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Empresário apresenta proposta para compra da Garcafé em Patrocínio


Após comunicado apresentado na edição passada de DEBATE, no qual se definiu que ofertas para a compra da sede da Garcafé na cidade de Patrocínio poderiam ser apresentadas, ocorreu na última quinta-feira, 12, a abertura das propostas. Apensas uma foi remetida, sendo assinada pelo empresário Flávio Peres, do grupo PPA, conforme já havia sido adiantado anteriormente por ele próprio e pelo liquidante José Wilson Lopes.

Como se recorda, a Garcafé busca levantar recursos para acertar parte de suas dívidas, sendo que, aproveitando um programa de descontos junto à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, viu a possibilidade de que um desconto sobre a dívida junto à União tivesse um desconto de mais de 60%, recuando de aproximadamente R$ 70 milhões para cerca de R$ 25 milhões. E para levantar esse montante, uma assembleia realizada recentemente pela cooperativa decidiu pela permissão de venda da unidade da Garcafé na cidade de Patrocínio, no cerrado de Minas Gerais.

Desse modo, na quinta a proposta apresentada por Flávio Peres foi aberta. Para a aquisição de 100% do imóvel o preço ofertado por ele foi de R$ 25,020 milhões, sendo R$ 2,8 milhões quitados no ato da assinatura do contrato e os restantes R$ 22,22 milhões divididos em 11 parcelas anuais de R$ 2,20 milhões, atualizadas pela Selic, com o primeiro vencimento em 31 de julho de 2022.

"Isso é mais que suficiente para dar entrada e pagar a primeira parcela do parcelamento ante a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, que oferece um desconto muito grande", indicou Estevão Smores Brandão, da Macrocontábil Brandão, que coordenou os trabalhos junto ao empresário Flávio Peres para a elaboração da proposta.

"O Flávio está entusiasmado, ele dispõe de uma equipe que está pronta para analisar todos os detalhes e vamos em frente, vamos acreditar. Não vou falar que a Garcafé vai estar em funcionamento daqui uns dias, isso não dá para prometer. O que podemos indicar é que, enquanto o Flávio depositar confiança na minha equipe nós vamos envidar todos os esforços, diligências para que possamos fazer o máximo possível para poder resolver, temos esperanças de resolver, ainda que não seja uma coisa muito fácil", sustentou Brandão.

A área que está sendo comercializada em Patrocínio conta com 55.125 metros quadrados de área territorial e aproximadamente 12 mil metros de área construída, em uma cidade que tem apresentado um bom desenvolvimento. A sede está alugada há vários anos para a empresa Cafebrás, que tem a preferência para a aquisição de tal imóvel.

"O inquilino tem o direito dele de ter um prazo estendido de manifestar se compra ou não. Tem 30 dias para indicar se quer o prédio, depois tem mais 90 dias para efetivar a compra. Isso passa do prazo que temos par aderir ao parcelamento e pagar a primeira parcela. De forma que o estudo que nós fizemos é que teria alguém para adiantar esse valor e o Flávio se mostrou disposto a fazer isso, muito embora ele saiba que o direito de preferência é do inquilino, se o inquilino resolver comprar é direito dele. A proposta do Flávio está oficializada", explicou Brandão.

O empresário Flávio Peres avaliou que um novo passo está sendo dado para buscar fazer com que a Garcafé possa quitar parte de suas dívidas.

"É uma empresa que já foi líder no mundo em venda de café, já foi muito protagonista aqui em Garça, muitas coisas ela fez em Garça. Sempre qualquer assunto que existia na cidade a cooperativa estava junto e nós estamos agora acertando, primeiramente, a fazenda (união). Depois vamos ver os fornecedores, os cafeicultores que têm café para receber. Acho que vamos acertar com a fazenda. O que permite ela voltar a trabalhar é a fazenda. Cada etapa é um jeito de agir. A ideia é deixá-la apta para ser reativada e depois vamos fazer uma assembleia para saber o que vai ser feito com ela", declarou.

O liquidante José Wilson Lopes indicou que a apresentação da proposta do empresário Flávio Peres foi um momento importante e que o fez recordar o dia 31 de maio de 2005, momento em que assumiu a Garcafé, mesmo com o posicionamento totalmente contrário de sua família. Sustentou que a intenção foi que esse processo fosse para evitar que existisse o rateio das dívidas da Garcafé, de em torno de R$ 120 milhões, para os 860 cooperados, o que redundaria em cerca de 150 mil para cada cooperado ter de arcar.

"Estou provando para mim mesmo que eu fiz a coisa certa. Estamos colocando essa empresa em condições. Sabíamos das necessidades, o pessoal à época entendeu. Quando assumi a Garcafé tinha quase 300 funcionários aqui que precisavam ser demitidos. A primeira coisa que entendi é que, como liquidante, realmente acertasse a dívida trabalhista. Em qualquer lugar isso se torna super necessário. E buscamos fazer com que não tivéssemos um funcionário com créditos junto à Garcafé, sem receber o que era de direito. E isso conseguimos em 12 meses, com reuniões aqui, com pessoal concordando, nosso cooperado concordando em pagar um rateio, na época de cerca de R$ 150 para cada cooperado e fomos conseguindo pagar uma dívida astronômica que era a trabalhista. Sem a trabalhista, logicamente, fica muito mais fácil trabalhar", indicou Lopes.

Além do passivo trabalhista, também foi possível liquidar quase cerca de R$ 22 milhões junto ao INSS mesmo com a cooperativa fechada, por meio de aluguéis e pagamentos de alguns cooperados que estavam inadimplentes. 

Agora, nessa nova fase, depois do acerto do pagamento do passivo com a União, uma empresa foi contratada pela Garcafé para auxiliar numa outro passo que se inicia.

"Vamos negociar com as empresas para poder sanear o passivo que temos com os fornecedores. Isso daí vai um bom tempo. Depois temos de negociar também com aqueles cooperados que têm café para receber, que não receberam à época. Isso daí se for mais um ano, um ano e meio acho que tendo a ficar à frente sim, como liquidante, ou então fazer uma assembleia para nomear, o que não é fácil e não é barato. Então, estou disposto a ficar, apesar de que eu teria de ter me afastado há bastante tempo, mas eu tenho força, tenho condições para fazer isso até o final. Até o dia em que observarmos que a autoliquidação da Garcafé chegou ao final e a cooperativa volta a trabalhar. Se faz uma assembleia, elege-se uma diretoria e vida nova", finalizou Lopes.


Fonte: Jornal Debate

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