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NY volta a testar a mínima de 36 dias com o rali do índice do dólar


Por José Roberto Marques da Costa

Os contratos futuros de café arábica fecharam praticamente estáveis nesta sexta-feira em pregão muito agitado devido ao rali índice do dólar que atingiu a máxima de 30 dias, mas encontrando um forte piso técnico acima de 182,00 cents, se  mantendo o intervalo de 180,00 cents a 190,00 cents na primeira quizena de maio  

Com bom volume de 42.372 lotes, o dia foi muito agitado por motivos externo ao mercado, depois de uma volatilidade de 5,80 cents, julho teve leve queda de 0,15 cents fechando a 182,85 cents, variando a 180,60 cents( mínima de 06 de abril ) a 186,40 cents. ultrapassando a primeira parte do pregão a resistência técnica de 185,60 cents, depois rompendo o suporte de 181,35 cents e voltando a fechar praticamente estável. Na semana variou de 180,60 cents ( mínima de 25 pregões ) a 187,85 cents. Os estoques de certificados diminuíram 1.650 sacas para 644.735 sacas, menor nível desde 06/12/2022.

 Os preços do café caíram com o rali de hoje no índice do dólar para uma alta de 1 mês e com as preocupações econômicas. "O café teve um dia volátil  por causa de uma recuperação do dólar americano com preocupação da economia" disse analista. Durante o dia, o índice DXY, que mede a relação do dólar com uma cesta de seis moedas de países desenvolvidos, teve variação de 78%, de 101,75 a 102,54 pontos, mais alta dos últimos 30 dias e fechando próximo da máxima a 102,53 pontos, alta de 0,65%.

Nos primeiros 12 dias de maio,  os contratos futuros de café arábica operam dentro de intervalo de 180,00 cents a 190,00 cents, mímina de 180,60 cents e máxima de 189,95 cents com influencido por fatores externos ao mercado. Para romper este intervalo, o índice do dólar precisa de uma desvalorização. O mecanismo para a maioria das commodities agrícolas, o dólar em queda tende a valorizar os preços das commodities, pois eles se tornam menos caros em termos de outras moedas, sustentando os preços baseados em dólar devido à elasticidade da demanda.

 Segundo o analista Andrew Hecht do Seeking Alpha a tendência do dólar apoia os preços das commodities agrícolas e o índice do dólar está em um nível crítico. Outro fator crítico é o clima com a Mãe Natureza ditando o caminho de menor resistência dos preços, como as entradas das massas polares nas regiões de café do Brasil nos próximo 60 dias e somando ao efeito El Niño que  segundo o boletim  da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) desta semana, o fenômeno El Niño deve se instalar nas próximas semanas no Oceano Pacífico Equatorial projetando o início de um evento nos próximos 60 dias. A NOAA aponta que existe a possibilidade de evoluir para um episódio de forte intensidade mais tarde neste ano, mas a agência  não usa a terminologia de um Super El Niño.

Outro fundamento para ultrapassar o nível de 190,00 cents pode acontecer nesta segunda-feira no final da tarde com a divulgação dos estoques de café do EUA com números abaixo  que o mercado espera no mês de abril. Segundo o GCA (Green Coffee Association), no final de março, os estoques de café nos Estados Unidos estavam 6,016 milhões de sacas e pela média dos últimos 6 anos os estoques estão em 6,360 milhões de sacas  e pela  média ponderal números indicam aumento de 125 mil sacas. A maior alta de abril foi em 2020 quando teve alta de 494 mil sacas chegando a 6,518 milhões de sacas e a menor foi em 2022, aumento de 83 mil sacas totalizando 5,762 milhões de sacas, o menor dos últimos 6 anos no mês de abril. Qualquer número fora desde intervalo deve influenciar os contratos futuros de café arábica em NY .

Pelos dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) divulgados nesta sexta-feira, 12 de abril referente ao dia 09, mostra que os fundos diminuíram em 5.297 lotes ( 30,8% ) suas posições liquidas compradas. Segundo os números, os grandes fundos possuíam 11.904 posições líquidas compradas, sendo 32.318 posições compradas e 20.418 posições vendidas. Ante ao relatório anterior, eles diminuíram 5.440 lotes suas posições compradas e apenas 139 lotes suas posições vendidas.

