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Durian avança no Vietnã e gera intranquilidade no mercado de café


Por José Roberto Marques da Costa

Os contratos futuros de café arábica fecharam em alta nesta sexta-feira apesar da valorização global do dólar, com a insistência por parte de investidores na buscar novo piso remando contra a maré dos fundamentos de curto e médio prazo, levando ao menor nível dos últmios 30 dias quando ocorreu a intensa "briga" do vencimento das opções. Para alguns analistas, os grandes fundos estão esperando o melhor momento para futuras recompras. 

Com volume de 36.359 lotes, maio teve alta de 2,75 cents fechando a 177,80 cents, variando de 173,25 cents ( menor nível da semana )  a 179,20 cents, ultrapassando duas resistência do dia em 177,03 cents e 179,02 cents  fechando a semaan praticamente estável . Os estoques certificados aumentaram 8.126 sacas para 779.452 sacas, queda acumulada de 95.202 nos últimos 30 dias e tendo 18.233 sacas para ser classificados. Segundo informações de Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), nos mês de março, até dia 10 foram embarcadas 666.596 sacas de café, alta de 19,6% em relação ao mês de janeiro. Do total, 570.915 sacas foram de arábica, 37.580 sacas de conillon e 58.101 sacas de solúvel.

Segundo Eduardo Carvalhães, os operadores do mercado estão voltadas para as diversas estimativas privadas - que pipocam quase que diariamente no mercado - para as safras brasileiras de café deste ano e de 2024. Nenhuma dessas estimativas é acompanhada pela metodologia de cálculo utilizada para chegar ao resultado apresentado. Ontem circulou na internet um quadro com onze estimativas diferentes da safra brasileira de café 2023.

Como em todos os anos anteriores, estas  estimativas de safras tentam interferir no mercado por interesses puramente econômicos de trades e agentes financeiros . Voltando a realidade e focando o café arábica, as estimativas com maiores crebilidades estão girando em torno de produção de 40 milhões de café arábica e somando aos 30 milhões da safra passada representa média de 35 milhões de sacas. Os embarques de janeiro e fevereiro são um reflexo de estoques remanescente praticamente zerados e da safra frustada de arábica do ano passado e com tendência de queda nos próximos meses.

A exportação de café verde do Brasil em fevereiro somou 2,11 milhões de sacas de 60 kg, queda de 35,8% ante o mesmo mês de 2022, com uma oferta mais escassa na entressafra e produtores segurando vendas diante de preços inferiores aos vistos nos melhores momentos do ano passado, informou o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé). Considerando a exportação de café arábica, o total chegou a 2,027 milhões de sacas, baixa de 35,5% ante o mesmo mês de 2022, enquanto os embarques de grãos conilon somaram apenas 83,36 mil sacas, queda de 42,1% na mesma comparação.

Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, a baixa nos embarques se justifica pelo período de entressafra, após duas colheitas menores, impactadas por adversidades climáticas em importantes regiões produtoras e quanto mais longe de uma safra alta, como a de 2020, que foi recorde, menos café remanescente temos, impactando na oferta. Ele disse que apesar de uma recuperação nos preços na bolsa de Nova York, o café está bem aquém dos picos registrados em setembro, limitando vendas.  Para o presidente do Cecafé, no cenário atual as cotações ainda não são atrativas para o produtor negociar seu estoque, que não é tão grande em função das colheitas menores em 2021 e 2022, daí a retração que observamos.

Ele ressaltou que o preço praticado do café arábica no Brasil está acima da cotação de NY e, por consequência, o volume negociado no Brasil é menor do que o fluxo normal. “Esse cenário faz com que os clientes internacionais busquem café no spot –à vista no exterior–, que corresponde ao preço da bolsa, ou até mesmo com desconto, dependendo da qualidade do produto em relação aos padrões da plataforma nova-iorquina. O mercado nacional tem demandado de forma crescente cafés conilon, limitando os embarques de grãos robusta ou conilon. Com o spot lá fora mais atrativo do que nosso arábica FOB e os conilon e robusta majoritariamente direcionados às indústrias internas, o Brasil perde competitividade nas exportações das duas variedades.

