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No curto prazo o fundamento importante será o desempenho das exportações


Por José Roberto Marques da Costa

Os contratos futuros do café arábica tiveram uma semana de queda acumulando perda  de 2,7% influenciado pelos números bem robustos das exportações de café do Brasil nos últimos  meses que provocou uma inversão 50 mil lotes nos últimos 90 dias de posições dos grandes fundos de investimentos de 25 mil posições líquidas comprados para 25 mil posições liquidas vendidos.

O março fechou nesta sexta-feira, com desvalorização 0,55 cents, variando de 157,55 cents a 161,90 cents na abertura do pregão chegando a romper por alguns instantes o primeira suporte do dia em 157,88 cents. O volume atingiu 31.629 lotes sendo maior da semana. Os estoques de café certificado aumentaram para 681.698 sacas  e nos últimos 30 dias acumulam alta de 259.799 sacas e ainda tem 384.310 sacas pendentes de classificação.

Alguns revendedores disseram  a agência Reuters, que o mercado voltou à defensiva depois de uma recuperação de curta duração ligada em parte à deterioração das perspectivas para a safra do próximo ano no Brasil. Segundo Eduardo Carvalhaes, os fundos e especuladores com interesses de curto prazo aproveitaram as intensas chuvas em diversas regiões produtoras do grão no Brasil para derrubar os preços do grão nos últimos dias.

“Após uma recuperação temporária devido a uma piora nas perspectivas de ofertas nos principais produtores Brasil e Colômbia, os preços do café arábica começaram a cair, desencadeados por uma forte recuperação nos estoques de café arábica da ICE”, disse a Fitch Solutions em nota.

Pelos dados da CFTC divulgados ontem referente ao dia 06 de dezembro, mostra que os fundos aumentaram cerca de 1.741 suas posições liquidas vendidas para 24.900 lotes, que representa queda de 7,5%. Os grandes fundos possuíam  22.826 posições compradas e 47.706 posições vendidas. Em relação ao relatório anterior teve aumento de 1.839 lotes de posições compradas  e queda de 4.160 de vendidas. O que chama atenção foi o aumento de 8.734 lotes de posições abertas.  

A performance negativa da bolsa de NY nos primeiros de dezembro e um leve reflexo que começou a segunda semana de outubro tem somente um  fundamento, a forte exportações de café do Brasil que ultrapassou 10 milhões de sacas nos últimos 90 dias. Neste mês, desde a informção da exportação de 3,6 milhões de sacas da Secex, os contratos de março caírm 17,30 cents, saindo da máxima de 174,35 cents no dia primeiro de dezembro a mínima de 177,05 cents ontem. 

Relembrando a três meses atrás, o contrato de março estava operando no nível de 220,00 cents quando a Cecafé informou dia 11 de outubro,  que a exportação de setembro  atingiu 3,386 milhões de sacas e no dia seguinte março desvalorizou 810 pontos, começando a despencar até atingir o piso de 155,00 cents, perda de 65 cents. Em outubro a Cecafé divulga a exportação de 3,420.326 sacas e nos próximo dias a Cecafé deve divulgar que a exportação de novembro  deve ficar acima da de outubro.

Analisando os últimos números da exportações brasilerias em  meio de informações de queda de produção de arábica do Brasil devido ao clima de 2022 , os investidores  começaram a duvidar destes incoerencia deste dados e para se proteger começaram a fazer revisão drástica que provocou uma inversão de  suas posições,  passando de 24.324 posições líquidas compradas, sendo  35.120 posições compradas e 10.793 posições vendidas no dia 7 de outubro para  24.900 posições liquidas vendidas, sendo 22.806 lotes comprados e 47.706 vendidos no dia 06 de dezembro. 

O aumento das exportações e dos estoques de certificados também teve ajuda nas operações financeiras dos traders brasileiros, devido a queda dos diferencias dos meses futuros em NY. A tempos atrás quando os diferencias em relações aos meses futuros estavam altos, as empresas de exportadoras deixavam seus estoques no Brasil e lucravam com operações de rolagens de posições na bolsa. Devido a queda acentudas destes diferenciais, a continuidade destas operações começam a provocar  prejuizos, diante desta mudança radical, os traders começaram a deslocar seus estoques de café que estavam no Brasil para os países consumidores e o resultado começa aparecer nas exportações e nos números dos estoques de certificados.  

 Acredito que pelos primeiros números da Cecafé das exportações de dezembro  com forte queda de 61% deve mostrar aos investidores que esta performance deverá não se repetir nos próximos meses com tendência de baixa bem acentuada e a partir de fevereiro podemos ter exportações abaixo de 2,5 milhões de sacas.  Com a desidaratação dos estoques internos, as empresas exportadoras deveram retornar com mais agressividade no mercado  a parir de janeiro para continuar honrando seus contratos.

 Para 2023, quando havia a expectativa de uma produção mais elevada, as projeções sugerem nova colheita frustrante, não muito distante da esperada para este ano, segundo o presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Augusto Rodrigues de Melo. Foi um ano um tanto quanto difícil, os cafezais, que ainda sofriam com os efeitos da geada ocorrida em 2021, enfrentaram inicialmente seca e depois chuvas de granizo, o que frustrou a colheita esperada e reduziu, em consequência, os volumes de café originados pela Cooxupé. 

 Até dia 30 de novembro, a Cooxupé havia recebido em torno de 4,9 milhões de sacas, das quais 3,6 milhões de cooperados - 20% abaixo do volume esperado e sendo 1,3 milhão de terceiros. Os associados da cooperativa devem colher 6,43 milhões de sacas nesse ano, queda de 14,1% diante das 7,49 milhões no ano passado.

Devido ao números surealista,  o relatório da consultoria HedgePoint de uma produção brasileira de café em 2023/24 entre 64,9 e 68,9 milhões de sacas não merece nenhum tipo de comentário.

Ótimo final de Semana a todos

Comentarios

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Data: 10/12/2022 17:50 Nome do Usuário: Wellington
Comentário: Surreal é irresponsável esta estimativa da Hegpoint, não existe este volume de café nas lavouras, gera muito prejuízo aos produtores, que são responsáveis por milhões de empregos.
Contrato Cotação Variação
Julho 200,75 - 5,35
Setembro 199,10 - 5,25
Dezembro 197,40 - 5,10
Contrato Cotação Variação
Julho 3.541 - 139
Setembro 3.470 - 147
Novembro 3.385 - 151
Contrato Cotação Variação
Julho 250,10 - 7,10
Setembro 240,50 - 7,80
Dezembro 236,60 - 8,55
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,0700 - 0,85
Euro 5,4570 - 0,52
Ptax 5,0668 - 0,94
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1090,00
    Peneira 15/16 R$ 1250,00
    Moka R$ 1250,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado/rio R$ 1100,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1240,00
    Safra 22/23 15% R$ 1240,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/Riado 15% R$ 1140,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Variação R$ 1230,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 15,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
    Safra 22/23 30% R$ 1190,00
    Duro/Riado 30% R$ 1130,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado 25% R$ 1130,00
    Rio com 20% R$ 1070,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1141,86
    Cepea Conilon R$ 970,33
    Conilon/Vietnã R$ 1451,00
    Agnocafé 22/23 R$ 1220,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1020,00
    Conilon T. 7 R$ 1012,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1005,00