Relatório dos traders confirmam a migração dos fundos de investimentos

Por José Roberto Marques da Costa 

Com volume de negócios considerado baixo de 28.884 lotes em relação aos dias normais, o café arábica para maio recuou 225 pontos (1,0% ) a 221,95 cents dólares por libra-peso, com continuidade da migração par outros commodities devido a guerra entre Rússia e Ucrânia, que foi confirmado no relatório dos traders. Na duas últimas semana, a queda foi de 1.670 pontos, 230 pontos nesta semana e 1.440 pontos na anteiror 

O maio variou de 221,20 cents a 225,40 cents, não tendo força para buscar o primeiro suporte do dia em 220,67 cents e a primeira resistência em 228,82 cents. Este foi o quinto dos últimos sete pregões que especuladores tentam romper o piso de 220,00 cents, durante este período maio variou de 220,40 cents a 235,90 cents. Na segunda-feira o primeiro suporte está em 220,30 cents e a primeira resistência em 224,50 cents.

Os estoques de café devem ter alta em março, o primeiro crescimento mensal desde junho de 2021, com a ajudar dos cafés brasileiros que estão sendo depositados nos portos da Europa. Os estoques certificados tiveram alta hoje de 5.712 sacas para 1.027.688 sacas e no mês a alta acumulada chegou a 29.299 sacas.

 O relatório de hoje dos traders veio a confirmar a forte queda dos contratos em abertos e que somente estão caindo as posições compradas de fundos e se mantendo suas posições vendidas, comprovando a queda dos contratos de café arábica em função da migração para outras commodities. A querra entre Rússia e Ucrânia estão mudando profundamente as peças do tabuleiro das commodities mais voláteis no curto prazo para as menos voláties e café está sendo fortemente penalizado.

 Com o termíno, esperado por todos deste conflito, os fundos devem retornar a posições anterior e com ajuda extra do fundamento mais importante que é o  clima, chuvas abaixo da média os próximos meses  e começo da entradas das massas polares já no mês de maio vai tornar o café umas das commodities mais voláteis no curto prazo ao contrário que está acontecendo atualmente.        

O relatório nesta sexta-feira da Commodity Futures Trading Commission veio confirmar a migração do café arábica  para outras commodities com forte queda 18 mil contratos abertos e com os fundos diminuindo em 10 mil lotes posições compradas e mantendo suas posições vendidos. Deste o último dia 15 de fevereiro os fundos diminuíram em 27.373 lotes suas posições comprados e aumentaram somente em 2.466 posições vendidas.

Os dados da CFTC divulgados nesta sexta-feira, 11 de março referente ao dia 08 de março, mostra diminuição 22,9% nas posições líquidas compradas de fundos para 33.740, queda de 10.006 lotes. As posições abertas tiveram forte queda de 18.156 lotes, passando 302.207 lotes para 284.740 lotes. os grandes fundos possuíam 33.740 posições líquidas compradas (44.040 posições compradas e 10.300 posições vendidas), no último dia 08 de março. No relatório anterior, referente a 01 de março, eles tinham 43.746 posições líquidas compradas (53.882 posições compradas e 10.136 posições vendidas).

Mesmo com o dólar fechando em alta a R$ 5,0540, a novidade desta sexta-feira foi que a BM&F de São Paulo e bolsa de Londres ignoram totalmente a performance da bolsa de NY. O contrato de maio de BM&F de maio teve alta de US$ 4,80 fechando a US$ 276,25 e julho com alta de US$ 7,45 a US$ 275,00. Segundo um analista de mercado daqui para frente vai ser normal esta distorção entre NY e BM&F devido a escassez de café " Prevendo a dificuldade de encontrar café nos próximos meses, o investidor da bolsa está mais interessado no produto físico e não papel", disse ele .

A Cecafé informou hoje que as exportações de café verde do Brasil somaram 3,146 milhões de sacas em fevereiro, queda de 14,3% e tudo indica que os próximos meses as quedas serão mais intensas em função a dificuldades crescente dos exportadores para comprar devido a escassez do produto e a concorrência com o mercado interno e tudo indica que nos meses de maio, junho e julho, o Brasil passará a segundo lugar nos embarques mensal de café sendo ultrapassado pelo Vietnã.      

O café está ganhando impulso nos EUA, o maior consumidor do mundo, ajudado pelo mercado de trabalho historicamente apertado do país. Após uma pausa durante a pandemia, 66% dos EUA agora estão bebendo café diariamente, o maior número em cerca de cinco anos, de acordo com uma pesquisa da National Coffee Association.  Conduzindo os ganhos estão os amantes de café com 40 anos ou mais que estão se juntando à força de trabalho e precisam de cafeína. Em comparação, apenas 58% dos americanos bebiam café diariamente em 2021 e 63% em 2020.

O mercado está atento às condições do clima para a safra brasileira, especialmente depois de a Agência Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos informar que a probabilidade de o La Niña continuar a agir no terceiro trimestre. O fenômeno costuma reduzir o regime de chuvas no Centro-Sul do Brasil, o que pode afetar o desenvolvimento dos cafezais.

Fonte: Agnocafé

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