AgnoCafe - O Site do Cafeicultor
Assunto: Categoria de noticia: Data:
Imprimir notícia

O robusta de hoje pode ser o arábica de amanhã


Por José Roberto Marques da Costa

Com volume de 35.939 lotes, os contratos futuros de café arábica fecharam em queda nesta sexta-feira com setembro caindo 2,20 cents e fechando a 180,75 cents, levemente acima da importante resistência da média móvel de 200 dias em 180,50 cents e abaixo de outra importante resistência da Banda de Bollinger dos últimos 50 dias em 182,40 cents, variando dentro do intervalo de 179,85 cents a 184,20 cents, não tendo força para buscar a primeira resistência do dia em 184,43 cents e rompendo o primeiro suporte em 180,78 cents. Na semana a queda foi de 5,90 cents e no mês teve alta de 4,90 cents

Os contratos de café arábica voltaram para a "zona de conforto" de investidores do curto prazo depois do pico da semana passada quando a NOAA anunciou oficialmente a entrada do EL Niño acionando cobertura dos fundos levando acima de 190,00 cents, no maior nível em 50 dias tirando "zona de conforto". Nos últimos seis pregões teve perdas de 9,60 cents e voltando ao intervalo onde opera a mais de 60 dias e tudo indica que deverá continuar neste intervalo mais algumas semana.

No começo do mês, o analista  de commodities Andrew Hecht, descreve " Pode ser aquele investimento raro que está bem debaixo do seu nariz. O café é a bebida mais popular do mundo depois da água,  não só a demanda não muda muito devido aos preços, como os suprimentos são ameaçados pelo aquecimento global e pelo clima extremo. As coisas podem ficar tensas no mercado de café. "Os problemas de oferta do café robusta se traduzem em aumento da demanda por grãos arábica e preços mais altos. Embora o café provavelmente permaneça na faixa de negociação nas próximas semanas e meses  a escassez de robusta e os altos preços devem refletir no arábica no médio prazo", disse ele. 

Segundo Eduardo Carvalhães, os operadores de mercado e as grandes torrefações internacionais continuam apostando que a nova safra brasileira resolverá sozinha os problemas no abastecimento mundial de café. Os torrefações e traders estão usando o que resta de seus estoques, aguardando a entrada da nova safra brasileira. Acreditam que assim, com a oferta de uma safra maior, terão preços melhores para se abastecerem.

Acreditando na safra deste ano do Brasil em torno de 65 milhões de sacas, sendo 43 milhões de arábica e 22 milhões de robusta e nos dados super dimensionado pela USDA de que a exportação do Brasil vai atingir 44 milhões de sacas nos próximo 12 meses, os traders que estão apostando todas as suas fichas nestes números

Pelas últimas informações, mostram uma realidade bem diferente com provável safra de 56 milhões de sacas, sendo 40 de arábica e 16 milhões de sacas de robusta, com as industrias interna com forte apetite de compras devido aos estoques praticamente zerados. Fazendo as contas para os próximos 12 meses, consumo interno 22 milhões de sacas e exportação 36 milhões de sacas com ajuda de 2 milhões de sacas dos estoques remanescentes.

Tirando a grande problema com o robusta, focando somente no café arábica, além da dificuldade que o Brasil vai ter para honrar os contratos de exportações até a entrada da safra 2024, não se esqueça da quebra de safras da Colômbia, Peru, México, países da América Central e que os estoques dos EUA, maior consumidor mundial, deve estar nos menores níveis da história. Segundo o analista Andrew Hecht, "as coisas podem ficar tensas no mercado de café". Tudo indica que o robusta de hoje pode ser o arábica de amanhã.

O relatório da CFTC referente a 13 de junho, mostra  aumento das posições líquidas compradas e leve queda das posições vendidas dos grandes fundos, neste período a variação teve alta de apenas 0,15 cents. Pelos dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) os fundos aumentaram em 1.089 lotes ( + 7,27% ) suas posições liquidas compradas e diminuíram em 165 lotes suas posições vendidas. Os grandes fundos possuíam 16.051 posições líquidas compradas, sendo 33.311 posições compradas e 17.260 posições vendidas. 

Os estoques de cafés certificados em NY caíram 998 sacas para 545.327 sacas, menor nível desde 23 de novembro de 2022, vêm apresentando uma retração constante ao longo das últimas semanas. A maior demanda dos cafés estocados refere-se a grãos que são originários do Brasil. No período entre 12 de abril a 12 de maio  a diminuição dos cafés brasileiros armazenados foi de 79.977 sacas, passando de 250.782 sacas para 170.805 sacas. Já a retração do volume de cafés de Honduras foi de apenas 13.189 sacas passando de 369.543 casas para 356.354 sacas. Outros cafés que tiveram diminuição nos seus níveis estocados fora o do Peru, com baixa de 665 sacas e do México, com 550 sacas. 

