comprador, mas os cafeicultores que ainda têm lotes da atual safra 2020/2021 continuam retraídos e vendem aos poucos. São produtores mais capitalizados, e mostram muita preocupação com o estado de seus cafezais neste início de colheita.
Como dissemos em nosso último boletim semanal, apesar do excelente tamanho da atual safra 2020/2021, de ciclo alto, o volume de lotes ainda em mãos de produtores é pequeno. Temos ainda os embarques deste mês de maio e os de junho antes de encerrarmos o atual ano-safra 2020/2021. É consenso dentro do mercado que terminaremos este ciclo sem estoques de passagem minimamente representativos. A demanda neste ano-safra foi forte, e continua sendo, por parte de nossa exportação e consumo interno.
As torrefações que abastecem o mercado interno brasileiro, o segundo maior do mundo, estão com muitas dificuldades para encontrar e comprar os lotes de café necessários para seus diversos “blends”, principalmente as “ligas” usadas para preparar o padrão chamado de “tradicional”, o mais procurado e consumido pelos brasileiros.
Os preços dessas “ligas” subiram, acompanhando os preços internacionais. Os cafés usados para compor essas “ligas” são usados também para preparar um padrão de exportação denominado no mercado internacional como “Grinder”. Cresce a cada ano a procura no mercado internacional pelos “Grinders” brasileiros, dificultando e encarecendo a compra desses lotes pelas torrefações brasileiras.
É mais um forte indício da procura cada vez maior pelos cafés produzidos no Brasil, e que estamos realmente tendo de “varrer” os armazéns para atender à forte demanda do mercado internacional e de nosso consumo interno.
Os fundamentos do mercado de café continuam sólidos e apontando para preços em alta. Clima seco, quente, com chuvas insuficientes, bem abaixo das médias históricas nestes primeiros meses de 2021 nas regiões produtoras de café no Brasil, já naturalmente em ano de safra baixa; os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste terminam o período de chuvas deste ano no menor nível desde 2015; as incertezas climáticas e queda na produção persistem também nos demais países produtores de café; a perspectiva de alta no consumo do hemisfério norte no segundo semestre; a revisão para baixo pela OIC da produção mundial de café no atual ano-safra.
A partir do início dos trabalhos de colheita da nova safra 2021/2022, as chuvas que estão caindo em algumas regiões produtoras ajudam pouco a lavoura, mas atrapalham os trabalhos de colheita e prejudicam a qualidade dos primeiros frutos espalhados nos terreiros. Os próximos meses serão de muita tensão e preocupações no mercado de café.
A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 5.762.567 em 30 de abril de 2021. Uma alta de 83.405 sacas em relação às 5.679.162 sacas existentes em 31 de março de 2021.
Até dia 17, os embarques de maio estavam em 309.359 sacas de café arábica, 93.376 sacas de café conillon, mais 5.160 sacas de café solúvel, totalizando 407.895 sacas embarcadas, contra 742.017 sacas no mesmo dia de abril. Até o mesmo dia 17 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 1.621.519 sacas, contra 1.733.809 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 14, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 21, subiu nos contratos para entrega em julho próximo 510 pontos ou US$ 6,75 (R$ 36,11) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 14 a R$ 1011,01 por saca, e hoje dia 21 a R$ 1062,85. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 85 pontos.
Data: 22/05/2021 19:12 Nome do Usuário: Cássio Eduardo da Silva Comentário: A safra atual será bem menor do esperado, e com poucas chuvas a do próximo ano não será tão alta. Então os produtores estão segurando o que tem em mãos. E ainda tem o período frio.
Data: 22/05/2021 09:19 Nome do Usuário: Francisco Comentário: Hj 22/05 são 52 dias sem chuvas, lavouras feias pq não absorvem nutrientes, safra do ano q vem será inferior a 2018 e 2020. Vendendo aos poucos pq sabemos q o dinheiro ñ vai dar pra chegar em mai/22
Data: 22/05/2021 09:12 Nome do Usuário: Francisco Comentário: Aqui no sul de minas, lavoura q produziu ano passando, está produzindo 1,5(um litro e meio)por pé10 a 12 scs ha. Essa produtividade só paga os adubos e o calcário. E as outras despesas?
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