Com tantas incertezas pela frente o mercado cafeeiro segue fortemente volátil, no modo “aversão ao risco” influenciando fortemente a performance no curto prazo, mas os fundamentos continuam a cada dia que passa mais positivos com tendência do aumento do déficit global do produto no médio e longo prazo em função do clima, aumento de consumo, queda de safra de arábica e conilon, principalmente no aumento das posições compradas de grandes fundos de investimentos.
No mês de abril os contratos para julho em NY subiram 16,25 cents, na semana retrassada acumula alta de 9,15 pontos e na semana passada caíram 10,40 cents. Com volume de 38.252 lotes, julho fechou a 181,80 cents, variou de 180,30 cents (menor nível dos últimos 46 dias) a 184,80 cents, chegando a romper por alguns minutos o primeiro suporte em 180,10 cents. Os estoques de certificados diminuíram 11.285 sacas para 598.493 sacas, menor nível dos últimos seis meses.
O progresso nas negociações sobre o teto da dívida dos EUA dando certo alívio no sentimento de risco nesta segunda-feira que deve refletir no café nesta terça-feira. Devido ao feriado do Memorial Day, nos Estados Unidos, não há negócios nos mercados americanos hoje. Mesmo assim, as atenções dos investidores globais estão voltadas para o acordo entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes do país, Kevin McCarthy, para elevar o teto da dívida pública.
Para analitas econômicos,as informações sobre o acordo já divulgadas incluem uma limitação dos gastos – que não inclui os gastos com defesa – e aumento de requisitos trabalhistas para adultos saudáveis beneficiados por alguns programas de assistência. O entendimento entre republicanos e democratas, inicialmente, retira um risco importante que vinha pairando sobre os negócios nas últimas semanas e pode levar a algum tipo de recuperação para ativos de risco nos próximos dias.
Segundo analista da Archer consultoria, Marcelo Fraga Moreira, mercado nas mãos dos algoritimos e especuladores operando em função dos gráficos, das “médias-móveis”, buscando nesse momento romper a média-móvel dos +100 dias no julho-23 e set-23 (respectivamente 178,20 cents e 176,50 cents. Se a média-móvel dos 100 dias for rompida, próximo suporte importante a ser “testado” será o piso da “Banda de Bollinger*” da média móvel dos 50 dias em 168,90 e 167,70 cents.
Para Eduardo Carvalhaes, os operadores do café parecem acreditar que a nova safra brasileira resolverá sozinha os problemas de abastecimento do mercado mundial de café. Em suas análises não colocam o mesmo peso nos indicadores que apontam para um cenário de aperto entre produção e consumo mundial. Aproveitando suas participação do “Coffee Dinner&Summit” na semana passada, representantes dos principais importadores de cafés do Brasil, estão no País para visitar as principais regiões produtoras de café no Brasil, nesta época de início dos trabalhos de colheita. Podem assim verificar pessoalmente o estado dos cafezais e ajustar suas percepções sobre o tamanho e a qualidade de nossa nova safra 2023/2024.
Segundo informações de Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), nos mês de maio, até dia 26 foram embarcadas 1.755.038 sacas de café ( 67.500 por dia ), queda de 30,3% em relação ao mês de abril. Do total, 1.755.038 sacas foram de arábica, 93.490 sacas de conillon e 231.499 sacas de solúvel, com projeções indicndo que em maio devem ser embarcadas 2,430 milhões de sacas, queda de 12,3%.
O presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Márcio Ferreira, disse na sexta-feira que safra de café do Brasil deve surpreender positivamente, o que permitirá uma recuperação das exportações do país no segundo semestre após os embarques acumularem queda de 20% no ano até abril. Com uma safra que será maior do que a de 2022, mas ainda inferior ao recorde de 2020, o Brasil poderá também manter bom ritmo de volume de exportação no primeiro semestre de 2024. " A safra de café conilon do país deve "repetir" o volume do ciclo anterior, discordando da previsão da estatal Conab, que aponta uma queda de 7,6% ante o recorde do ano passado" disse ele.
