Preço do café na Colômbia se afasta do teto de R$ 1.150 a saca
A carga de 125 quilos de grãos está paga em R$ 1,36 milhão ( R$ 784,00 a saca de 60 quilos ), o menor valor até agora neste ano. A Federação dos Cafeicultores vai mudar a fórmula de fixação dos preços.
A última vez que a carga de 125 quilos de café foi paga por mais de dois milhões de pesos ( R$ 1.150,00 a saca ) foi há quase dois meses, em 2 de maio, quando o valor foi fixado em US$ 2,01 milhões, desde então tem oscilado entre US$ 1,96 milhão e US$ 1,36 milhão .
A dinâmica desses valores coincide com um contexto de menor produção do grão, já que, segundo os números da Federação Nacional dos Cafeicultores, a arrecadação observa contrações nos diversos períodos analisados.
No ano passado, por exemplo, a redução foi de 14%, nos primeiros cinco meses deste 2023 a queda chegou a 9%, e somente em maio a queda foi de 21%. Da união explica-se que essas quedas correspondem ao fato de que as variáveis climáticas não têm sido favoráveis para os processos de floração e enchimento de grãos nas áreas cafeeiras do país.
“Além das floradas esparsas devido ao excesso de chuvas, havia presença constante de nebulosidade no território, o que reduzia a quantidade de luz solar, afetando a síntese de nutrientes no cafeeiro. Além disso, a temperatura média diária presente nas áreas de produção teve uma diminuição, o que aumenta o número de dias necessários para completar os processos de formação e maturação da fruta”, afirma a Federação.
Do ponto de vista dos analistas econômicos do Bancolombia, uma vez que o fenômeno El Niño entre em cena, a produção de café deverá iniciar sua recuperação. "E se somarmos a isso o crescimento da renovação dos cafezais, é possível que a produção tenha um aumento considerável a partir do segundo semestre", acrescentam, mas sem especificar qual seria a magnitude do aumento.
Eles também antecipam que os contratos de café diminuirão devido à expectativa de aumento da produção. “O mercado futuro baixou suas expectativas de preços para 2023, o que levou o contrato a um patamar de US$ 1,8 por libra-peso para os próximos anos, o que somado à expectativa de que a taxa de câmbio se mantenha em torno de US$ 4.200 nos próximos anos, pode resultar em um preço local de mais de US$ 1,5 milhão por carga, pelo menos até o final deste ano”.
Para este fim de semana, o preço interno da carga de 125 quilos é de US$ 1,36 milhão, o menor até agora neste ano, e US$ 862 mil abaixo do nível mais alto registrado em 22 de fevereiro, de US$ 2,22 milhões.
Ajuste nos pagamentos
Num ambiente de desvalorização do grão e cumprindo as disposições do congresso cafeeiro de dezembro anterior, a Federação prepara-se para modificar as condições aplicáveis à publicação e liquidação dos preços.
Juan Camilo Ramos, gerente comercial do sindicato, destaca que a ideia é melhorar os pagamentos que os produtores recebem. Neste contexto, é necessário esclarecer que para as compras de café é aplicado o chamado fator de desempenho, que atualmente equivale a 94. Isso significa que são necessários 94 quilos de grãos chamados de pergaminho, que ao debulhá-los e fazer a respectiva qualidade seleção, resultam em 70 quilos de café verde tipo exportação e 24 quilos de café de qualidade inferior ou pasilla.
Mas, apesar da menor produção de café, algo que está acontecendo é que a qualidade dos grãos melhorou, então o objetivo da Federação é baixar o fator de rendimento para 88, ou seja, obter 70 quilos de café verde, 88 quilos de café em pergaminho será necessário.
É assim que Ramos aponta que se um café fator 88 no valor de US$ 1,57 milhão a carga ( R$ 900,00 a saca ) ao ser revisto apresentar uma qualidade melhor, fator 84, ele seria mais bem pago e chegaria a US$ 1,65 milhão ( R$ 950,00 a saca ), ou seja, US$ 85 mil a mais. Em vez disso, quanto maior a qualidade, melhor o preço.
Embora a mudança estivesse prevista para ser aplicada a partir da próxima segunda-feira, 3 de julho, a Federação considera prudente que haja um período de pedagogia que permita aos produtores entender essa nova fórmula.
“Sou o gestor que ouve o povo e entendo que o ajuste traz benefícios para os cafeicultores, mas é necessário um período de pedagogia para que os produtores tenham tranquilidade em relação aos seus rendimentos”, afirma o dirigente do sindicato, Germán Bahamón.
“Da Federação estamos sempre pensando em proteger a renda do cafeicultor e reconhecer a qualidade do café que produz. Uma campanha pedagógica será iniciada imediatamente em todos os departamentos cafeicultores do país", concluiu o dirigente, mas sem especificar a duração do período pedagógico.
Ontem, no departamento de Caldas, começou a campanha educativa para a implementação do fator de desempenho, e Juan Camilo Ramos, gerente comercial da Federação, foi o encarregado de explicar aos produtores a metodologia, que aposta na elevação do preço de referência.
Data: 02/07/2023 07:26 Nome do Usuário: Carlos Comentário: BOM DIA... CADE OS ANALISTAS DE PLANTÃO... Explicar este mercado de BAIXA.... FALARAM TANTA COISA E O MERCADO MAIS UMA VEZ MOSTROU QUE ANALISTA ENTENDE É DE NADA...KKK ACORDA PRODUTOR