Mais um problema, agora será o clima no Brasil nos próximos 90 dias
Por José Roberto Marques da Costa
Os contratos futuros de café arábica fecharam em alta pelo segundo pregão consecutivo nos últimos 30 dias indicando que o mercado pode ter encontrado um piso entre 161,00 cents a 163,00 cents no pregão de ontem, depois da um queda de 56,45 cents, quando chegou a 219,35 cents ( máxima do dia 10 de outubro) até 162,90 cents ( mínima de ontem ) operando dentro de um canal tecnicamente de baixa.
Em mercado ainda tecnicamente sobrevendio e em dia de vencimento das opções de dezembro, o volume de negócios atingiu 52.460 lotes, fechando em alta de 0,40 cents a 168,10 cents e nos dois últimos pregões a alta acumulada foi de 5,75 cents. Março variou hoje de 166,05 cents a 171,45 cents, ultrapassando a primeira resistência de 170,75 cents mas não teve força para chegar a segunda em 173,60 cents. devido ao vencimento das opções
Depois da desvalorização de mais 25% o valor dos contratos futuros de café em NY nos últimos 30 dias, puramente devido aos gráficos técnicos, tudo indica que os fundamentos podem a reverter esta tendência, voltando a recuperar paulatimamente estas perdas. Fundamentos que não faltam, estoques baixos nos países produtores e consumidores, forte quebra safra arábica no Brasil, Honduras e uma quebra bem acentuada da safra da Colômbia devido a temporada de chuvas que começou no início deste ano.
Segundo a agência Reuters, os negociantes disseram que um grande influxo de café arábica em armazéns aprovados pela ICE continua sendo uma influência de baixa. Os estoques de arábica com certificação ICE subiram para 454.056 sacas em 11 de novembro, subindo ainda mais de uma mínima de 23 anos de 382.695 sacas estabelecida em 3 de novembro. E as sacas pendentes de classificação subiram para 456.133 sacas em Antuérpia, o que poderia aumentar os estoques gerais para mais de 900.000 sacas.
Na avaliação de Gil Barabach, analista da Safras & Mercado, a fase de queda mais forte de preços, “ao menos no curto prazo”, pode já ter acontecido. “No geral, o mercado de café ainda está sem muita força para reagir porque há uma perspectiva de safra cheia no Brasil no ano que vem”, disse. Porém, lembrou Barabach, o país caminha para o período de entressafra, fator que, para ele, pode limitar o recuo das cotações.
Os fundamentos produtivos contribuem para a valorização do café, mas os importadores também estão de olho nas altas de juros e da inflação na Europa e Estados Unidos. “Os custos para importar e estocar subiram muito”, realça Eduardo Carvalhaes, analista especializado em café do Escritório Carvalhaes.
Os importadores estão receosos, sem saber como a economia do Hemisfério Norte vai se comportar nos próximos meses e qual será o efeito de uma eventual recessão sobre o consumo de café nesses países durante o inverno. “O consumo nunca recua, e não acho que cairá. Mas é impossível saber neste momento”, avalia Carvalhaes.
A agência meteorológica do Japão disse na quinta-feira que há 80% de chance de que o fenômeno La Nina continue até meio do verão, um alerta para os cafeicultores indicando que depois das boas chuvas de outubro e novembro, a precipitação pode ficar abaixo da média histórica no próximos meses nas regiões produtoras de café
Segundo informações de vários meteorológistas, nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro deve ficar seco nas regiões de café do Brasil, época importante que precisa de umidade para desenvolvimento dos grãos de café. Caso seja confirmado estas previsões climáticas, os cafeicultores poderam ter a uma nova frustação de safra como acontecer em 2021 e 2022.
O analista Guilherme Morya do Rabobank estimou nesta semana que a safra em 2023 pode chegar 68,5 milhões de sacas, com os cafezais se recuperando após uma safra menor que a esperada em 2022. disse que "boas floradas" foram registradas com as chuvas que atingiram os cafezais. Mas a meteorologia indica um tempo mais seco em dezembro e janeiro, o que demanda cautela com a projeção preliminar. "Os mapas de longo prazo, dezembro e janeiro, estão indicando pontos secos que colocam em risco...", disse ele.
Para alguns analista, o clima favorável às lavouras, vinha sendo fator de pressão sobre as cotações nas últimas semanas. No entanto, ele agora dá sustentação às cotações. Isso porque há relatos de queda de granizo em áreas produtoras de Minas Gerais. Além disso, segundo a Climatempo, a previsão para o fim de semana ainda é de tempo instável em áreas de café do norte do Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
O levantamento feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) mostra que 106 municípios relataram a ocorrência de granizo registradas no início deste mês em Minas Gerais atingiram 51,2 mil hectares de lavouras.
As áreas com plantios de café do estado foram as mais atingidas pelas chuvas, com um total de 26,6 mil hectares. Faz dois meses que os produtores de Minas Gerais são surpreendidos pelas chuvas de granizo. Na época, o levantamento da Emater-MG mostrou que 63 municípios registraram ocorrências de chuvas de granizo no meio rural. Foram 16,8 mil hectares atingidos, sendo 13 mil hectares de lavouras de café.
Data: 12/11/2022 10:39 Nome do Usuário: leonardo Comentário: Prezado Welington não seria esse vidente uma nova versão da mãe Diná? só que contra todos cafeicultores do país,não se confirmando suas previsões teria que ser responsabilizado criminalmente.
Data: 12/11/2022 09:48 Nome do Usuário: Wellington Comentário: Baseado em que esse japonês jogou esse número no mercado?
Data: 12/11/2022 02:30 Nome do Usuário: Leonardo Comentário: Meu amigo Jose Roberto como é que o Tite não convocou o analista do Rabobank; ele chuta muito bem, mas sempre contra os pobres e frageis produtores.Não se confirmando esse CHUTE quem paga a conta?
Inserir Comentário
