2022 foi um ano difícil para os cafeicultores brasileiros
Santos, sexta-feira, 30 de dezembro de 2022
2022 foi um ano difícil para os cafeicultores brasileiros e para o mercado de café. Ainda sentindo os efeitos de dois anos de seca e das geadas de julho do ano passado, 2022 foi o segundo ano seguido de produção de café arábica abaixo do esperado. Além da expressiva quebra na produção, os cafeicultores enfrentaram ainda forte alta nos custos de fertilizantes, defensivos, energia elétrica, combustíveis, máquinas e equipamentos, além de escassez e encarecimento da mão de obra. O setor exportador enfrentou grandes dificuldades na compra de café verde, e sérios problemas logísticos, com falta de contêineres e explosão no valor dos fretes marítimos, que atingiram toda a cadeia exportadora brasileira, em decorrência da pandemia de Covid 19 e da guerra no leste europeu, com a invasão da Ucrânia pela Rússia.
A crise na economia global, como reflexo das medidas tomadas para o combate à pandemia de Covid 19 e com os problemas na economia do hemisfério norte, em decorrência da invasão da Ucrânia pela Rússia, levou ainda a um ano de queda nas cotações do café. Encerramos 2021 com os contratos de café para março de 2022 valendo no dia 30 de dezembro US$ 2,2885 por libra peso e o dólar a R$ 5,5740. Portanto, em reais por saca, os contratos de café para março, encerraram 2021 valendo R$ 1687,38. Hoje, 30 de dezembro de 2022, esses contratos para março próximo na ICE Futures US em Nova Iorque, encerraram o ano a US$ 1,6730 por libra peso e o dólar a R$ 5,2800. Em reais por saca, esses contratos encerram 2022 a R$ 1168,49. Uma queda de 31 % ou de R$ 518,89 por saca. Não é por capricho que o cafeicultor brasileiro se recusa a vender o que resta de sua produção nas cotações atuais.
Hoje, último dia útil de 2022, como já vem ocorrendo desde segunda-feira, o mercado de café mostrou-se esvaziado e desinteressado. Muitas empresas entraram em férias coletivas, ou estão operando com quadro de funcionários reduzido.
Fundos e especuladores interessados em resultados de curto prazo, aproveitam esse cenário. Continuaremos enfrentando muito “sobe e desce” nas cotações do café na ICE FUTURES US em Nova Iorque.
Os contratos de café na ICE trabalharam hoje em baixa. Os para março próximo, bateram em US$ 1,7245 na máxima do dia, e fecharam valendo US$ 1,6730 por libra peso, em queda de 275 pontos. Ontem caíram 350 pontos. Anteontem encerraram o pregão em alta de 660 pontos, a US$ 1,7355. Na terça-feira fecharam em baixa de 505 pontos. Não houve pregão na segunda-feira. No balanço da semana esses contratos para março próximo caíram 470 pontos. Na sexta-feira, dia 23, os contratos para março próximo fecharam com ganhos de 310 pontos, valendo US$ 1,7200 por libra peso. No balanço da semana passada esses contratos subiram 760 pontos. No balanço da semana anterior à passada, a alta foi de 625 pontos.
Os estoques de café certificado na ICE Futures US, em Nova Iorque, subiram 6.485 sacas hoje. Estão em 814.686 sacas. Há um ano eram de 1.541.074 sacas, caindo neste período 726.388 sacas.
Hoje não houve o pregão cambial. Ontem o dólar subiu 0,48 % e encerrou o dia e o ano valendo R$ 5,2800. Na sexta-feira passada fechou a semana a R$ 5,1660.
Em reais por saca, esses contratos fecharam hoje valendo R$ 1168,49. Ontem fecharam a R$ 1187,69. Na sexta-feira passada, dia 23, fecharam a semana a R$ 1175,38.
O mercado físico brasileiro de café arábica apresentou-se calmo, paralisado, por toda a semana. Sem vendedores nas bases oferecidas pelos compradores.
Um intenso corredor de umidade, que está atuando entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste e já espalha nuvens carregadas sobre estas duas regiões, caracteriza mais um episódios de ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul) nesta semana. Com a atuação da ZCAS são esperadas chuvas volumosas e persistentes sobre áreas produtoras da Alta Mogiana e sul de Minas Gerais. Nestas áreas são esperados volumes de até 100 mm nos próximos dias. Além da chuva volumosa há risco para tempestades, até mesmo com granizo, entre a região Sul, áreas produtoras de São Paulo e sul de Minas Gerais. No início da próxima semana uma nova frente fria avança pela costa do centro-sul e vai reforçar as instabilidades sobre áreas produtoras destas regiões. O risco para transtornos aumenta nos primeiros dias do ano novo, quando em 5 dias são esperados mais de 130mm em áreas produtoras entre Paraná, São Paulo e sul de Minas Gerais. Enquanto chove de forma intensa sobre o centro sul, nas áreas produtoras do Espírito Santo e da Bahia, o tempo seco predomina nos próximos dias e favorece as atividades no campo (CLIMATEMPO).
Até dia 30, os embarques de dezembro estavam em 2.074.957 sacas de café arábica, 34.910 sacas de café conilon, mais 274.272 sacas de café solúvel, totalizando 2.384.139 sacas embarcadas, contra 2.744.404 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 30 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 3.108.619 sacas, contra 3.379.784 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 23, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 30, caiu nos contratos para entrega em março próximo 470 pontos ou US$ 6,22 (R$ 32,83) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 23 a R$ 1175,38 por saca, e hoje sexta-feira dia 30 a R$ 1168,49. Hoje, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 275 pontos.
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