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A irregularidade do clima assusta os operadores


Escritório Carvalhaes

Como vem acontecendo semana após semana, os contratos de café em Nova Iorque continuaram oscilando bastante. Hoje, sexta-feira, os contratos para março próximo recuaram 210 pontos e fecharam a semana a US$ 2,3475 por libra peso. No decorrer da semana, em meio a muito sobe e desce, esses contratos romperam várias vezes os US$ 2,40 por libra peso. No balanço da semana subiram 215 pontos.

 A cada nova informação ou boato que é lançado no mercado, os interesses de curto prazo de operadores e especuladores provocam rápidas e fortes oscilações nas cotações. A divulgação da quarta e última estimativa da CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento para a safra brasileira de café deste ano-safra, 2021/2022, acabou derrubando, ontem e hoje, moderadamente, as cotações do café na ICE em Nova Iorque. Em nossa opinião, é uma leitura equivocada dos operadores. O número divulgado na quarta-feira confirma a forte quebra da produção brasileira e é muito preocupante. Segundo a CONAB, a safra de conilon foi recorde, estimada em 16,29 milhões de sacas, com um crescimento de 13,8 % em relação à safra anterior, 2020/2021. A de arábica foi estimada em 31,42 milhões de sacas, recuando 35,5 % em comparação ao ciclo anterior. A produção total estimada soma 47,72 milhões de sacas, um número que não atende às necessidades brasileiras para exportação e consumo interno. Na realidade, o mercado sempre trabalha com números acima dos da CONAB. Mesmo assim é um importante indicador da forte quebra na produção brasileira de café.

 No ano-safra anterior, 2020/2021, terminado em junho último, o Brasil exportou 45,675 milhões de sacas e consumiu aproximadamente 22 milhões de sacas. Portanto foram necessárias 67,675 milhões de sacas para atender nossas exportações e o consumo interno, 20 milhões de sacas acima do número estimado pela CONAB para a atual safra 2021/2022. Precisamos lembrar ainda, que exportamos 40,256 milhões de sacas no ano-safra 2019/2020 e 41,426 milhões de sacas em 2018/2019. Foram três anos excepcionais para nossas exportações de café. Quebramos a barreira de 40 milhões de sacas, feito nunca antes alcançado em nossa longa trajetória como exportadores de café.

 No esforço para conseguirmos esse recorde por três anos-safra consecutivos, praticamente zeramos os estoques privados brasileiros. Os governamentais já estão zerados há alguns anos. Não podemos esquecer que nosso consumo interno continuou forte e em crescimento nesses três anos-safra. Certamente teremos de exportar bem menos café neste ano-safra 2021/2022, e, mesmo assim, chegaremos no final de junho próximo novamente com estoques de passagem bastante reduzidos. No ano-safra 2022/2023 (julho de 22 a junho de 23) contaremos apenas com a safra que colheremos em 2022. Como já sabemos, essa safra será novamente pequena devido ao longo período de seca que tivemos no sudeste brasileiro e às três frentes frias com geadas do último mês de julho.

 Os fundamentos do mercado permanecem sólidos. As notícias sobre os problemas climáticos no Brasil e em nossos principais concorrentes, continuam assustando os operadores. Circulam notícias sobre quebra na próxima safra da Colômbia, segundo maior produtor de arábica do mundo, e na próxima safra do Vietnã, maior produtor de robusta do mundo. O problema no Vietnã, além do clima, é o do envelhecimento de seu parque cafeeiro, que está derrubando a produtividade do país. A queda na produção mundial de café é séria e os entraves logísticos mundiais tornam o quadro ainda mais complicado. A irregularidade do clima assusta os operadores. Portanto teremos quebra de produção nos três maiores produtores de café do mundo. Os demais produtores também enfrentam problemas com a crise climática global.

