Relatório dos traders comprova migração dos fundos para o café arábica
Por José Roberto Marquesa da Costa
Em dia muito agitado com os vencimentos da opções de maio, volume em NY atingiu 81.121 lotes, mais que o dobro da médias dos útimos pregões, o contrato fecohu com alta de 550 pontos a 231,65 cents, variando de 224,80 cents a 233,00 cents (maior nível desde 09 de março ), ultrapassando a primeira resistência do dia em 229,53 cents e a segunda em 232,92 cents. Na semana, a alta foi de 3,2 cents, variando de 224,40 cents a 233,00 cents, com after hours de hoje fechando em 232,50 cents. Os estoques certificados diminuíram 3.001 sacas para 1.077.178 sacas.
Depois de uma semana variando entre os piso 225,00 cents e 230,00 cents, tecnicamente, o pregão no dia do vencimento das opções, recuperou o piso de 230,00 cents com mais compras de fundos retornado ao mercado de café, fechando no after hours a 233,00 cents. Na segunda-feira o primeiro suporte está em 226,63 cents e a primeira resistência em 234,83 cents.
Caso não tenha nenhum interferência externa, as coberturas dos fundos devem continuar por vários fundamentos positivos, aumento no consumo, baixos estoques tanto nos países produtores e consumidores, quebras de safras devido ao clima nos dois principais produtores de café arábica, muitas chuvas na Colômbia e provável estiagem no Brasil em abril e maio, longo depois as entradas das massas polares.
A tendência é vies de alta, recuperar o piso 235,00 cents, que Agnocafé chama de "divisor de água", e na buscar os níveis de 240,00 cents, 245,00 cents e 250 cents no médio prazo. Neste período deveram acontecer as realizações para aliviar os indicadores sobrecomprados.
Os dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) divulgados hoje referente ao dia 05 de abril, comprova migração dos fundos de investimentos para o café arábica, a surpresa foi, além de aumentar em 18% ( 4.743 lotes) posições compradas, diminuíram em 30% (3.118 lotes ) suas posições vendidas.
O relatório mostra aumentaram 48,69% nas posições líquidas compradas de fundos para 23.395 lotes, alta de 7.661. Os grandes fundos possuíam 23.395 posições líquidas compradas, sendo 30.980 posições compradas e 7.385 posições vendidas. No período do relatório maio valorizou 1.560 pontos de 215,70 cents a 231,30 cents.
Segundo o jornal Valor Econômico, o fator cambial e a perspectiva de uma safra aquém do potencial no Brasil deram suporte ao café arábica na sessão de hoje. Outro elemento de sustentação foi a queda dos estoques da bolsa de Nova York. Com uma produção brasileira aquém do potencial para um ano de bienalidade positiva, em que as lavouras produzem naturalmente mais, a tendência é que o quadro global de oferta e demanda de café siga apertado. Do lado da demanda, o medo de que a guerra entre Rússia e Ucrânia atinja a Europa diminuiu, disse o analista Jack Scoville, do Price Group, em relatório recente, continuindo um cenário é mais favorável ao aumento de consumo.
Segundo o analista Vassilis Karamanis da Bloomberg, a alta do dólar contra as principais moedas pode finalmente ter chegado a um ponto de exaustão, com os mercados monetários precificaram pela primeira vez mais 2,25 pontos percentuais de aumentos nas taxas de juros do Federal Reserve até o final de 2022, o ritmo mais acentuado de aperto desde 1994. A última ata do FOMC detalhou o plano do Fed de encolher seu balanço patrimonial em mais de US$ 1 trilhão por ano.
Caso a informação deste analista financeiro estivar correta, os produtores serão as grandes beneficiadas com valorização do dólar durante o ano de 2022. Com juros mais altos nos Estados Unidos, a tendência é os investidores migram o dólar dos países como o Brasil para EUA, o que provocaria alta no dólar afetando diretamente os produtos agrícolas em geral. O lado negativo será aumento dos custos dos fertilizantes.
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