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Preço interno, uma questão de capital importância para os cafeicultores


Óscar Gutiérrez, Diretor Executivo de Dignidade Agrícola Colombiana.

O Fórum Nacional do Café foi realizado no dia 1º de agosto em Pereira. Nas condições pelas quais passa a cafeicultura do país, o evento abordou diversos temas.

Quando expostos, permitiram a clareza e a precisão necessárias para defender os produtores de café, o café e as instituições cafeeiras que, como o Fundo Nacional do Café (FoNC), correm sérios riscos.

Em 24 de junho de 2023, em reunião realizada por líderes do setor, eles concluíram que grandes nuvens de tempestade ameaçam a permanência de um negócio sustentável de café.

Eles especificaram as razões da crise, que incluem uma queda abrupta no preço interno do grão, as importações maciças de pasillas e cafés de baixa qualidade, a questão das compras futuras de café, a garantia de compra do grão, os danos financeiros ao Fundo Associação Nacional do Café, a situação das cooperativas de cafeicultores, além das implicações negativas trazidas pela ausência de relações entre o Governo Nacional e a Federação Nacional dos Cafeicultores, tornou necessária a atuação e a tomada de decisões que buscassem encontrar soluções para as enormes dificuldades que se vislumbram para a cafeicultura nacional.

Em várias intervenções do Fórum, os problemas apontados foram desmembrados, na medida do possível, a fim de buscar a necessária união dos cafeicultores em bases sólidas para facilitar e promover, com objetivos claros, a mobilização social cafeeira.

Devido ao efeito que o Covid-19 teve na interrupção do frete marítimo e na escassez de contêineres, os preços das chamadas commodities dispararam, inclusive o preço do café, devido ao acesso insuficiente aos mercados mundiais.

Passada a crise de logística internacional e com a retomada da safra no Brasil, os preços do café começaram a cair fortemente no mundo, o que ainda hoje repercute seriamente no mercado interno de grãos.

Em 2019, o preço médio na Bolsa de Valores de Nova York foi de 133 centavos de dólar por libra para o café excelso. Começando a pandemia, em 2020, era 158 centavos; em 2021, foi de 218 centavos; em 2022, ao final da pandemia, 279; em junho de 2023, caiu para 215 centavos e, em julho, a média foi de 161 centavos, o que significa que está em queda livre.

Em pesos, a curva para a carga de 125 quilos de café em pergaminho seco é a seguinte: em janeiro de 2019, o preço médio foi de US$ 727.645; no mesmo mês de 2020, era de $ 886.161; em 2021, $ 1.073.000, em 2022, $ 2.148.000 e, em janeiro de 2023, caiu para $ 1.838.000. Em maio, era de 1.895.000. Em junho, caiu para $ 1.577.000 e, em julho, veio o desastre, quando estava em $ 1.318.000 e poderia continuar caindo. Ou seja, o preço interno caiu mais de US$ 500 mil entre maio e julho, em um contexto de alta inflação.

Por que uma queda tão abrupta no preço? O que aconteceu? Existem três fatos:

Uma distorção de preço para baixo em várias commodities, incluindo o café.Uma redução na Taxa Representativa do Mercado (TRM), ou seja, no preço do dólar, que caiu de quase $ 5.000 pesos por dólar para menos de $ 4.000, afetando o preço interno. Queda no prêmio de qualidade ou diferencial do café, que passou de 50,60 centavos para 15,20 centavos.
O anterior fez com que o preço interno, em comparação com os custos de produção, deixe os cafeicultores com perdas entre $ 20.000 e $ 35.000 pesos por arroba, dependendo da produtividade, eficiência, preços de compra de insumos, mão de obra e outros custos de produção.

Que o governo nacional expresse ao mercado mundial de grãos que a Colômbia venderá seu café a quem pagar a preços justos, ou seja, preços que incluam os custos de produção e deixem lucro para os cafeicultores. Essa questão deve ser levantada com força e clareza, e trabalhar para sua materialização por meio da diplomacia cafeeira, mas, sobretudo, por meio de uma demanda enérgica do governo nacional.

Uma comparação de preços históricos no mercado mundial mostra que as multinacionais hoje pagam preços aos países produtores equivalentes a 50% do que pagavam, a preços constantes, há 200 anos. E, em comparação com os preços a que as multinacionais compravam em 1983, equivale a preços constantes a 30%. Essa relação no mercado mundial de grãos tem que acabar.

Outra solução é o Governo Nacional e a Federação Nacional dos Cafeicultores definirem uma política que permita aos cafeicultores transferir recursos do Fundo de Estabilização dos Preços do Café (FEPC) e do orçamento nacional, para que recebam preços justos. Essa proposta é semelhante ao que foi feito nas recorrentes crises do café iniciadas após a quebra do Acordo Internacional de Cotas, que inaugurou o Livre Mercado ou Livre Comércio. Vale lembrar que ele quebrou

O repasse de recursos públicos aos cafeicultores também ocorreu em 2012, diante da queda das cotações internacionais e após uma forte mobilização cafeeira. Na ocasião, foi criado o Apoio à Renda do Cafeicultor (AIC), que se transformou, após a greve cívica cafeeira nacional em março de 2013, no Programa de Proteção à Renda do Cafeeiro (PIC). Todas essas lutas fizeram com que o Governo Nacional alocasse recursos suficientes do orçamento da nação para enfrentar as crises.

Parece que o país caminha para uma situação igual ou parecida com a de 2013, quando mais de 110 mil cafeicultores se posicionaram nas principais estradas deste país e, com sua luta, conquistaram o direito de continuar sendo cafeicultores.

Este é, sem dúvida, o principal tema tratado pelo bem-sucedido Fórum Nacional do Café.

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