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Produtores e Cooperativas confirmam quebra de safra acima do estimado


Santos, sexta-feira, 15 de julho de 2022

A insegurança com os rumos da economia mundial chegou quase ao pânico esta semana. Cresceu o temor de mais inflação e uma recessão global, com o recrudescimento da covid na China e a continuação da guerra no leste europeu. Um clima de aversão ao risco dominou os mercados internacionais, levando ao fortalecimento do dólar frente às demais moedas (atingiu a paridade com o euro esta semana), derrubou o petróleo, commodities agrícolas e metálicas recuaram forte, com investidores e especuladores fugindo do risco e se abrigando na moeda americana (com informações do jornal Valor Econômico).

 Esse cenário no exterior, refletiu negativamente no quadro econômico brasileiro, já pressionado pelo ambiente político ruim nestas vésperas de eleição, com descontrole da inflação, agravado agora com a aprovação da preocupante PEC “das bondades” na Câmara Federal. No Brasil, o dólar subiu forte frente ao real, acumulou alta de 2,6 % na semana, e o Ibovespa fechou hoje aos 96.551 pontos, perdendo 3,73 % na semana.

 No café - com fundos e especuladores fugindo de investimentos de risco - e com o dólar em alta expressiva frente ao real, as cotações do café na ICE derreteram. O anúncio, na quarta-feira, pelo CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, das exportações brasileiras de café no ano-safra 2021/2022, encerrado no final de junho, somarem praticamente 40 milhões de sacas (foram 39,589 milhões de sacas), em um ano-safra difícil, prejudicado por secas e frio, surpreendeu e contribuiu para termos ontem um pregão de fortes baixas na ICE em Nova Iorque.

 Os contratos para setembro próximo caíram 720 pontos na segunda-feira, 790 pontos na terça, subiram 200 pontos na quarta-feira, recuaram 1.205 pontos ontem, rompendo o suporte dos dois dólares, e hoje, em um pregão de ajustes, subiram 450 pontos. Na semana totalizaram queda de 2.065 pontos. Hoje, bateram em US$ 2,0215 na máxima do dia e fecharam valendo US$ 1,9980 por libra peso. Na última sexta-feira esses contratos fecharam valendo US$ 2,2045 por libra peso, em alta de 155 pontos. No balanço da semana passada somaram 420 pontos de baixa.

 Os operadores estão com suas atenções voltadas aos problemas imediatos da economia global, deixando em segundo plano a queda na produção mundial de café, com os seguidos problemas climáticos nos principais países produtores, e os baixos estoques em todo o mundo. No Brasil, a esta altura da colheita da safra 2022, produtores e cooperativas, de quase todas as regiões produtoras de arábica, confirmam quebra na nova safra brasileira maior que a estimada por eles antes do início dos trabalhos de colheita.

 Os estoques de café certificado na ICE, em Nova Iorque, caíram todos os dias desta semana. Hoje foram mais 10.535 sacas. Estão agora em 740.167 sacas, uma terça parte do que totalizavam um ano atrás, quando somavam 2.185.341 sacas, caindo neste período 1.445.174 sacas.

 O dólar hoje bateu em R$ 5,4490 na máxima do dia e fechou em queda de 0,62 % a R$ 5,4040. Ontem fechou em alta de 0,62 % a R$ R$ 5,4330. Fechou a sexta-feira passada valendo R$ 5,2680 em queda de 1,44 %.

 Em reais por saca, os contratos de café para setembro próximo fecharam hoje a R$ 1 428,25. Na sexta-feira passada encerraram a semana valendo R$ 1 536,25. Na sexta-feira anterior fecharam a R$ 1 581,23.

 O mercado físico brasileiro de arábica na prática não trabalhou por toda a semana. A forte queda em Nova Iorque travou os negócios. Foram poucas as vendas fechada. Não apareceram vendedores nas bases de preços oferecidas.