Uma das explicações para a maior diminuição dos cafés brasileiros nos armazéns certificados da bolsa nova-iorquina é quanto à sua precocidade. Ou seja, tratam-se de grãos novos, que passaram a formar os estoques há pouco tempo, ao contrário do verificado com os grãos de Honduras, que já estão há um significativo tempo compondo o montante das sacas abrigadas nos armazéns de Antuérpia, Hamburgo/Bremen/ Houston, Nova Iorque e Virgínia.

Cafeicultores colombianos denunciam importação de café de "péssima qualidade"

O novo presidente da FNC começa a adotar a mesma política da CGA dos EUA (que nesta quinta-feira completa 60 dias) de não divulgar os dados para não deixar o mercado arábica mais preocupado do que o robusta, não dando informações sobre a produção e exportação de maio. Agnocafé fez um lembrete para o mercado se prepare para uma surpresa bem desagradável depois da grave denúncia do representante dos cafeicultores de Risaralda sobre a reexportação de café importado. O jornal La Nación fez uma entrevista com  no presidente Germán Alberto Bahamón Jaramillo, mas esqueceu de fazer duas perguntar sobre o silêncio da FNC sobre os números de maio e a reexportação de café de baixa qualidade.

Ontem a mídia colombiana divulgou uma matéria que os cafeicultores do departamento de Risaralda garantem que há uma grande preocupação com a quantidade de café que está entrando no país de baixíssima qualidade do Equador, Brasil e Peru, que inclusive apresenta condições tão mínimas que vários baristas se recusam a experimente pela elevada acidez que apresenta.

O representante dos cafeicultores de Risaralda, denuncia que o problema é tão grave que até mesmo esses blends de café de baixa qualidade estão sendo reexportados, colocando em risco a excelente qualidade de nossos grãos no mundo. "As importações de café na Colômbia estão crescendo maciçamente, tanto que já existem sindicatos de baristas que já se recusaram a experimentar esses cafés, devido à acidez, à qualidade mínima desse grão que se recusaram a passar pelos filtros e apresentá-lo como café", disse ele.

E acrescentou “Essa questão de importar para um país que é produtor de café é gravíssima, pois afeta nosso reconhecimento como o melhor e mais suave café do mundo, por se tratar de um negócio de blend, estamos recebendo blends dos piores cafés do mundo, tanto por vias legais, como também há denúncias de contrabando, preocupando muito as denúncias de que esse café de má qualidade está sendo reexportado como grão colombiano, colocando em alto risco o nosso prêmio de café, que é o que nos concedem sendo um café arábica de excelentes qualidades que é colhido em condições muito diferentes das de outros países”.

Novo recorde em Londres, com Vietnã recusando novos pedidos por falta de café

Nesta sexta-feira volume em Londres atingiu 16.952 lotes e setembro teve queda de US$ 10 fechando a US$ 2.747/t  variando de US$ 2.737/t a US$ 2.793/t,, rompendo a primeira resistência em US$ 2.789/t. O julho atingiu US$ 2.854 a tonelada,  novo recorde  dos últimos 15 anos

Os revendedores disseram que os preços  no Brasil continuam subindo à medida que a demanda dentro do país se expande, enquanto os agricultores permanecem reticentes em vender. Enquanto isso, no Vietnã e na Indonésia, os principais exportadores, a oferta está extremamente apertada e o risco de novas quedas não pode ser descartado devido ao fenômeno climático El Nino.

Doan Huu Tue, CEO do My Viet International Group JSC, um grande produtor e exportador de café, disse que alguns tipos de café em Dak Lak subiram para VND67.000 por quilo ( R$ 844,20 a saca de 60 quilos ), e ele acredita que a tendência de alta nos preços continuará por muitos meses.  A produção de café em muitos países, incluindo o Vietnã, está diminuindo, resultando em aumentos de preço do café cru para processamento. “ Neste momento, os estoques de café são suficientes apenas para atender aos contratos assinados anteriormente. Temos que recusar novos pedidos por falta de café ”, disse Tue.

El Nino aproximando alimenta preocupações no mercado de café

O El Nino está se aproximando e está alimentando preocupações de que a produção de grãos robusta nos principais países produtores de café, como Vietnã e Indonésia, possa ser afetada, resultando em um aumento nos preços.

