O mercado é fortemente comprador para arábica e conilon
Escritório Carvalhaes
A semana apresentou-se mais calma no mercado de café. Os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque continuaram oscilando bastante, mas em uma amplitude menor. Sem novas notícias nos fundamentos, que continuam os mesmos, bastante preocupantes quanto ao abastecimento das indústrias em todo o mundo por um longo período, os operadores em Nova Iorque voltaram suas atenções para os últimos dias de rolagem para dezembro dos contratos com vencimento em setembro próximo na ICE.
Hoje, esses contratos para dezembro fecharam com alta de 20 pontos a US$ 1,8150 por libra peso. Ontem fecharam em queda de 150 pontos. No balanço da semana os contratos para dezembro recuaram 425 pontos. Na semana passada subiram 670 pontos. A rolagem dos contratos avançou por toda a semana, influindo diariamente no andamento do pregão na ICE. Faltam agora rolar 9.491 contratos. Ontem no fechamento eram 15.647 contratos. Na sexta-feira passada totalizavam 42.931 contratos. A forte alta do dólar frente ao real nesta semana contribuiu com a queda das cotações do café na ICE.
No mercado cambial brasileiro o dólar trabalhou hoje em queda frente ao real, provavelmente em um movimento de realização de lucros, depois de subir forte frente à nossa moeda por toda a semana. Fechou hoje com perdas de 0,70% a R$ 5,3840. Ontem subiu 0,89%. Na semana, o dólar registrou alta de 2,6% frente ao real. O intenso sobe e desce diário no mercado cambial dificultou a formação de preços no mercado físico brasileiro.
Em reais por saca, os contratos para dezembro próximo na ICE fecharam hoje valendo R$ 1.292,63. Ontem fecharam a R$ 1.300,32. Na sexta-feira passada fecharam valendo R$ 1.288,75. Portanto, com a forte alta do dólar frente à nossa moeda no decorrer da semana, em reais, os contratos de café em Nova Iorque apresentaram uma pequena alta na semana, apesar de somarem 425 pontos de queda na ICE.
No decorrer da semana, o mercado físico brasileiro apresentou o mesmo comportamento que vêm repetindo desde o início do ano-safra 2021/2022. Mostrou-se comprador, mas as ofertas permaneceram em um patamar que não motivou os cafeicultores. Os vendedores continuaram retraídos. O volume de lotes que chega ao mercado para venda é baixo para um mês de agosto, início de safra.
O mercado é fortemente comprador para arábica e conilon, mas nas bases de preços oferecidas são poucos os cafeicultores dispostos a vender. O estado dos cafezais traz muitas dúvidas e preocupações aos produtores.
Em nossa opinião, o mercado físico brasileiro permanecerá assim por um longo período. Com a quebra da safra deste ano e do próximo; com a possibilidade de novos imprevistos climáticos; e instabilidade na economia brasileira, com as disputas políticas e problemas estruturais na economia, a tendência é que os cafeicultores vendam sua safra aos poucos, à medida que precisem de “caixa” para cumprir compromissos próximos. Não conseguem estimar com razoável precisão as próximas safras, sabem que a demanda por café vai continuar forte, e que os insumos para seus cafezais também tendem a continuar em alta. Assim, consideram que o melhor é guardarem a produção e venderem à medida que precisem de moeda.
O avanço da nova variante do coronavírus não deve influir no consumo de café. A abertura da economia vai continuar no hemisfério norte, com eventuais interrupções rápidas da circulação de pessoas. As fortes restrições no ano passado não influíram no consumo de forma significativa e, portanto, não irão influir com as eventuais restrições mais brandas. No Brasil, segundo maior consumidor mundial de café e maior comprador do café brasileiro, o consumo em 2020 cresceu 1,4%, apesar do forte e longo desemprego trazido pela pandemia.
A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.074.346 em 31 de julho de 2021. Uma alta de 294.885 sacas em relação às 5.779.461 sacas existentes em 30 de junho de 2021.
Até dia 19, os embarques de agosto estavam em 1.054.819 sacas de café arábica, 125.451 sacas de café conillon, mais 126.899 sacas de café solúvel, totalizando 1.307.169 sacas embarcadas, contra 1.079.911 sacas no mesmo dia de julho. Até o mesmo dia 19 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 1.636.322 sacas, contra 1.862.167 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 13, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 20, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 425 pontos ou US$ 5,62 (R$ 30,27) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 13 a R$ 1. 288,75 por saca, e hoje dia 20 a R$ 1.292,63. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 20 pontos.
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