Operadores deixam em segundo plano a queda severa na produção mundial
Santos, sexta-feira, 22 de julho de 2022
Continuou esta semana a “gangorra” e a especulação nos contratos de café em Nova Iorque. Assistimos comportamento semelhante ao da semana passada, quando os contratos oscilaram forte dia após dia e os para setembro próximo somaram 2065 pontos de baixa.
Hoje, na ICE, tivemos um pregão de fortes baixas nas cotações do café. Os contratos para setembro próximo, bateram em US$ 2,1480 na máxima do dia e fecharam em queda de 915 pontos a US$ 2,0670 por libra peso. Ontem, caíram 230 pontos, encerrando o dia a US$ 2,1585 por libra peso. Anteontem subiram 165 pontos. Na terça-feira encerraram o dia em alta de 130 pontos, e na segunda-feira, abriram a semana cravando alta de 1540 pontos e fechando o dia a US$ 2,1520 por libra peso. Na sexta-feira passada, esses contratos para setembro fecharam valendo US$ 1,9980. Na sexta-feira da semana anterior fecharam valendo US$ 2,2045 por libra peso. No balanço desta semana, em meio a todo o sobe e desce, os contratos para setembro próximo na ICE somaram 690 pontos de alta.
Repetimos, que em nossa opinião, Os operadores em Nova Iorque estão com suas atenções voltadas para o curto prazo, aos problemas imediatos da economia global, deixando em segundo plano a queda severa na produção mundial de café, com os seguidos problemas climáticos nos principais países produtores, que levaram aos atuais baixos estoques em todo o mundo. Não é provável a recomposição desses estoques nos próximos anos.
Os estoques de café certificado na ICE, em Nova Iorque, caíram todos os dias da semana mais uma vez. Hoje foram 7.090 sacas. Estão agora em 705.727 sacas, apenas 1/3 das 2.180.375 sacas estocadas um ano atrás. Caíram neste período 1.474.648 sacas.
Em junho último, a produção de café na Colômbia, maior produtor mundial de arábica suave lavado, caiu 10%, para 951 mil sacas de 60 kg de café verde, ante quase 1,1 milhão produzidas no mesmo mês de 2021, informou a Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia. Até agora, neste ano (janeiro-junho), a produção, 5,4 milhões de sacas, apresentou queda de 5% em relação aos pouco mais de 5,7 milhões de sacas produzidas no mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses (julho de 2021 a junho de 2022), a produção atingiu quase 12,3 milhões de sacas, 9% abaixo das quase 13,5 milhões de sacas produzidas há um ano. E no ano cafeeiro (outubro de 2021 a junho de 2022), a produção caiu para quase 9 milhões de sacas, 11% a menos que as quase 10,1 milhões do ano cafeeiro anterior (comunicaffe.com).
A Fundação Procafé – Fundação de Apoio à Tecnologia Cafeeira, sediada em Varginha – MG, alertou hoje, que em visita recente, constatou que pragas e doenças vêm ocorrendo de forma diferente do normal em lavouras novas na Zona da Mata de Minas e sul do Espírito Santo, com severo ataque de bicho-mineiro, especialmente em áreas em formação (fonte: Site Notícias Agrícolas, entrevista com o Engenheiro Agrônomo José Braz Matiello).
O dólar hoje oscilou bastante frente ao real, mas encerrou o pregão praticamente no mesmo valor de ontem, cotado a R$ 5,4980 em alta de 0,02 %. Ontem fechou valendo R$ 5,4970 subindo 0,66 %. Na sexta-feira passada, fechou a R$ R$ 5,4040.
Em reais por saca, os contratos de café para setembro próximo fecharam hoje a R$ 1.503,28. Ontem encerraram o dia a R$ 1.569,54. Na sexta-feira passada terminaram a R$ 1.428,25. Nas duas sextas-feiras anteriores encerraram a semana valendo respectivamente R$ 1.536,25 e R$ 1.581,23.
No mercado físico brasileiro de arábica, com a queda forte hoje em Nova Iorque, os compradores diminuíram o valor de suas ofertas, e o mercado que já vinha lento, com poucos negócios sendo fechados, travou de vez nesta sexta-feira.
Ondas de calor têm atingido a Europa, Oriente Médio, Ásia e África no último mês. Temperaturas têm superado os 40ºC. De acordo com a Agência Espacial Americana, a Nasa, o mês de junho foi o mais quente já registrado. E julho segue pelo mesmo caminho. Pela primeira vez desde o início das medições, o Reino Unido, acostumado a verões em que as máximas não ultrapassam os 25º C, registrou ontem 40,2º C, em meio a um alerta vermelho de temperaturas extremas emitido pelas autoridades locais. Há nove dias, a Espanha enfrenta uma das piores ondas de calor da sua história, com temperaturas que variam de 39ºC a 45ºC. Já há previsões de que mesmo países mais ao norte, como Bélgica e Alemanha, também registrem temperaturas superiores aos 40ºC.
Outras regiões do hemisfério norte também estão registrando ondas de calor extremo e temperaturas recorde, segundo dados da Nasa. No último dia 13, na Tunísia, no Norte da África, a temperatura chegou a 48º C, batendo uma marca de quarenta anos. No Irã, as temperaturas permaneceram altas em julho depois de um registro de 52ºC no fim de junho. Na China, o verão trouxe três ondas de calor muito forte. Segundo o Observatório de Xangai, que registra temperaturas desde 1873, a cidade alcançou 40,9ºC, a maior já marcada (fonte: jornal O Estado de São Paulo).
A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.050.084 em 30 de junho de 2022. Uma alta de 46.353 sacas em relação às 6.003.731 sacas existentes em de maio de 2022.
Até dia 22, os embarques de julho estavam em 1.005.225 sacas de café arábica, 42.137 sacas de café conilon, mais 75.322 sacas de café solúvel, totalizando 1.122.684 sacas embarcadas, contra 1.156.897 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 22 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 1.717.586 sacas, contra 2.101.405 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 15, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 22, subiu nos contratos para entrega em setembro próximo 690 pontos ou US$ 9,12 (R$ 50,18) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 15 a R$ 1.428,25 por saca, e hoje sexta-feira dia 22 a R$ 1.503,28. Hoje, nos contratos para entrega em setembro a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 915 pontos.