Nos últimos 7 pregões, café arábica acumula alta de 18,75 cents em NY
Por José Roberto Marques da Costa
Em mercado fortemnte sobrecomprado e com o volume de negócios atingindo 37.629 lotes, as cotações do café na bolsa de Nova York fecharam em queda nesta sexta-feira, com julho recuando 5,84 cents (2,46% ) e fechando a 232,40 cents por libra-peso, variando de 231,45 cents a 240,00 cents ( 2,00 cents abaixo da máxima de 97 dias no pregão do dia anterior) , rompendo dois suportes do dia, o primeiro em 236,13 cents e segundo 234,02 cents. Nos últimos 7 pregões, 5 foram de altas e 2 de baixas, acumulando valorização de 18,75 cents, variando cerca de 28,35 cents, de 213,65 cents a 242,00 cents.
Os estoques certificados diminuíram 7.135 sacas para 1.023.477 sacas e em apenas 3 dias de junho teve queda de 37.061 sacas, média diária de 12.354 sacas, tendo os estoques de café brasileiros diminuindo 33.338 sacas neste período. Mantendo esta média, na próxima semana deve romper o número importante para o mercado que é 1 milhão de sacas, aproximando nos menores níveis em 22 anos.
Os contratos em NY vinham se mostrando fortemente sobrecomprado e as correções verificadas no pregão de hoje já eram aguardadas e podem dar sustentação para a busca de novos patamares. O dia foi quedas, mas pode ser lido até como positivo. É necessário que o terminal diminua alguns de seus indicadores técnicos, que se mostravam sobrecomprados. Descarregando parte das compras recentes, poderemos retomar, na sequência, alguns ganhos mais efetivos. Temos de lembrar que, em poucos dias, subimos mais de 25,00 cents, então, essa correção era esperada. Numa retomada das altas, podemos ter como foco o target de 250,00 cents.
Segundo a agência Reuters, negociantes disseram que a previsão de chuvas nas áreas de café brasileiras a partir de 8 de junho foi um fator por trás do recuo desta sexta-feira, uma vez que uma seca anterior estava levantando preocupações sobre a situação dos cafezais. Os operadores acrescentaram, que mercado continua bem apoiado por um fluxo limitado do Brasil, Colômbia e da América Central, que também aumentou os prêmios de preço sobre os futuros, com colheita no Brasil abaixo do ritmo da média histórica.
Segundo o relatório dos traders referente ao dia 31 de maio, mostra crescimento de 32% nas posições líquidas compradas de fundos para 23.453 lotes. Os grandes fundos possuíamm 29.926 posições compradas e somente 6.473 posições vendidas, aumentam em 12,7% suas posições compradas e diminuíram em 26,5% suas posições vendidas. O que chama a atenção é a posição vendidas dos fundos uma das mais baixa da história.
O meteorologista Celso Oliveira alerta que, até o fim de julho, é possível que o Brasil experimente novamente uma onda de frio parecida com a que gelou o país no começo da segunda quinzena de maio. Segundo ele, " são esperada 2 ou 3 massas polares vão efetivamente gerar situações de onda de frio no país. A tendência de neutralidade no centro e leste do Pacífico Equatorial, mas com características frias, facilita a passagem de outras massas de ar frio sobre o Brasil ao longo do inverno."
Agnocafé está alertando a vários meses sobre uma possível quebra de safra bem acima do esperado, e contato esta semana com várias fontes em zonas cafeeiras brasileiras e a grande maioria delas aponta que o que se observa é uma quebra significativa em relação ao que se colheu em 2021, que foi uma safra de ciclo baixo. Segundo essas fontes, a esperada "safra surpresa", que já vinha sendo avaliada, está se concretizando. No sul de Minas, a diminuição em relação ao ano passado, ainda de acordo com essas fontes consultadas, poderia variar entre 25% e 30%, com a Mogiana podendo ter números 40% menores e o Cerrado 50%.
Informação contraditória
A grande maioria dos analistas estão mencionando, que o receio de que o consumo de café em estabelecimentos comerciais tenha diminuído pressiona as cotações. A consultoria lembra que a inflação tem reduzido o poder de compra de boa parte da população global. Veja abaixo informações desta semana das agências de notícias chinesas informam o contrario.
" Os ganhos primeiro trimestre da empresa chinesa de cafés Luckin Coffee revelaram um aumento na receita de quase 90%, apesar das rígidas restrições do Covid-19 e de uma economia em desaceleração. Além de alcançar seu primeiro lucro desde seu lançamento, a empresa também encerrou o primeiro trimestre com 6.580 lojas na China, superando a Starbucks que atualmente possui cerca de 5.650 pontos de venda no país"
O Starbucks Reserve Roastery em Xangai retomou as operações na sexta-feira após uma suspensão de dois meses. Na sexta-feira, quase 600 filiais da Starbucks em Xangai foram reabertas, representando cerca de dois terços de suas lojas na cidade.
"Quase 500 deles reabriram nos últimos três dias, o que dá mais confiança à nossa equipe", disse Leo Tsoi, CEO da Starbucks China. Estima-se que Xangai, uma cidade na vanguarda do boom do consumo de café na China, tenha mais de 7.000 cafeterias.
A Starbucks sozinha tem mais de 900 filiais em Xangai.Tsoi observou que um novo Starbucks será aberto no distrito de Qingpu, em Xangai, no sábado. "Tanto a retomada das filiais existentes quanto a abertura da nova refletem nossa confiança no mercado consumidor da China."
A grande notícia da semana veio também da China, com marca líder de roupas esportivas, Li-Ning, iniciando seu próprio negócio de café. A marca esportiva solicitou recentemente o registro de sua marca como “Ning Coffee” e já opera serviços de café em Pequim, Xiamen da província de Fujian e Zhanjiang da província de Guangdong.
Espera-se que a maioria de seus negócios de café seja incluída em suas lojas físicas de roupas esportivas, que são numeradas em mais de 7.000. Se adicionar café em suas lojas de roupas esportivas, a escala máxima estimada do “Ning Coffee” pode ser maior do que as maiores redes de café do país, ultrapassando a Starbucks China tem e a Luckin Coffee em números de lojas.
Desejo a todos um ótimo final de semana e que as chuvas retomem aos cafezais
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