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Cooperados aceitam oferta de Flávio Peres e Garcafé deve ser reativada


A Garcafé (Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Garça) poderia voltar a ter suas portas abertas? Essa é uma possibilidade que é praticamente descartada por uma grande parte da população de Garça, afinal, o processo de liquidação se estende há tanto tempo e as dívidas da cooperativa se acumulam. No entanto, essa retomada tem chances de ocorre. Sim. Afinal, foi isso que se pode ser observado depois da assembleia geral da cooperativa realizada nesta sexta-feira (23/07).

Essa assembleia deliberou sobre os balanços patrimoniais dos exercícios de 2019 e 2020, assim como o pedido de prorrogação de auto liquidação. Também houve a discussão sobre a adesão à medida provisória de parcelamento de débitos junto à procuradoria da Receita Federal e autorização para alienação de ativos da Garcafé.

E aí surge a esperança de que a cooperativa possa voltar a operar. Segundo o liquidante da entidade, José Wilson Lopes, muitos cooperados se mantiveram acreditando na Garcafé nesses anos em que a empresa entrou em um processo de liquidação, diante de diversas dívidas junto ao governo, a cooperados e também a fornecedores. 

Um dos cooperados que se mostrou, já há algum tempo, interessado em equalizar a situação da cooperativa foi o empresário Flávio Peres, do grupo PPA. Quando ele foi dirigente regional da Fiesp já havia buscado alguns formatos de solução para a crise da cooperativa e agora, ante uma nova possibilidade de acerto de contas com a União, ele voltou a se mostrar presente.

“A União fez uma proposta dando um desconto muito grande para empresas que estão em dificuldades, como a Garcafé. Temos a oportunidade de o Flávio se colocar à frente, apresentando um departamento de contabilidade, de direito à disposição e ainda se preocupando com aquilo que mais nos afetou até hoje, um valor para negociar as dividas”, diz Lopes.

Para se ter ideia do cenário vivido pela Garcafé, uma dívida de cerca de R$ 70 milhões existe junto à Receita Federal (União), sendo que, diante de um programa de desconto promovido pelo governo federal, esse valor cairia para aproximadamente R$ 25 milhões. 

Para Lopes, caso a cooperativa não conseguisse aproveitar essa nova oportunidade, passaria a ter mais dificuldades e veria vários produtores locais sofrendo com um processo que já se arrasta há anos. Onze pessoas, que faziam parte da cooperativa, iriam ser acionadas judicialmente caso o acordo não fosse realmente firmado, e correriam o risco de perder bens e outros ativos. Além disso, boa parte dos 865 cooperados que estavam registrados no momento da liquidação da cooperativa também poderiam ter outros prejuízos, além daqueles observados quando do fechamento da cooperativa.

“A Garcafé recebeu seus valores e cooperados endossaram, só que, na época, o banco também exigiu mais bens em garantia, exigiu que houvesse aval dos diretores e conselheiros e até conselheiros fiscais. Eles fizeram isso aí e, lamentavelmente, não foi pago e criou ia situação mais difícil para nós. A dívida deveria ter sido dividida entre todos, mas muita gente não pagou e isso foi gerando uma bola de neve e dos aproximadamente R$ 18 milhões foi para mais de R$ 70 milhões”, explica Lopes, ao apontar que os avalistas das dívidas corriam seria risco de ver seu patrimônio ser dilapidado para a quitação das obrigações.

Eis que na assembleia desta sexta, o empresário Flávio Peres apresentou uma proposta para efetuar a quitação das demandas junto à União, num valor de cerca de R$ 25 milhões. Diante da quitação dessa dívida, ele passaria a ter como garantia alguns bens imóveis da Garcafé, como uma estrutura de 259 terrenos na cidade de Patrocínio, que foram recebidos de dívidas e que estão localizados em uma área importante de Patrocínio. Tais terrenos estão com os impostos em dia e em uma região como infraestrutura adequada. Além disso, existe a estrutura da própria cooperativa na cidade mineira e outro terreno de 30 mil metros quadrados no município.