O analista de mercado da StoneX, Fernando Maximiliano, aponta que o mercado está no aguardo de novas divulgações dos estoques nos portos americanos. " O mercado fechou com leves quedas na Bolsa de Nova York e que não deve haver grandes mudanças no cenário. “A divulgação do Cecafé pode ter impacto levemente nos preços e tem quem acredite que a oferta limitada aqui no Brasil está influenciando as negociações e tem que acredite que pode ser por uma demanda enfraquecida”, informou.

A estimativa de abril para a produção  de café feita pelo IBGE mostra que a safra brasileira deste ano será de 55,2 milhões de sacas, sendo 38,3 milhões de arábica e 16,9 milhões de conillon, bem abaixo dos 63 a 65 milhões estimados pelos traders. Somando a produção de arábica do ano passado, estimada entre 30 a 32 milhões, e a deste ano, de 38 a 40 milhões (informações de traders), a  produção média dos últimos dois anos deve ficar em 35 milhões de arábica.  Na quinta-feira (18 ), a Conab vai divulgar suas estimativas de safra e tudo indica que os números deveram ficar próximos ao do IBGE. Sá para lembrar,  mercado ainda espera ( em 2023 vai completa 3 anos ) os estoques remamenscentes.

Pelo fraco volume de negócios dos últimos meses no mercado interno e uma exportação em torno de 3,34 milhões de sacas nos últimos 42 dias mostra que os exportadores estão utilizando os seus estoques estratégicos para cumprir seus compromissos e tudo indica que devem praticamente zerar quando entrar o café desta safra. Segundo o relatório estatístico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), os embarques somaram 2,722 milhões de sacas nos 30 dias do mês de abril, somando aos 12 de maio que foram 615 mil sacas, nos últimos 42 dias foram embarcadas 3,337 milhões de sacas.  

Segundo Eduardo Carvalhães, no mercado físico brasileiro, os compradores diminuíram o valor das ofertas ao longo da semana acompanhando a queda em NY e do dólar frente ao real. Os produtores se mostram retraídos, mantendo o mercado com poucos negócios realizados, praticamente paralisado. Os exportadores continuam comprando lotes apenas para embarque imediato, e não tentam formar estoques, pela impossibilidade de se cobrirem na ICE US, que trabalha invertida, com os contratos com vencimentos mais longos cotados a valores menores que os contratos com vencimentos mais próximos. A forte alta dos juros também dificulta a formação de estoques no Brasil e no exterior.

Depois de 3 anos de La Niña, Colômbia deve enfrentar 2 anos de El Niño

As chuvas têm sido uma constante nos últimos três anos devido ao prolongado fenômeno La Niña – o primeiro dessa extensão a ocorrer no século XXI. Porém, com o fim desta fase e o aumento da temperatura das águas do Oceano Pacífico, a chegada do El Niño e as condições de seca para o norte da América do Sul, que este momento deste padrão climático implica, são iminentes. para o segundo semestre deste ano.

Segundo Germán Poveda, professor da Universidade Nacional e especialista em engenharia de recursos hídricos e climatologia, a chegada do El Niño pode trazer menos chuvas ao território nacional, secas, ondas de calor e incêndios florestais, com fortes implicações para o abastecimento de água para consumo humano, animal e agrícola.  “No setor agrícola, deve-se também olhar para as áreas mais suscetíveis a apresentar déficit hídrico e analisar quais culturas alternativas (com pouca demanda hídrica) poderiam ser projetadas, ou em quais outras a atividade produtiva deveria ser definitivamente paralisada”, diz. o professor da Universidade Nacional.

Enquanto isso, Carme Huguet, professora do Departamento de Geociências da Universidad de los Andes, concorda com seus colegas e acrescenta: "Os efeitos do El Niño costumam durar dois anos e são mais fortes durante a fase inicial de dezembro-fevereiro, e mais fracos durante março-maio. Por exemplo, o El Niño de 2015-2016 teve um impacto significativo na produção agrícola, emprego rural, renda familiar e acesso a alimentos, que afeta principalmente populações vulneráveis"

As principais commodities agrícolas fecharam com movimentos de queda para os contratos dos grãos nas bolsas de Chicago (CBOT) e Nova York (ICE Futures) nesta quinta-feira (11), em um dia em que fundamentos macroeconômicos negativos impactaram as negociações da maioria das commodities. A exceção ficou para a soja

A notícia de que o PacWest Bancorp registrou uma queda de 9,5% de seus depósitos em apenas uma semana retomou as preocupações do mercado quanto à saúde do setor financeiro americano. A ação do banco despencou 22,7% hoje e levou consigo os papéis do Bank of Hawaii (-10,23%) e Zions Bancorp (-4,51%). O índice S&P 600 Banks Industry fechou em queda de 2,28%, a 430,65 pontos.

