Ultima sessão do ano na ICE tem março registrando perdas de 1,62%
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram o ano de 2022 experimentando perdas, num pregão notadamente vendedor, principalmente na parte final., com o março recuando 1,62%. As atividades do dia continuaram a se mostrar basicamente gráficas, sem que novidades de maior envergadura fossem identificadas. O ano que se encerra se mostrou negativo para o café, que acumulou uma perda de expressivos 26% para as cotações da posição de maior liquidez, mas, ainda assim, com a manutenção de alguns intervalos interessantes.
Ao final do últmo pregão do atual exercício, o março variou dentro de um range de 730 pontos e o volume de negócios processados teve ligeiro incremento, mas ainda se mostrando baixo, com apenas em torno de 25 mil lotes tendo trocado de mãos.
O dia não teve maior influência do câmbio, diante do não funcionamento do sistema bancário do Brasil, e as atividades se mantiveram atreladas dentro de um diapasão gráfico, com intervalos já conhecidos.
Ao final do pregão, a CFTC divulgou o último relatório dos traders do ano, tendo como data de referência 27 de dezembro. O documento mostrou que os grandes fundos tiveram uma diminuição de cerca de 5% em suas posições vendidas. Na oportunidade, eles contavam com 15.626 posições líquidas vendidos (27.950 posições compradas e 43.576 posições vendidas).
O físico brasileiro antecipou o final de ano e teve uma sexta-feira totalmente travada, com os vendedores de lado. A ideia de preço para a saca de bons cafés no sul de Minas ficou no nível de R$ 1.080.
No encerramento do dia na ICE, a posição março registrou perda de 275 pontos, com 167,30 centavos de dólar por libra peso, com a máxima tocando os 172,45 centavos e a mínima ficando em 165,15 centavos, com o maio tendo desvalorização de 280 pontos, com 166,95 centavos de dólar, com a máxima em 171,80 centavos e a mínima de 164,90 centavos por libra. Na ICE Futures Europe, em Londres, a posição março teve retração de 25 dólares, em 1.799 dólares por tonelada, com o maio tendo oscilação negativa de 28 dólares, em 1.774 dólares por tonelada.
O último pregão do ano se caracterizou por momentos distintos, com alguns ganhos tendo sido experimentados ao longo da metade inicial dos trabalhos, mas com a inversão vindo na sequência, com a falta de força para buscar intervalos mais consistentes, como o de 175,00 centavos por libra.
A sessão, como já era efetivamente esperado, se mostrou pouco concorrida, com um volume expressivo dos players já estando fora dos negócios e outros focados no fechamento dos números do ano civil.
A bolsa de Nova Iorque volta a operar na terça-feira, 03, estando, portanto, fechada na segunda-feira, 02, diante do feriado de Ano Novo.
No dia: a abertura dos trabalhos desta sexta-feira se deu com o março no nível de 169,10 centavos de dólar por libra peso, com retração de 95 pontos. Pouco a pouco, ordens de compra foram sendo emitidas e o terminal inverteu a mão, aparecendo alguns ganhos. A máxima chegou ao patamar de 172,45 centavos de dólar por libra peso. A partir daí, os vendedores voltaram a se mostrar mais presentes e uma nova retomada de baixas foi identificada. A mínima tocou os 165,15 centavos por liba.
No segmento externo, dia de baixas para as bolsas de valores nos Estados Unidos, com as commodities softs tendo altas para o suco de laranja, cacau e para o algodão, com café e açúcar aferindo perdas.
"O ano termina com o março próximo de um patamar de 170 centavos, sem que as correções esperadas tenham sido processadas. Alguns operadores trabalhavam com a perspectiva de que o nível de 200,00 centavos pudesse ser recuperado. O ano que entra vai ter como foco a questão da disponibilidade do Brasil, o comportamento dos estoques e o andamento das exportações brasileiras”, disse um trader.
O La Niña é o fenômeno que tem influenciado muito nas condições climáticas do país. Ela tem sido uma verdadeira pedra no sapato dos agricultores, afinal, tem trazido muitas incertezas e reflexos no clima, resultando em muita instabilidade. Tudo está desregulado, seja com seca demais ou chuvas em excesso, mas sem distribuição uniforme, ou até mesmo com geadas precoces. É bem importante acompanhar a previsão do tempo para saber o período em que a La Niña permanece no país para tentar se prevenir com o que vem por aí. Segundo meteorologista Ronaldo Coutinho a La Niña vai continuar dando dor de cabeça aos produtores nos próximos meses. “A situação da La Niña continua ainda com uma linha moderada, forte e chegou a ficar bem forte entre final de novembro e dezembro, quase que tudo deu uma subida e estabilizou com pequeno viés de queda. Continua uma linha moderada, forte durante dezembro. Pelo visto ainda vai continuar assim em janeiro também. Então, continuamos com a linha firme e forte no Pacífico no trimestre e agora janeiro, fevereiro, março ela aumenta”, diz Coutinho.
Segundo informações de Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), nos mês de dezembro, até dia 27 foram embarcadas 2.078.003 sacas de café, queda de 19,3% em relação ao mês de novembro. Do total, 1.835.330 sacas foram de arábica (- 22,2%), 32.432 sacas de conillon (- 38,5%) e 210.221 sacas de solúvel (+ 31%).
Os estoques certificados de café na ICE Futures US tiveram alta de 6.484 sacas, indo a 814.685 sacas.
O março para os arábicas na ICE Futures US tem resistência em 171,45, 175,60 e 178,75 centavos de dólar por libra peso e suporte em 164,15, 161,00 e 156,85 centavos por libra.
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