Novo presidente chega fazendo grandes mudanças na FNC
Germán Bahamón, o novo dirigente da Fedecafeeteros, chegou com grandes mudanças à federação: eliminou cobranças diretas por desordem administrativa
Os primeiros dois meses estão prestes a expirar, após a eleição de Germán Bahamón como gerente da Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC) em nome dos comitês regionais. Decorrido esse período, a SEMANA soube que o novo gestor está traçando uma estratégia comercial e técnica que trará grandes mudanças para o setor cafeeiro.
Trata-se da reestruturação da FNC eliminando cargos de direção, sob o princípio da austeridade no escritório central de Bogotá. Bahamón reiterou, em outras ocasiões, que o poder nas regiões foi conquistado trabalhando lado a lado com os comitês regionais e foi categórico em mudanças por desordens administrativas como a da Almacafé, cujo gerente e subgerente deixaram a empresa.
Além disso, a SEMANA soube que mais mudanças virão e está em andamento uma auditoria que mostrará os resultados das áreas que certamente levarão a uma nova tomada de decisão. Vale lembrar que o Comitê Diretor da Federação Nacional dos Cafeicultores expressou seu acompanhamento e apoio à gestão realizada pelo gerente geral, Germán Bahamón.
Da mesma forma, o Comitê Gestor, como representante das 548.000 famílias cafeicultoras, destacou os avanços na aproximação com as diversas pastas do governo nacional.
Desde sua nomeação como gerente geral da FNC, em 27 de abril, no âmbito do Congresso Nacional Extraordinário do Café, Bahamón também visitou empresas e instituições do sindicato como: Procafecol, Buencafé, Cenicafé e a Fundação Manuel Mejía.
Da mesma forma, tem se aprofundado em questões de cooperativismo e comercialização, por meio de reuniões com os escritórios da Federação no exterior e o setor cafeeiro. A sua presença na Feira de Cafés Especiais realizada em Santander, permitiu-lhe ter uma aproximação direta com os produtores e clientes internacionais que participaram na oitava edição do concurso nacional de qualidade do café “Colômbia, Terra da Diversidade”.
Por que saíram os cargos de direção da Almacafé?
A SEMANA também soube que a variedade Canephora não é ilegal no país, não é apenas importada pela Colcafe, Nestlé e Ipac S.A., mas que a Agrosavia vem estudando sua incorporação como uma variedade de café adequada para o nosso país.
Com o boom das commodities e a escassez de coprodutos, a indústria em geral vem incorporando cada vez mais essa variedade em suas misturas para os processos produtivos.
A Buencafé é o único player do setor que continua processando café 100% colombiano. E isso pressionou a equipe de vendas para conseguir matéria-prima suficiente. Mesmo em 2022 não havia possibilidade de assumir a capacidade instalada da fábrica por falta de matéria-prima.
Almacafé "descoberto" há um mês, não se trata de um problema de ilegalidade (mesmo que o café tenha sido adquirido a outros fornecedores que não os reconhecidos). O problema, segundo a FNC, foi ter comprado um café com preço mais alto sem os devidos controles, e ter reconhecido tardiamente que esse café não atendia às exigências da fábrica.
Ou seja, os gerentes da Almacafé compravam a preço de coproduto o café colombiano, numa época em que o preço do café estava muito alto (22/01/20 = $239,40).
Segundo os dados fornecidos, hoje a perda que esse descontrole está gerando se deve à ocultação dos resultados dos testes do laboratório Buencafé, onde foi demonstrado que a mistura tinha até 30% de 'canephora' em cerca de 7.000 sacas. .
Na época, o diferencial de preço entre um coproduto colombiano e um 'canephora' era considerável, mas ao esconder isso e não tomar medidas imediatas, permitiu-se que o diferencial de preço aumentasse. Hoje, com o câmbio mais baixo e o preço de referência do café colombiano mais baixo, a perda do ano pode chegar a pouco mais de 7 bilhões de pesos ( R$ 8,4 milhões).
Isto não pode exonerar a responsabilidade da equipa Almacafé. A variedade canephora é reconhecida até por suas características físicas no grão, também por seu teor superior de cafeína. Segundo a FNC, as duas análises deveriam ter sido feitas antes do fechamento do negócio.
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