Julho em Londres atinge US$ 2.500 o maior nível em 12 anos na quinta-feira

O café robusta também  foi contaminado na quinta-feira pela fundamentos macroeconômicos que provocou em forte realização de lucro dos fundos e especuladores e a variação chegou a US$ 114, um das maiores da história  em Londres, depois de atingir o pico de 12 anos de US$ 2.500, o julho derreteu para  US$ 2.393 a tonelada. No pregão desta sexta-feira recuperou parte das perdas fechando a US$ 2.465 a tonelada e com a queda de safra e  aumento do déficit de conilon nos próximo meses, a tendência é a buscar de patamares bem acima de US$ 2.500 a tonelada.

Várias partes do Planalto Central do Vietnã, o cinturão cafeeiro do país, registraram chuvas, diminuindo os temores de seca. Mesmo com a chuva em várias partes do cinturão do café, traders disseram que as condições climáticas estão sendo monitoradas de perto devido ao efeito do El Niño.   As exportações de café do Vietnã em abril ficaram 2,7 milhões de sacas, queda de 22,2% em relação a março.  As exportações de café de janeiro a abril também caíram 5,5% em relação ao mesmo período do ano passado. “As exportações de abril ficaram abaixo da nossa expectativa de 3,3 milhões de sacas, sugerindo uma escassez de grãos”, disse o segundo trader.

Os cafés robusta Sumatra da Indonésia para o contrato de maio a junho foram oferecidos com um prêmio de US$ 100. A colheita principal é geralmente de maio a julho. Este ano, a produção deve cair entre 20% a 30% menor do que no ano anterior.“Vários fatores, incluindo fortes chuvas, colheitas antigas e falta de fornecimento subsidiado de fertilizantes, contribuíram para a queda”, disse trader.
Outro trader disse que o preço do contrato de julho subiu para US$ 60 premium esta semana, em comparação com o prêmio de US$ 40 da semana passada.  "Os preços subindo apesar das expectativas de colheita em junho não fazem sentido", disse o segundo trader, acrescentando que poucos grãos estão chegando a Lampung.

Ótima final semana a todos

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Contrato Cotação Variação
Julho 206,60 + 8,70
Setembro 205,45 + 8,50
Dezembro 204,50 + 8,45
Contrato Cotação Variação
Julho 3.518 + 98
Setembro 3.453 + 97
Novembro 3.380 + 92
Contrato Cotação Variação
Julho 257,80 +11,50
Setembro 250,00 +10,40
Dezembro 246,45 + 9,30
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,1020 - 0,55
Euro 5,5470 - 0,49
Ptax 5,1157 - 0,22
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1090,00
    Moka R$ 1280,00
    Safra 23/24 20% R$ 1230,00
    Peneira 15/16 R$ 1300,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1100,00
    Peneira 17/18 R$ 1340,00
    Safra 23/24 15% R$ 1240,00
    Safra 23/24 25% R$ 1210,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Duro/Riado 15% R$ 1140,00
    Cereja 20% R$ 1260,00
    Safra 23/24 15% R$ 1240,00
    Safra 23/24 25% R$ 1220,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 1240,00
    Safra 23/24 25% R$ 1220,00
    Peneira 17/18 R$ 1340,00
    Variação R$ 1270,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Duro/Riado 30% R$ 1120,00
    Escolha kg/apro R$ 15,70
    Safra 23/24 20% R$ 1230,00
    Safra 23/24 30% R$ 1210,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Duro/riado 25% R$ 1140,00
    Rio com 20% R$ 1070,00
    Safra 23/24 15% R$ 1240,00
    Safra 23/24 25% R$ 1220,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Agnocafé 23/24 R$ 1240,00
    Conilon/Vietnã R$ 1210,00
    Cepea Arábica R$ 1155,64
    Cepea Conilon R$ 977,21
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 990,00
    Conilon T. 7 R$ 980,00
    Conilon T. 7/8 R$ 970,00