 Hoje o dólar fechou em alta de 0,11 % a R$ 5,6840. Na sexta-feira passada fechou valendo R$ 5,6130. Em reais por saca, os contratos de café para março próximo na ICE em Nova Iorque fecharam hoje a R$ 1765,04. Na sexta-feira passada fecharam valendo R$ 1727,03.

 No mercado físico brasileiro, ao longo da semana, os compradores elevaram um pouco o valor de suas ofertas. Continuou pequeno o número de negócios fechados. Nas bases de preço oferecidas pelos compradores, muitos produtores que estão com lotes no mercado recuam. Pedem preços mais altos.

 Permanece pequena a oferta de lotes de café arábica destinados ao consumo interno brasileiro. O mercado físico brasileiro do conilon está firme, comprador.

 O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de novembro foram embarcadas 2.930.124 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 38,6 % (1.840.102 sacas) menos que no mesmo mês de 2020 e 16,5 % (580.934 sacas) menos que no último mês de outubro. Foram 2.388.718 sacas de café arábica e 186.081 sacas de café conilon, totalizando 2.574.799 sacas de café verde, que somadas a 351.893 sacas de solúvel e 3.432 sacas de torrado, totalizaram 2.930.124 sacas exportadas em novembro último.

 A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 5.843.721 em 31 de novembro de 2021. Uma baixa de 132.386 sacas em relação às 5.976.107 sacas existentes em de outubro de 2021.

 Até dia 17, os embarques de dezembro estavam em 704.735 sacas de café arábica, 35.925 sacas de café conillon, mais 91.833 sacas de café solúvel, totalizando 832.493 sacas embarcadas, contra 1.203.518 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 17 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 1.896.208 sacas, contra 1.707.275 sacas no mesmo dia do mês anterior.

 A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 10, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 17, subiu nos contratos para entrega em março próximo 215 pontos ou US$ 2,84 (R$16,66) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 10 a R$ 1727.03 por saca, e hoje dia 17 a R$ 1765,04. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 210 pontos.


Comentarios

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Data: 18/12/2021 12:37 Nome do Usuário: Francisco
Comentário: Se exportar 3m d sacas por mês chegará em junho com estoque zerado. Mas tem regiões q começam a colher em Março aqui no Brasil.
Contrato Cotação Variação
Julho 224,40 - 4,10
Setembro 222,40 - 3,90
Dezembro 220,70 - 3,75
Contrato Cotação Variação
Julho 4.153 - 151
Setembro 4.065 - 150
Novembro 3.971 - 132
Contrato Cotação Variação
Julho 280,85 - 5,40
Setembro 269,65 - 5,70
Dezembro 265,50 - 5,70
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,1160 - 0,89
Euro 5,4750 - 1,16
Ptax 5,1184 - 0,96
  • Varginha
    Descrição Valor
    Moka R$ 1360,00
    Safra 22/23 20% R$ 1320,00
    Peneira 15/16 R$ 1370,00
    Duro/riado/rio R$ 1220,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1390,00
    Safra 22/23 15% R$ 1330,00
    Duro/riado/rio R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1330,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1350,00
    Safra 22/23 15% R$ 1330,00
    Safra 22/23 25% R$ 1310,00
    Duro/Riado 15% R$ 1260,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1330,00
    Safra 22/23 25% R$ 1310,00
    Peneira 17/18 R$ 1390,00
    Variação R$ 1340,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 22/23 20% R$ 1320,00
    Safra 22/23 30% R$ 1300,00
    Duro/Riado 30% R$ 1240,00
    Escolha kg/apro R$ 16,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1330,00
    Safra 22/23 25% R$ 1320,00
    Duro/riado 25% R$ 1250,00
    Rio com 20% R$ 1160,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Agnocafé 22/23 R$ 1330,00
    Cepea Arábica R$ 1260,03
    Cepea Conilon R$ 1160,91
    Conilon/Vietnã R$ 1630,88
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1176,00
    Conilon T. 7 R$ 1168,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1160,00