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Carvalhaes: Preços atuais estão bem abaixo do custo de produção


Santos, sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque trabalharam em queda forte esta semana. As razões da queda são as mesmas que vêm derrubando as cotações desses contratos nas últimas semanas. As chuvas que caíram neste mês de outubro sobre os cafezais brasileiros, trazem aos operadores em Nova Iorque a expectativa de uma safra grande de café no próximo ano. Essa expectativa, mais o volume dos embarques brasileiros de café em setembro último, e, a aproximação da entrada no mercado das safras da Colômbia e América Central, levam os compradores de café a retardarem novas compras, aguardando um quadro mais claro da oferta de café.

Também as dificuldades econômicas nos EUA e na Europa, com inflação e juros em alta, mais o confuso e preocupante quadro político e econômico no mundo, resultante da invasão da Ucrânia pela Rússia, levam os operadores internacionais a agirem com cautela, observando o comportamento do consumo de café no hemisfério norte nos próximos meses e o desenvolvimento da próxima safra brasileira de café. Esse cenário vem derrubando com força as cotações do café na ICE em Nova Iorque.

O fato, é que até agora, não temos queda no consumo mundial de café, e a atual safra brasileira de café arábica quebrou acima do que era esperado no início dos trabalhos de colheita.

A Fundação Procafé atualizou ontem sua análise das condições dos cafezais brasileiros de arábica para a próxima safra 2023. Alysson Fagundes, Engenheiro Agrônomo da Fundação, informou que a última florada em nossos cafezais, a principal para a safra 2023, não registrou um pegamento ideal, com exceção das áreas irrigadas. Acrescentou que a recuperação no arábica não deve acontecer na intensidade que era esperada anteriormente pelos cafeicultores, e seu desempenho será inferior ao projetado pelo mercado. Veja a exposição completa do engenheiro da Procafé em nosso site.

Os cafeicultores, com a produção deste ano bem menor que a estimada e os custos de produção em alta, entregaram parte de sua produção 2022 - negociada um, dois e até três anos atrás - a preços, que agora na entrega, em agosto e setembro últimos, ficaram bem abaixo do custo de produção. Neste quadro, resistem em vender o que restou da colheita 2022 nas bases de preço oferecidas pelos compradores após a queda das cotações do café na ICE em Nova Iorque. Sabem que se venderem nos preços oferecidos, aumentarão e consolidarão o prejuízo, ficando sem recursos para manterem seus cafezais até a próxima safra.

Dia após dia, semana após semana, os compradores repassam as quedas na ICE para suas ofertas no mercado físico brasileiro, na expectativa que os cafeicultores brasileiros aceitem vender nesses preços, apesar de terem produzido bem menos café e a custos bem mais altos do que imaginavam. Nos últimos dois anos, subiram forte os preços do combustível, da energia, dos fertilizantes, dos defensivos, da mão de obra e de máquinas para colheita e benefício.

Os contratos de café na ICE em Nova Iorque, trabalharam hoje em queda forte. Os com vencimento em dezembro próximo bateram em US$ 1,7965 na máxima do dia, oscilaram 1 190 pontos entre a máxima e a mínima, e encerraram o pregão em queda de 905 pontos a US$ 1,6980 por libra peso. Ontem caíram 90 pontos. Anteontem a queda foi de 605 pontos. Na terça-feira recuaram 460 pontos. Na segunda-feira caíram 50 pontos. No balanço da semana somaram queda de 2.110 pontos. Na sexta-feira da semana passada, encerraram a semana a US$ 1,9090 por libra peso. Recuaram 580 pontos na semana. Na semana anterior a baixa foi de 2.140 pontos. Do início deste mês de outubro até hoje, dia 28, a queda acumulada foi de 5.175 pontos. Em reais por saca, esses contratos de café para dezembro próximo fecharam no dia 30 de setembro último valendo R$ 1.580,80. Hoje, no fechamento, valem R$ 1.190,44.

Os estoques de café certificado na ICE Futures US, em Nova Iorque, caíram todos os dias em outubro. Hoje a queda foi de 670 sacas. Encerraram a semana em 384.795 sacas. 20% do que somavam um ano atrás, quando totalizavam 1.888.044 sacas, caindo neste período 1.503.249 sacas.

O dólar caiu hoje 0,13 % e fechou a semana valendo R$ 5,3030. Ontem recuou 1,39 % e terminou o dia valendo R$ 5,3070. Na semana passada caiu forte frente ao real, acumulou queda de 3,31 %, e encerrou a sexta-feira a R$ 5,1480.

O mercado físico brasileiro de café arábica permaneceu calmo, praticamente paralisado, por toda a semana. Os compradores diminuíram dia após dia o valor das ofertas no físico brasileiro, repassando para as ofertas as quedas na ICE e o sobe e desce do dólar frente ao real. Nas bases de preço oferecidas não apareceram vendedores. Foram poucos os negócios fechados.

Apesar do fraco desenvolvimento do mercado físico brasileiro nos últimos meses, para os embarques de agosto, setembro e agora em outubro, nossos exportadores contaram com os lotes de café entregues pelos cafeicultores brasileiros em cumprimento dos contratos de venda física para entrega futura, assinados há um, dois e até três anos atrás, quando nossos cafeicultores não contavam com os sérios problemas climáticos e a explosão nos preços dos principais insumos usados na produção de café.

Até dia 28, os embarques de outubro estavam em 2.122.860 sacas de café arábica, 45.929 sacas de café conilon, mais 194.883 sacas de café solúvel, totalizando 2.363.672 sacas embarcadas, contra 2.285.977 sacas no mesmo dia de setembro. Até o mesmo dia 28 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 3.112.452 sacas, contra 2.827.760 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 21, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 28, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 2.110 pontos ou US$ 27,91 (R$ 147,93) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 21 a R$ 1.299,99 por saca, e hoje sexta-feira dia 28 a R$ 1.190,44. Hoje, nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 905 pontos.


Escritório Carvalhaes

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Contrato Cotação Variação
Julho 200,75 - 5,35
Setembro 199,10 - 5,25
Dezembro 197,40 - 5,10
Contrato Cotação Variação
Julho 3.541 - 139
Setembro 3.470 - 147
Novembro 3.385 - 151
Contrato Cotação Variação
Julho 250,10 - 7,10
Setembro 240,50 - 7,80
Dezembro 236,60 - 8,55
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,0700 - 0,85
Euro 5,4570 - 0,52
Ptax 5,0668 - 0,94
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1090,00
    Peneira 15/16 R$ 1250,00
    Moka R$ 1250,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado/rio R$ 1100,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1240,00
    Safra 22/23 15% R$ 1240,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/Riado 15% R$ 1140,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Variação R$ 1230,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 15,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
    Safra 22/23 30% R$ 1190,00
    Duro/Riado 30% R$ 1130,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado 25% R$ 1130,00
    Rio com 20% R$ 1070,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1247,84
    Cepea Conilon R$ 1134,67
    Conilon/Vietnã R$ 1451,00
    Agnocafé 22/23 R$ 1220,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1070,00
    Conilon T. 7 R$ 1062,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1055,00