Café arábica cai para o menor nível desde 22 de setembro de 2021
Por José Roberto Marques da Costa
Os contratos futuros da Ice Futures US de café arábica encerrou as operações de sexta-feira (21) no menor nível desde setembro de 2021, mas com queda menos acentuada que dos últimos pregões sendo a oitava sessão consecutiva de perdas devido a forte redução das posições compradas dos grandes fundos de mais de 11 mil lotes como mostrou o relatório da CFTC de hoje a tarde. Na semana recuou 5,80 cents ( 2,95% ) e nos últimos 10 pregões caiu 26,55 cents ( 12,21% ).
Com a diminuição da preocupação da escassez de café no curto prazo, os diferencial entre dezembro e março caindo mais de 50%, nas últimas duas semanas estavam em de 10 cents e nesta sexta-feira está em 5,10 cents. Os estoques certificados diminuíram 2.150 sacas para 390.577 sacas, acumulando perda de 35.603 sacas em outubro ante há queda 246.505 sacas em setembro.
Com volume de 38.656 lotes, os contratos de dezembro caíram 0,15 cents, fechando a 190,90 cents, variando de 186,20 cents ( menor nível desde 22 de setembro de 2021 ) a 192,55 cents, rompendo o primeiro suporte a 187,97 cents na abertura, não tendo força para buscar o segundo em 184,37 cents e a primeira resistência em 194,37 cents
Analisando a performance do mercado sobrevendido dos últimos dois dias, os contratos estão começando a dar sinais de reação técnica. Na quinta-feira contrato dezembro bateu na mínima em 188,20 cents, depois encontrou reação e atingiu na máxima 194,60 cents e hoje a mínima chegou a 186,20 cents e a máxima 192,55 cents. Nos outros seis pregões anteriores ficou operando somente em baixa. rompendo vários suportes técnicos diários.
Pelos dados da CFTC referente ao dia 18 de outubro, mostram que os fundos diminuíram fortemente suas posições líquidas compradas para 5.106 lotes, queda de 78,6% cerca de 18.768 a menos. Os grandes fundos possuíam 5.106 posições líquidas compradas sendo 23.472 posições compradas e 18.366 posições vendidas. Em relação a semana anterior, os fundos diminuíram em 11.210 suas posições compradas e aumentaram em 7.558 suas posições vendidas.
Nestas últimas duas semanas, o mercado está passado amnésia dos fundamentos com performance da instabilidade global do dólar e em função dos gráficos técnicos diários na procura de um novo piso dando sinais no pregão de hoje que o nível de 186,50 cents pode ser o patamar este ano. Tecnicamente na segunda-feira, os suportes estão em 187,22 cents, 183,53 cents e 180,87 cents e as resistências em 193,57 cents, 196,23 cents e 199,92 cents.
Para Agnocafé, o mercado vai sentir no médio e longo prazo um aumento gradual do déficits global de café com a grande ajuda do Brasil, devido a queda acentuda da safra de café arábica deste ano. Tudo indoca que deverá reduzir acentualmente suas exportação nos próximos meses para conseguir honrar seus compromissos até o início da safra em 2023 e com ajuda da queda de produção da Colômbia, México e dos países da América Central.
O mercado interno continua fortemente travado com a realizações de negócios esporádicos, O indicador de café arábica bruto da Agnocafé com 15% cata ficou em R$ 1.170,00, queda de 0,85% ( - R$ 10,00 ) nesta sexta-feira ( 21/10 ) e o indicador livre a R$ 1.140,00. No mês fica com queda de R$ 230,00, durante o ano 2022 fica em queda de R$ 310,00 .
Versões de outros analistas de mercado
"Os futuros de café afastaram as preocupações quanto aos estoques globais apertados e, em vez disso, viram os preços caírem em uma melhora climáticas no Brasil e um ambiente de consumo em deterioração", disse a Fitch Solutions em nota.
" As indicações melhores para a oferta adiante, com a chegada da safra de arábica da América Central e da Colômbia no final do ano e do robusta vietnamita trazem uma tranquilidade para o mercado. No lado da demanda, a apreensão com a inflação e recessão globais, sobretudo na Europa, grande região consumidora, é aspecto baixista", disse o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach. " Os negociantes observaram que as vendas internas estão quase completamente paralisadas, com os cafeicultores relutantes em fechar negócios a preços baixos", acrescentou ele.
" Enquanto os traders aproveitam o azedume com o qual abriu os mercados financeiros para realizar lucros nos grãos em Chicago, no café eles aproveitam o mesmo ambiente de risco para descontar as cotações pela 8ª sessão seguida em Nova York. O clima favorável na safra futura, com chuvas amigáveis para o desenvolvimento dos cafezais, e uma safra recém-colhida com boas exportações do Brasil em cenário duvidoso quando ao consumo pressionado pelo mundo com inflação e taxas de juros, não alimentam qualquer suporte para os preços", disse Giovanni Lorenzon da Money Times.
Segundo informações de Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), nos mês de outubro, até dia 21 foram embarcadas 1.674.536 sacas de café, alta de 12,4% em relação ao mês de setembro. Até 21 de outubro a média diária está em 79.740 sacas ante média de 112.870 em setembro, queda de 30%
E as outras commodities
A indicação de que o Federal Reserve (Fed) pode suavizar os aumentos de juros nos Estados Unidos enfraqueceu o dólar e abriu espaço para as commodities. Segundo o jornal “The Wall Street Journal”, depois de sucessivas elevações de 0,75 ponto percentual, o mercado aposta que o Fed pode aumentar a taxa de juros americana em 0,5 ponto percentual na reunião de dezembro. A soja, trigo e milho subiram pelo segundo dia seguido na bolsa de Chicago. Somente o algodão fechou em alta, o suco de laranja, cacau, café e açúcar fecharam o dia em queda em NY.
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