 O Brasil exportou no ano-safra 2021/2022 (julho de 2021 a junho de 2022), 39,589 milhões de sacas de 60 kg de café e obteve uma receita cambial recorde de US$ 8,117 bilhões, com embarques para 121 países. Em relação ao ano-safra anterior, 2020/2021, a queda foi de 13,3% em volume, mas tivemos crescimento de 38,7% em valor. Esses números anuais foram fechados com os dados de junho deste ano, quando o Brasil embarcou 3,144 milhões de sacas.

 No ano-safra 2021/2022, o Porto de Santos permaneceu como o principal porto exportador dos cafés do Brasil, com o embarque de 31,440 milhões de sacas, 79,4% do total. Em segundo veio o Porto do Rio de Janeiro com embarques de 6,019 milhões de sacas, 15,2 % do total. Em terceiro, o Porto de Vitória, no Espírito Santo, com o envio de 567.631 sacas ao exterior, 1,4% do total.

 No último mês de junho foram embarcadas 3.144.334 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 2 % ( 65.684 sacas) mais que no mesmo mês de 2021 e 6,5 % (194.025 sacas) mais que no último mês de maio. Foram 2.652.197 sacas de café arábica e 141.302 sacas de café conilon, totalizando 2.793.499 sacas de café verde, que somadas a 346.422 sacas de solúvel e 4.413 sacas de torrado, totalizaram 3.144.334 sacas exportadas em junho último.

 Os embarques de junho fecharam as exportações brasileiras no ano safra 2021/2022 (1º de julho a 30 de junho). Elas totalizaram 39.588.713 sacas, 13,3 % menos que no ano safra 2020/2021 (exportamos 45.675.217 sacas) e 1,6 % menos que no ano safra 2019/2020 (quando exportamos 40.255.946 sacas). No ano safra anterior, 2018/2019, exportamos 41.426.325 sacas.

 Até dia 15, os embarques de julho estavam em 498.002 sacas de café arábica, 23.558 sacas de café conilon, mais 37.516 sacas de café solúvel, totalizando 559.076 sacas embarcadas, contra 545.607 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 15 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 1.067.238 sacas, contra 1.253.911 sacas no mesmo dia do mês anterior.

 A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 8, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 15, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo 2.065 pontos ou US$ 27,31 (R$ 147,61) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 8 a R$ 1.536,21 por saca, e hoje sexta-feira dia 15 a R$ 1.428,25. Hoje, nos contratos para entrega em setembro a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 450 pontos.

Escritório Carvalhaes

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Contrato Cotação Variação
Julho 201,30 + 0,45
Setembro 200,30 + 0,40
Dezembro 199,45 + 0,40
Contrato Cotação Variação
Julho 3.438 + 5
Setembro 3.370 + 6
Novembro 3.298 + 6
Contrato Cotação Variação
Julho 250,20 0
Setembro 243,55 0
Dezembro 239,50 0
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,1300 0
Euro 5,5510 0
Ptax 5,1356 0
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1060,00
    Moka R$ 1250,00
    Safra 23/24 20% R$ 1200,00
    Peneira 15/16 R$ 1270,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1080,00
    Peneira 17/18 R$ 1300,00
    Safra 23/24 15% R$ 1210,00
    Safra 23/24 25% R$ 1190,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Duro/Riado 15% R$ 1120,00
    Cereja 20% R$ 1230,00
    Safra 23/24 15% R$ 1210,00
    Safra 23/24 25% R$ 1190,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 1210,00
    Safra 23/24 25% R$ 1190,00
    Peneira 17/18 R$ 1300,00
    Variação R$ 1240,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 23/24 20% R$ 120,00
    Safra 23/24 30% R$ 1180,00
    Escolha kg/apro R$ 15,30
    Duro/Riado 30% R$ 1100,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 1210,00
    Safra 23/24 25% R$ 1190,00
    Duro/riado 25% R$ 1120,00
    Rio com 20% R$ 1050,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Agnocafé 23/24 R$ 1210,00
    Conilon/Vietnã R$ 1256,62
    Cepea Arábica R$ 1125,17
    Cepea Conilon R$ 940,27
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 972,00
    Conilon T. 7 R$ 964,00
    Conilon T. 7/8 R$ 957,00