“Fui até Patrocínio, conversei com várias pessoas e resolvi que poderia ajudar”, diz o empresário Flávio Peres. Ele anota que o atual inquilino da estrutura da Garcafé Patrocínio, a empresa CaféBras, tem a preferência para exercer o direito de apresentar um lance para quitar a dívida junto à União, mas, caso ela não o faça, esse procedimento será realizado por ele. “Não vamos perder a oportunidade de aproveitar esse desconto. No dia 30 de setembro vamos pagar a primeira parcela”, relata Peres, indicando que, a partir daí, vai se aguardar para verificar se a empresa que hoje ocupa a antiga estrutura da cooperativa irá buscar utilizar seu direito de preferência. O prazo para o pagamento da dívida junto à União é de 12 anos. Caso o inquilino não exerça esse direito, Peres aponta que irá buscar realizar ações para reativar a cooperativa.

“Será de uma forma diferente, com a formação de um conselho e depois vamos ver como recomeçar. Temos de resolver o passado que está travando a cooperativa até hoje. É um trabalho de longo prazo, de paciência e muito complexo.” “A retomada era um sonho impossível e agora há uma luz forte no fim do túnel para termos condições de voltar, desde que as partes tenham boa vontade”, explica Flávio Peres, que declara que, além da dívida da União, que busca agora ser equacionada, ainda há um passivo considerável com cafeicultores, que deixaram seus cafés na cooperativa na época da liquidação, e com fornecedores. A ideia, segundo o diretor da PPA, será reunir com todos os fornecedores e buscar renegociar as demandas. “Os fornecedores, se olharem para o futuro, vão ver que podem também ganhar com a retomada das compras da cooperativa, com a retomada das ações desse projeto”, aponta. Mas qual o motivo de um empresário bem-sucedido tentar reativar uma cooperativa que há mais de uma década vem sendo declarada em liquidação.

“Sou garcense, meus maiores negócios estão em Garça e escolhi viver aqui. A gente tem um ideal na vida, vi que tenho condições de ajudar, se não ajudar agora, não sabemos quando voltará a ter uma nova oportunidade. Muitas pessoas poderão voltar a trabalhar na cooperativa com a retomada. Quando entramos na politica, olhamos de forma diferente, conhecemos as necessidades sociais, de emprego, olhamos além do mundo empresarial, dos números apenas. Seria histórico para Garça se resolvêssemos isso”, declara. Entendendo A dívida que a Garcafé almeja liquidar é em relação à União, com valor de mais de R$ 70 milhões e que passou por um processa de negociação junto ao governo. Tal dívida foi formada por empréstimos tomados em 1995 e 2000, do Pesa (Programa Especial de Saneamento de Ativos) e do Recoop, assim como a securitização, nos quais a Garcafé fez a adesão, indicou avalistas e, no entanto, não conseguiu efetivar os pagamentos. O fato relevante aprovado na assembleia desta sexta foi a intenção da Garcafé em quitar essas dívidas com a União, com o desconto de R$ 70 milhões para R$ 25 milhões, sendo que o empresário Flávio Peres ofereceu para arcar tal demanda, havendo apenas o condicionamento de que o inquilino em Patrocínio exerça ou não seu direito de se oferecer para quitar o valor.


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    Safra 23/24 15% R$ 1230,00
    Safra 23/24 25% R$ 1210,00
    Duro/riado/rio R$ 1100,00
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    Safra 23/24 15% R$ 1230,00
    Safra 23/24 25% R$ 1210,00
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  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1320,00
    Safra 23/24 15% R$ 1230,00
    Safra 23/24 25% R$ 1210,00
    Variação R$ 1250,00
  • Garça
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    Safra 23/24 20% R$ 1220,00
    Safra 23/24 30% R$ 1120,00
    Duro/Riado 30% R$ 1120,00
    Escolha kg/apro R$ 15,30
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    Safra 23/24 15% R$ 1230,00
    Safra 23/24 25% R$ 1210,00
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  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 940,00
    Conilon T. 7 R$ 932,00
    Conilon T. 7/8 R$ 925,00