Tempestade perfeita do café mostra sua intensidade nesta semana
Por José Roberto Marques da Costa
Os contratos futuros de café arábica fecharam em queda nesta sexta-feira em semana negativa para todas as commodities devido ao rally de três ultimos dias do dólar que começou na quarta-feira com alta dos juros americanos gerando incerteza sobre a escala da desaceleração global da economia.
Com baixo volume de 18.938 lotes, cerca de 1.941 lotes a mais do pregão da quinta-feira que foi um dos menores volumes desta ano, dezembro caiu 3,35 cents ( - 1,38% ) a 220,45 cents, variando de 217,20 cents a 223,40 cents, rompendo o primeiro suporte do dia em 219,63 cents e sem força para buscar o segundo em 215,72 cents. Durante a semana teve alta acumulada de 5,35 cents. Os estoques certificados diminuíram 13.402 sacas para 472.006 sacas e no mês de setembro já caíram 200.679 sacas ( -42,5% ). A méida diária da queda está em 8.725 cents e daqui dez pregões os estoques devem romper 400 mil sacas.
Pelos dados da CFTC divulgados referente ao dia 20 de setembro, mostra que praticamente mantiveram suas posições líquidas compradas de fundos para 24.026 lotes, leve alta de 0,34% cerca de 80 a mais. As posições futuras os grandes fundos possuíam 24.026 posições líquidas compradas, sendo 32.849 posições compradas e 8.823 posições vendidas. Em relação ao relatório anterior, teve queda de 1.914 posições compradas e 1.994 posições vendidas.
Em sua analise de terça feira da Agnocafé, foi mencionado que um triplo stops de compras em 212,50 cents acionado nos últimos 30 dias, nesta semana começou finalmente a definir a provável performance do mercado de café no curto e médio prazo. Caso nenhum fator externo vem a intereferir tanto no café arábica como no conilon e com a presença constante nos últimos meses dos pequenos investidores, especuladores e traders em manter o nível entre 215,00 cents e 220,00 cents bem abaixo de 225,00 cents, tudo indica esta insistência está perdendo força que deve começar a buscar patamares maiores na buscar 230 cents, 235 cents e a máxima de agosto acima de 240 cents no curto prazo para depois níveis acima de 250,00 cents o médio prazo.
Com aumento do juros americano na quarta-feira apareceu este "fator externo" que adiou a provável recuperação do mercado de café, começou o rally do dólar na quarta, quinta e sexta-feira, interferindo em todas as commdites, um exemplo está no petróleo, com o barril do WTI recuando para US$ 78,74 fechando hoje em novas mínimas desde janeiro.
Para a suprença de todos, o mercado de café, a tempestade perfeita mostrou sua intensidade, com força nos últimos três dias presenvando o nível de 220,00 cents. Na terça-feira dezembro fechou a 225,15 cents, na quarta a 221,30 cents, na quinta a 223,55 cents e hoje com a mínia em 217,25 cents e fechando a 220,45 cents. Apesar do rally tripo do dólar, o mercado mostrou que tem forte comprador abaixo de 220,00 cents.
Depois de dois dias tentando conter a alta devido a alta posições vendidas de intuições financeiras e fundos de investimentos, o mercado de cãmbio brasileiro finalmente foi contaminado, pegando a maioria de "calça curta" nesta sexta-feira. O dólar encerrou a sessão em alta de 2,64% a R$ 5,2480 com a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,1710 e a máxima de R$ 5,2660.
Os operadores disseram que as chuvas no Brasil e a perspectiva de mais chuvas nas próximas semanas melhoraram as perspectivas para a safra do próximo ano no maior produtor mundial. Apesar do registro de precipitação em algumas áreas, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) diz que ainda é necessário que o volume de chuvas aumente, sobretudo no sul e Cerrado Mineiros e na Mogiana Paulista, para a abertura de mais botões e para o pegamento dos já abertos.
Sempre focado nos seus "interesses financeiros", operadores, analistas e traders continuam focado na produção do próximo ano e sempre dando destaques ao clima e a queda de consumo devido a recessão mundial. Uma instituição fincanceira disse esta semana que um bom nível de chuvas é esperado no maior produtor brasileiro nas próximas duas semanas e retorno da normalidade das chuvas no Brasil, o que deve favorecer o florescimento da safra 2023/24.
Estes analistas, especulaodres e traders estão ignorando por completamente o começo de uma tempestade perfeita no mercado de café arábica, safra brasileira bem abaixo do esperado, estoques nos menores níveis históricos no Brasil, escassez global ( arábica e conilon ), queda de 42% dos estoques de certificados somente em setembro e a continuidade pelo terceiro ano do La Niña. E um detalhe que é o mais importante, se o Brasil terá produção para honrar seus compromissos nos próximos 12 meses e pelo andar da carruagem tudo indica que "não".
Hoje, em uma entrevista à agência de notícias Reuters, o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sérgio De Zen, disse que as estimativas oficiais da safra de café do Brasil precisam ser melhoradas para espelhar com mais exatidão a realidade no maior produtor e exportador global do produto, uma vez que as informações publicadas pelo governo apontam colheitas tão baixas que não poderiam fazer frente ao consumo e exportações registrados.
Segundo o artigo do Escritório Carvalhaes, a rara afirmação de uma autoridade admitindo problemas históricos nas estimativas oficiais de café foi feita enquanto De Zen comentava números compilados pela Reuters de exportação, consumo interno e estimativas de safras dos últimos anos, que indicam que o quadro de oferta e demanda não fecha ao se confrontar os dados.
A produção de café que a Conab projetou esta semana em torno de 50,38 milhões de sacas está dentro do que a Sincal e Agnocafé tinha estimado a vários meses atrás. As 50 milhões de sacas produzidas do campo ainda tem um fator que a Conab não levou em conta, a queda média de 10% do café, depois do benefecimento que reduz para 45 milhões de sacas. Em entrevista na semana passada o presidente da Cooxupé alertou para um perda bem acima do esperado do rendimento do café.
Segundo fontes de vários setores do mercado, o recebimento do café desta safra pelas cooperativas brasileiras deve ser inferior a 50% do esperado ante ao ano anterior. A escassez do café é surpreendente e reveladora , nesta semana um forte empresa compradora começou a procurar os produtores, oferecendo atencipadamente sem cobrança de juros o valor de R$ 600,00 por saca e ficando em aberto por 12 meses para fechar a negociação.
Com esta triste realidade, alguém tem alguma dúvida se vai fazer o café?
Data: 25/09/2022 20:42 Nome do Usuário: Pedro Donizete da costa Comentário: A Conab não acerta as previsões porque não vai ao campo avaliar as lavouras. Se o fizesse, veria que a produção foi bem menor do que a nova previsão. Casca de café não é café.
Data: 24/09/2022 14:15 Nome do Usuário: Francisco Comentário: Isso mesmo! Tem q melhorar o levantamento d dados na indústria pra ver qto de polpa(casca) está sendo misturada ao pó de café. 3,4 ou 5 milhões d sacas? Aí acha a diferença.
Data: 24/09/2022 00:01 Nome do Usuário: leonardo pompeia Comentário: Por favor avisem o Sergio De Zen e outras autoridades que enquanto não houver rotulação os maus torradores vão continuar misturando o que querem no café e aí a conta não fechará nunca. Simples assim.
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