O CFTC divulgou ontem um relatório referente a 21 de fevereiro mostrando queda de 78,4% na posições liquidas vendidas grandes fundos  neste período a variação de maio passou de 177,05 cents a 189,65 cents, alta de 12,60 cents.

Pelos dados mostram que no perído de 15 dias ( entre 07 a 21 de fevereiro) que os fundos diminuíram cerca de 12.817 suas posições liquidas vendidas para 3.529 lotes,  sendo 25.121 posições compradas e 28.650 posições vendidas. Ante ao dia 07 aumentaram em 4.630 posições compradas e dimunuíram em 8.187 suas posições vendidas. Comparando com o maior nível do ao passado em 06 de janeiro ( 235 cents ) estavam com 46.624 posições liquidas compradas ( 54.339 compradas e 7.775 vendidas ) e o menor nível em 01 de novembro ( 143,50 cents ) estavam com 14.472 posições líquidas vendidas ( 26.121 compradas e 40.593 vendidas ).

Durian avança em áreas de café do Vietnã e começa a trazer intraquilidade no mercado 

Nesta semana  o mercado foi surprendido com  informação "bombástica" que deve provocar uma mudança radical que está deixando o mercado de conillon em alerta com a queda repentina de 5 milhões de sacas  para  menor volume produzindo desde 2017 que foi estimado em 26 milhões de sacas provocada pela invasão do abacate, pimenta e principalmente o durian em áreas tradicionais de café devido ao dobro de rentabilidade financeira por hectare.  

Nesta semana, os grandes investidores, os chamados "tubarões", estão tentando digerir e entender uma nova  realidade para futuras mudanças nos programas de logaritmos dos seus computadores com a invasão de um novo "vírus" chamado durian . No médio prazo também deverá contaminar o mercado de café arábica.

Tudo começou na quarta-feira passada, com a ótima matéria do Viet Nam News, com as informações do vice-presidente da Vietnam Coffee and Cocoa Association e presidente do Intimex Group  sobre a queda da produção e do esforço do governo do Vietnã que tenta reverter a tendência natural de queda da área de cultivo de café devido à baixa rentabilidade do café ante várias outras culturas.  Do Ha Nam, disse que a  safra de café 2022-2023 deve cair de 10% a 15% no ano, para 1,47 milhão de toneladas ( 24,5 milhões de sacas ) com a queda da área de cultivo de café sendo subtitudas outras culturas com maior eficiência econômica, com o governo vietinamita está tentando reverter a tendência de queda, incentivando vários setores ligado ao café.

Segundo a Iconna Café,  com 100.000 hectares plantados com durian em todo o país, incluindo a área do Planalto Central do eixo do café, as autoridades voltaram a alertar para a expansão descontrolada desta cultura. As exportações de durian do Vietnã aumentaram acentuadamente desde setembro de 2022, quando a alfândega chinesa aceitou a entrada da fruta pelo "canal oficial" em vez do comércio transfronteiriço, de preferência pela Tailândia. No último trimestre de 2022, com 40.800 toneladas de durian exportadas, o país faturou US$ 188 milhões de dólares a um preço médio de US$ 4.600/ton, o dobro do café

As atividades comerciais permaneceram fracas no Vietnã nsta semna devido à falta de grãos, já que os agricultores se abstiveram de liberar os estoques restantes. “A produção deste ano é menor. Os agricultores já venderam a maior parte de seus estoques”, disse um trader do cinturão cafeeiro. “ Eles estão relutantes em vender o restante de seus grãos e, em vez disso, lucrar com a pimenta.” Outro comerciante baseado na mesma região disse que muitos produtores de café estão mudando para durian, pois essas árvores são mais lucrativas, embora o durian demore pelo menos 5 anos para dar frutos. "A área de cultivo de café pode diminuir como resultado disso", disse o segundo trader.