“A agora amplamente esperada transição para as condições do El Niño no terceiro trimestre de 2023 alimentou temores de redução da produção no Vietnã e na Indonésia, ambos grandes produtores de café robusta”, disse a unidade de pesquisa BMI da Fitch Solutions no mês passado. Isso significa que os preços de seu expresso regular e café instantâneo podem subir, forçando os consumidores a recorrer a substitutos mais baratos.

Os grãos Robusta são famosos por suas características amargas e maior acidez. Eles contêm mais cafeína do que arábica. Os grãos de café robusta são menores e mais redondos e têm um sabor mais terroso em comparação com o arábica. Esta variante é comumente usada com arábica para dar um toque extra e um sabor mais rico. A espécie de café é mais fácil de cultivar e produz altos rendimentos, tornando-o um dos produtos de café mais baratos do mundo.

Os grãos robusta respondem por quase 40% do consumo mundial de café e o arábica compõe os 60% restantes. Diz-se que os desafios econômicos globais estão inclinando a demanda para o robusta, o que consequentemente levou os preços a uma alta de 15 anos de US$ 2.783 por tonelada no final de maio, segundo a CNBC.

Bem, o arábica sempre foi considerado mais premium em comparação com o robusta. Arábica tende a ter um sabor suave e doce com sabores de chocolate e açúcar. Eles geralmente têm um toque de bagas ou frutas neles. O Robusta, por outro lado, é mais forte e áspero, com sabor residual amargo e textura granulada. Também é muito mais resistente a doenças e produz um rendimento muito melhor, disse o The Perk Blog.

Diz-se que as condições do El Nino provocam temperaturas mais altas no sudeste da Ásia, em combinação com chuvas abaixo da média, o que leva a uma diminuição na produção de café, de acordo com o relatório da BMI. Em um ano de El Nino, não é incomum no Vietnã e na Indonésia ver uma queda de 20% na produção de grãos Robusta, de acordo com Shawn Hackett, presidente da corretora de commodities Hackett Financial Advisors, conforme relatado pela CNBC.

Os preços do café Robusta dispararam para uma alta recorde. "A Ásia, de um modo geral, gostou mais do robusta do que do arábica e, como tal, a demanda por robusta está crescendo a um ritmo muito mais rápido do que a demanda por arábica", disse Hackett. “Embora a redução nas importações de arábica lavadas se deva parcialmente à menor disponibilidade, a mudança para o robusta mostra que os cafés mais baratos estão sendo fortemente preferidos pelo mercado europeu”, disse Natalia Gandolphi, analista da HedgePoint Global Markets’ Intelligence. Gandolphi também diz que espera um déficit de cerca de 4,16 milhões de sacas de grãos robusta de outubro de 2023 a setembro de 2024.

Ótimo Final de semana

Comentarios

Inserir Comentário
Contrato Cotação Variação
Julho 205,60 - 1,00
Setembro 204,35 - 1,10
Dezembro 202,40 - 2,10
Contrato Cotação Variação
Julho 3.493 - 25
Setembro 3.434 - 19
Novembro 3.362 - 18
Contrato Cotação Variação
Julho 257,80 0
Setembro 247,25 - 1,30
Dezembro 245,15 - 0,55
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,1110 + 0,16
Euro 5,5530 + 0,10
Ptax 5,1157 0
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1090,00
    Moka R$ 1280,00
    Safra 23/24 20% R$ 1230,00
    Peneira 15/16 R$ 1300,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1100,00
    Peneira 17/18 R$ 1340,00
    Safra 23/24 15% R$ 1240,00
    Safra 23/24 25% R$ 1210,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Duro/Riado 15% R$ 1140,00
    Cereja 20% R$ 1260,00
    Safra 23/24 15% R$ 1240,00
    Safra 23/24 25% R$ 1220,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 1240,00
    Safra 23/24 25% R$ 1220,00
    Peneira 17/18 R$ 1340,00
    Variação R$ 1270,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Duro/Riado 30% R$ 1120,00
    Escolha kg/apro R$ 15,70
    Safra 23/24 20% R$ 1230,00
    Safra 23/24 30% R$ 1210,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Duro/riado 25% R$ 1140,00
    Rio com 20% R$ 1070,00
    Safra 23/24 15% R$ 1240,00
    Safra 23/24 25% R$ 1220,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Agnocafé 23/24 R$ 1240,00
    Conilon/Vietnã R$ 1210,00
    Cepea Arábica R$ 1155,64
    Cepea Conilon R$ 977,21
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 990,00
    Conilon T. 7 R$ 980,00
    Conilon T. 7/8 R$ 970,00