Traders estão tentando socializar o prejuízo com os produtores

Por José Roberto Marques da Costa

Os " vendidos " tiveram mais uma vitória nesta sexta-feira de NY acumulando que 6,2% nos últimos sete pregões, saindo do nível de 189,70 cents no dia 23 de fevereiro a 177,85 cents no pregão de ontem na contra mão de vários fundamentos positivos no curto e médio prazo.

   “Interesses de curto prazo de especuladores e fundos explicam o forte e rápido sobe e desce diário nas cotações do café em Nova York”, disse Eduardo Carvalhaes. O Rabobank disse que o mercado ficou sobrecomprado depois que analistas privados reduziram suas previsões para a atual safra de café 2023/24 do Brasil. 

Com volume de 39,356 lotes, maio teve queda de 4,35 cents fechando a 177,85 cents, menor nivel desde 16 de fevereiro, variando de 176,80 cents a 181,70 cents, chegando a romper o primeiro suporte em 179,20 cents e o segundo em 177,20 cents encontrando forte compras no nível de 177,50 cents, provavelmente o novo piso do mercado.

Nos últimos sete pregões consecutivos as perdas chegaram a 6,2% ( 11,85 cents ) que deixa os indicadores de sobrevendidos carregados.  Os estoques certificados de café diminiíram  12.075 sacas para 774.646 sacas, acumulando queda de  98.207 sacas nos últimos 30 dias, menor nível desde 27 de dezemro de 2022.

Apesar de vários fundamentos de mercado positivos, os investidores continuam procurando no novo piso nos contratos futuros de café arábica em NY, esta meta está carregando os indicadores sobrevendido, devido a forte pressão de vendas  no pregão durante a semana, nesta  sexta-feira  indicou que o piso pode estar no intervalo de 175,00 cents a 177,50 cents que deve sinalizar recompras.

A semana foi uma intensa a " briga" em torno de 187,00 cents,  com os vendidos evitando a ultrapassagem deste nível que poderia levar a operar no intervalo de 187,00 cents a 193,00 cents,  a entrado de um canal de alta que levaria a buscar da média móvel dos últimos 200 dias em 198,00 cents. As últimas informaçõe indicam uma  tendencia de alta no curto e médio prazo e como o mercado é "soberano" ele deve encontar um novo equilibrio que deve estar acima de 200 cents.

As notícias positivas são várias, queda da produção de café arábica e conilon provocando queda ds exportações, queda dos estoques remanescente dos principais produtores mundiais. Devido a safra frustada de café arábica do ano passado, as exportações começaram em janeiro ter quedas significativase tudo indica que devem continuar nos próximos meses.

Na próxima semana, a Cecafé deve anunciar a exportação de fevereiro do Brasil que deve ficar em torno de 2,3 milhões de sacas queda de 15% em relação a janeiro e de 32% ante a fevereiro do ano passado. A Colômbia também teve anunciar a produção de exportação de fevereiro, e deve mostrar uma safra  dos últimos 12 meses abaixo de 12 milhões de sacas.

Devido a quebra de produção, a Colômbia está aumentando a sua importação de café para honrar seus compromissos de exportações. O Brasil, Peru e Honduras são os prinipais fornecedores, o café do Peru e Honduras estão suprindo as exportações e o Brasil está sendo o principal fornecedor para o consumo interno. Um detalhe interresante,  devido a forte importação do café brasileiro, os representante dos produtores colombiando estão pressionando o governo para que os torrefadores imprimem nos pacotes vendidos no mercado interno a porcentagem de café brasileiro e colombiano.    

Pelos dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) divulgados nesta sexta-feira, 03 de março referente ao dia 07 de fevereiro, mostra que os fundos diminuíram cerca de 3.747 suas posições liquidas vendidas para 16.346 lotes, que representa queda de 18,6%,  neste período a variação de maio passou de 170,55 cents a 177,05 cents, alta de 6,60 cents. Os grandes fundos possuíam 16.346 posições líquidas vendidas, sendo 20.491 posições compradas e 36.837 posições vendidas, ante  relatório anterior, referente a 31 de janeiro, eles aumentaram 2.632 posições compradas e diminuíram 6.347 posições vendidas.

"A diminuição das preocupações com inundações no Brasil também é pessimista para os preços do café, pois deve permitir que os agricultores de Minas Gerais, a maior região produtora de arábica do Brasil, voltem aos cafezais para aplicar fertilizantes e pesticidas", complementa a análise do site Barchart.

Segundo Notícias Agrícola " o produtor segue sem quase participar do mercado, aguardando preços mais atrativos e também aguarda para saber o potencial da safra 23 do Brasil. O volume ainda é muito incerto e os inúmeros entre as consultorias privadas e até mesmo da Conab estão ainda mais distantes neste ano. Essa diferença gera incerteza ao mercado, e o comprador, ainda abastecido, também quase não participa das negociações".

 Devido operações mal realizadas no mercado futuro de café arábica, os traders de café do Brasil estão tentando socializar o prejuízo com os produtores passando a meses por momento complicado conhecido no jogo de snoker como verdadeira "sinuca de bico", ou adquire café no mercado stop ou prorrogando no máximo os contratos futuros de café arábica na bolsa de NY, segundo esperte de mercado, eles  estão empurrando o problema com a "barriga" tendo que escolher a operação de menos prejuízos para empresa com retração não esperada dos vendedores que não aceitando suas ofertas considerada baixas pelos produtores.

A grande maioria dos traders realizaram operações futuras na bolsa de NY no ano passado com deságio de 10 a 15 pontos calculando  que as ofertas de café ficariam acima do que necessitavam e com objetivo de honrar suas operações com lucros, como sempre aconteceu nesta época nos anos anteriores.

Com a safra de arábica do ano passado ficou bem abaixo do esperado, nos últimos meses do ano passado tiveram que recorrer nos seus estoques estratégicos e atualmente estão em uma nível considerado "crítico" e para honrar seus compromissos, os traders  tem que buscar o café no mercado. O preço no mercado spot brasileira está atualmente em torno 10 pontos que representa um diferencial de 20 a 25 pontos, gerando um prejuízo bem considerável.

Como o financiamento está curto para transações mercado e passando por momentos caixa delicado, para minimizar este prejuízos, os traders estão tentando administrar este prejuízo, rolando no máximo os contratos futuros ou seja " empurrando o problema com a barriga " na  espera uma queda dos prêmios no mercado ou até deságio nos meses futuros com a entrada do café da nova safra. Uma decisão que envolve risco financeiros bem considerável.   

Ótimo final de semana.

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