O relatório da CFTC referente a 23 de maio, mostra aumento suas posições líquidas compradas e queda suas posições vendidas dos grandes fundos , neste período a variação de julho passou de 186,80 cents a 187,45 cents, alta de apenas 0,65 cents. Os fundos aumentaram em 1.918 lotes ( + 14,9% ) suas posições liquidas compradas. Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 14.797 posições líquidas compradas sendo 33.775 posições compradas e 18.978 posições vendidas), 1.043 posições compradas diminuíram em 76 posições vendida.
Os preços internacionais da variedade robusta subiram na semana passada para o nível mais alto dos últimos 15 anos.Os principais motivos são a oferta restrita e as preocupações com a produção futura devido ao El Niño. O fenômeno climático extremo El Niño deve aparecer em breve - com altas temperaturas e grandes inundações - e as consequências são estimadas como desastrosas para diversos setores e um deles é a produção mundial de café. O relatório da CFTC referente a 23 de maio do café robusta, os grandes fundos aumentaram suas posiçoes compradas em 2.881 lotes para 43.005 lotes.
A meses o El Niño está refletindo nas ondas de calor em várias regiões produtores de café conilon, hoje nas regiões de café da China registou dia de maio mais quente em 100 anos, no Vietnã e na Índia as temperaturas médias das nas regiões de café ultrapassam 40 graus . A onda de calor também reflete em vários países produtores de arábica como a Colômbia e países da América Central. Segundo os meteorologistas, o segundo semestre no Brasil deve enfrentar estas ondas de calor trazendo estres climáticos nas principais regiões de café.
Os dois maiores países produtores de robusta do mundo, Vietnã e Brasil, podem sofrer grandes danos às colheitas se ocorrer um forte El Niño.A produção da variedade robusta no Brasil caiu 40 por cento na última vez que um forte El Niño se desenvolveu em 2015-2016 e causou seca no estado do Espírito Santo. Embora tenham sido feitos investimentos no Brasil para proteger as lavouras da seca com a irrigação, o El Niño deste ano deve superar a capacidade da infraestrutura para lidar com a seca prolongada.
No Vietnã, o El Niño ocorrer em meados de 2023 e se estender até 2024. O Centro espera temperaturas recordes no país durante este período.
A gigante do comércio internacional de café, Volcafe, previu que o mercado global de café robusta em 2023/24 apresentará um déficit recorde de 5,6 milhões de sacas. Muitos exportadores estão com medo de não ter grãos suficientes para entregar no segundo semestre deste ano. O trader estimou uma queda de 10% a 15% na produção da safra atual em relação à anterior, enquanto o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos disse em seu último relatório que a produção seria 6% menor.
Além disso, a Volcafe prevê que a Indonésia, terceiro maior produtor mundial de robusta, verá sua produção de café robusta cair para 9,1 milhões de sacas, a menor safra de robusta em 10 anos, devido aos danos causados pelo excesso de chuvas em todas as áreas de cultivo. A USDA prevê que a produção de café da Indonésia será de 9,7 milhões de sacas em 2023/24, uma queda de 18% em relação ao ano anterior, pois o excesso de chuvas interrompeu o estágio de desenvolvimento da cereja, diminuindo o rendimento nas principais áreas. Posteriormente, projeta-se que as exportações de café verde da Indonésia em 2023/24 diminuam 32% em relação ao ano anterior, para 5,2 milhões de sacas, devido à menor oferta exportável.
Data: 29/05/2023 15:14 Nome do Usuário: Paulo sergio Comentário: Nao sei qt será tamanhonda safra,mas a.mimha tem queda de 50%,e na zona da mata de minas,a media será de 40a 50%menos café da safra anterior
Data: 29/05/2023 14:42 Nome do Usuário: Wellington Comentário: Pessoal do CECAFE está esquecendo de mencionar em seus comentários que a Colômbia vai precisar de importar no mínimo 5 milhões de sacas café do Brasil para honrar seus compromissos.
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