 Icona Café indformou ontem que, " seegundo a Autoridade Aduaneira do país, o Vietnã exportou 200.056 toneladas ( 3.334 milhões de sacas ) de café em fevereiro de 2023, alta de 40,3% em volume e 40,1% em valor em relação ao mês anterior.  No entanto, as exportações acumuladas de janeiro a fevereiro de 2023 caíram para 342.352 toneladas ( 5,706 milhões de sacas), 7,8% em volume e 9,5% em valor frente ao ano anterior.  Em comparação com as 137.284 toneladas ( 2,288 milhões de sacas ) de café de fato embarcadas e informadas pela Autoridade Fitossanitária, podemos supor que existam cerca de 67.000 toneladas ( 1,117 milhões de sacas ) desse volume oficialmente exportado ainda em armazéns desembaraçados ao redor de Saigon.

E acrescentou " com cerca de 65% da safra prevista para ser vendida até o final de fevereiro de 2023, o estoque restante não vendido pode ficar em torno de 9 milhões de sacas/540.000 toneladas ou até menos se a perda total dessa safra for confirmada como superior a 10%. Ainda não se sabe ao certo o tamanho real da safra, mas, embora haja produtores que preferem adiar as vendas para conseguir preços ainda melhores, a maioria está mais do que satisfeita com os preços atuais".

Os  preços subiram nesta semana na  Indonésia com o clima desfavorável afetando a oferta da mini-safra, disseram traders na quinta-feira. O café robusta Lampung Sumatra da Indonésia sendo afetados devido as fortes chuvas afetaram a produção da mini-safra. “As fortes chuvas causaram a queda de muitos grãos de café”, disse um trader, acrescentando que não há muitos grãos produzidos nesta mini safra.

O  indicador de café do arábica bruto da Agnocafé com 15% cata fica em R$ 1.190,00, alta de 1,70% nesta sexta-feira ( 10/03 ) e o indicador livre a R$ 1.170,00. No mês fica com queda de R$ 40,00, durante o ano 2023, alta acumulada de R$ 90,00 e em dólar fica em US$ 228,49.

Peneira 17/18 pronto para embarque R$ 1.260,00, cereja a R$ 1.240,00, café certificado a R$ 1.220,00. O indicador para café com 10% a R$ 1.200,00, 20% a R$ 1.180,00, com 25% a R$ 1.170,00 com 30% a R$ 1.160,00. Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 1.110,00, duro/riado/rio, R$ 1,080,00, rio a R$ 1.060,00 com 30%. Café duro para consumo a R$ 1.030,00 e riado a R$ 1.000,00, repasse de beneficiamento a R$ 1020,00 e escolha fica em R$ 17,00 o quilo de aproveitamento.

Ótimo final de semana a todos


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Contrato Cotação Variação
Julho 200,75 - 5,35
Setembro 199,10 - 5,25
Dezembro 197,40 - 5,10
Contrato Cotação Variação
Julho 3.541 - 139
Setembro 3.470 - 147
Novembro 3.385 - 151
Contrato Cotação Variação
Julho 250,10 - 7,10
Setembro 240,50 - 7,80
Dezembro 236,60 - 8,55
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,0700 - 0,85
Euro 5,4570 - 0,52
Ptax 5,0668 - 0,94
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1090,00
    Peneira 15/16 R$ 1250,00
    Moka R$ 1250,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado/rio R$ 1100,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1240,00
    Safra 22/23 15% R$ 1240,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/Riado 15% R$ 1140,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Variação R$ 1230,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 15,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
    Safra 22/23 30% R$ 1190,00
    Duro/Riado 30% R$ 1130,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado 25% R$ 1130,00
    Rio com 20% R$ 1070,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1141,86
    Cepea Conilon R$ 970,33
    Conilon/Vietnã R$ 1451,00
    Agnocafé 22/23 R$ 1220,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1020,00
    Conilon T. 7 R$ 1012,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1005,00