Café cai 4,8% na semana com migração de investidores para outros ativos
Por José Roberto Marques da Costa
Com volume de 45.884 lotes em NY, o café arábica de maio fechou em alta de 135 pontos, a 224,25 cents por libra-peso, após cair para uma baixa de três meses e meio em 220,45 cents durante o pregão de hoje . O contrato perdeu 4,8% na semana com a forte migração de investidores passando para com ativos com maior potencial de ganhos no curto prazo.
Em mercado fortemente sobrevendido, maio variou hoje de 220,45 cents a 226,75 cents e pela primeira ves na semana que não rompeu o primeiro suporte em 219,53 cents e a primeira resistência estava em 228,48 cents. Os estoques certificados diminuíram 750 sacas para 1.002.588 sacas, se mantendo em 1 milhão de sacas. com ajuda das 70 mil sacas de café do Brasil nos últimos 9 dias nos portos de Antuérpia e Hamburgo.
Os fundamentos positivos do café continuam intacto, mas a café está sob pressão das outras commodities ( petróleo, trigo, milho, energia e metais ) que estão dando maiores lucros com curto prazo para fundos e especuladores. O café sofre uma migração dos investidores para commodities mais lucrativas em função do conflito Rússia e Ucrânia.
Os dados da CFTC referente ao dia 01 de março, mostra diminuição 13,2% nas posições líquidas compradas de fundos para 43.749 lotes, sendo 53.882 posições compradas e 10.136 posições vendidas. Na semana passada, eles posuim cerca 58.716 posições compradas e 8.324 posições vendidas, queda de 4.834 na posições compras e alta de 1.812 nas posições vendidas. As posições abertas tiveram alta de 6.437 lotes, passando 295.770 lotes para 302.207 lotes e grande parte deste aumento migraram para posições vendidas..
Para o site Barchart, os preços do café fecharam na sexta-feira em alta devido à preocupação no Brasil com a escassez de suprimentos de fertilizantes. A Rússia e a Bielorrússia são dois dos maiores exportadores mundiais de potássio e outros nutrientes do solo, e existe a preocupação de que as sanções contra ambos os países possam levar à escassez de nutrientes do solo para os agricultores brasileiros. O Brasil importa 80% do fertilizante que utiliza.
A notícia mais preocupante para Agnocafé deste o início do conflito, veio do Ministério da Indústria e Comércio da Rússia recomendando os exportadores de fertilizantes do país suspendam as vendas ao exterior. De acordo com o ministério, agricultores de diversas partes do mundo "não podem receber fertilizantes da Federação Russa devido à sabotagem de fornecimentos por várias empresas de logística estrangeiras".
Para o governo russo, a interrupção no envio de fertilizantes ao exterior pode afetar a "segurança nacional de vários países e causar quebra de safra e escassez de alimentos no médio prazo" para centenas de milhões de pessoas na Europa Oriental, na América Latina e nas regiões sul e sudeste da Ásia.
O site Agnocafé está alertando a várias semanas que bolsa de café em NY e Londres não será o maior problema para os cafeicultores em 2022 com retorno aos níveis maiores ao conflito entre a Rússia e Ucrânica, mas as fortes altas dos adutos que vão encarrecer os custos de produção, Caso a Rússia suspendam a vendas nos próximos meses, poderá comprometer seriamente a produção dos cafezais na safra do próximo ano.
Outro fator que é o pior de todas se refere a clima, tudo indica que nos próximos meses teremos escassez de chuvas nas regiões cafeeiras e também um provável inverno mais rigoroso que no ano passado influenciado pela neutralidade do La Ninã segundo alguns meteorologista.
Atenção do cafeicultor a partir de agora é acompanhar o clima no médio e longo prazo para tomar as melhores decisões possíveis pra não ser pego de "supressa" como aconteceu no ano passado..
Data: 06/03/2022 09:13 Nome do Usuário: Willian Comentário: Bom dias, vcs do Agnocafe ,acham que café vai voltar nos preços de 1500 reais a saca ? Antes da próxima colheita.