"Vendidos" ainda continuam regendo com habilidade a orquestra em NY
Por José Roberto Marques da Costa
Os contratos fututros de café fecharam em queda nesta sexta-feira com os vendidos continuando a dominar o mercado regendo com grande habilidade a "orguestra" em NY, mantendo os contratos dentro de uma "zona de conforto". A novidade desta semana foram indicadores técnicos que começam a dar sinais de tendência de alta nas próximas semanas tendo a ajuda de um dos principais fundamentos de todas as commoddies, o clima instável nos principais países produtores de café
Com volume de negócios de 21.635 lotes, o menor dos últimos 4 meses ( 120 dias), dezembro caiu 1,15 cents fechando a 153.15 cents, variando de 150,80 cents a 155,45 cents, rompendo pela primeira vez na semana o primeiro suporte técnico do dia em 152,12 cents. Na semana variou de 149,55 cents a 156,25 cents, acumulando alta de 3,15 cents. Os estoques de certificados do café arábica ficaram estáveis em 512.753 sacas, menor nível desde 21 de novembro de 2022 quando estavam em 497.809 sacas, com não há nenhuma saca esperando certificação a tendência é ficar abaixo de 500 mil sacas na próxima semana podendo a chegar a mínima do ano passado abaixo de 430 mil sacas.
A semana foi totalmente dominada pelos vendidos mantendo dezembro em uma "zona de conforto" entre 150,00 cents a 155,00 cents. Por alguns minutos, no pregão de hoje, dezembro ficou acima de 155,00 cents, mas como o nível importante tecnicamente, os vendidos ainda não entregaram a "baqueta" e continuam regendo a " muito bem a orquestra" evitam ficar abaixo de 150,00 cents com receio de encontrar stop de compras dos grandes investidores que poderia sair de seu controle e acima de 155,00 cents onde pode entrar tecnicamente um canal de alta acima de 157,50 cents. Nesta semana, os indicadores técnicos começaram a mostrar uma inversão técnica com possível tendência de alta na buscar níveis bem acima 160,00 cents.
Tudo indica que os fundamentos estão começando a ter força depois de várias semanas, sem os vencimentos de opções onde a grande maioria dos investidores pressionaram para setembro ficasse abaixo de 160,00 cents no dia 11, com ajudava dos vendidos as rolagens posições levaram abaixo de 150,00 cents chegando a mínima de dezembro ao piso 147,50 cents na semana passada onde encontrou novo piso e começo das recompras e levando a máxima desta semana em 156,25 cents.
Em uma analise técnica semanal, no pregão de segunda-feira ultrapassa a primeira e segunda resistência do dia, terça-feira operou dentro do intervalo do primeiro suporte e primeira resistência, na quarta-feira volta a ultrapassar a primeira e segunda resistência, ontem ultrapassa a primeira resistência e somente hoje rompeu o primeiro suporte da semana, caracterizando o começo de inversão técnica
A meta dos vendidos ( traders ) manter no máximo possível neste nível até o dia dos vencimentos dos compromissos da grande maioria dos produtores brasileiros, que atualmente são dos raros cafeicultores mundiais que ainda tem o produto estocado e pelo baixo volume de negócios somente eles estão operando. Os vendidos sabem que a partir de setembro será muito difícil manter os níveis atuais dos contratos de café arábica em NY devido ao déficit acima de 10 milhões de sacas e principalmente o clima instável nos próximos meses.
O relatório da CFTC divulgado hoje mostra alta de 2.414 lotes nas posições compradas e alta de 7.814 lotes nas posições vendidas dos grandes fundos. Pelos dados referente ao dia 22 de agosto, mostra que os fundos aumentaram em 5.274 suas posições líquidas vendidas ( 21,4% ). Os grandes fundos possuíam 31.318 posições líquidas vendidas, sendo 24.565 posições compradas e 55.883 posições vendidas.
Segundo informações de Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), nos mês de agosto, até dia 25 foram embarcadas 2.583.141 sacas de café, alta de 14% em relação ao mês de julho. Do total, 1.877.814 sacas foram de arábica ( alta de 8,6% ), 524.862 sacas de conillon ( alta de 48% ) e 180.465 sacas de solúvel. Neste período, a emissão de certificados de origem chegaram a 2.962.975 sacas, alta de 23,9%. Foram emitidas 2.121.467 sacas de arábica, 603.233 sacas de conillon ( alta de 64% ) e 238.275 sacas de solúvel. Pela projeção dos números da Cecafé, os embarques de café robusta devem chegar a 735 mil sacas em agosto, alta de 46% ante a julho e o total dos embarques devem ficar em torno 3,6 milhões de sacas, alta de 12%.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé, afirmou que as condições climáticas foram positivas para a qualidade da safra. Destacou que o mercado ainda está travado, sem grande volume de negócio, mas que as últimas semanas foram mais movimentadas por parte da demanda. Além diso, ressaltou a necessidade do Brasil voltar a passar credibilidade em relação aos números de safra ao mercado internacional. Atualmente, os números da Conab falam em 55 milhões de sacas no ciclo atual, mas existem consultorias que afirmam que o volume pode ultrapassar 60 milhões de sacas, o que segundo o presidente, traz incerteza ao mercado e trava os negócios em todas as pontas da cadeia.
“Alguns fatores motivaram o mercado nesta semana , a primeira delas um reposicionamento dos investidores, após os contratos quase ficarem abaixo de 150,00 cents”, diz Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria. A presença do forte calor em áreas centrais do Brasil motivou compras com o mercado antecipando possíveis impactos para a safra 2024/25. “Esse clima extremo pode ser muito prejudicial para o café, e liga o alerta da presença do El Niño, que pode trazer o clima muito quente e muito chuvoso em algumas áreas. Fala-se em uma supersafra para o próximo ciclo, de 70 milhões de sacas, mas temos uma dificuldade de confirmar qualquer número diante das instabilidades do clima”, ressalta Bonfá.
Com a colheita brasileira terminando vai começar aparecer um triste realidade para os traders com produção bem abaixo do esperado por eles e agentes financeiros que recomendaram aos seus clientes que ficassem vendidos. Para dar credibilidade em seus fundamentos, Agora, ele só focam na próxima safra falando em produção de 70 milhões de sacas. Um detalhe que não comentam é se vai ter café suficente para cumprir os compromisos nos próximo 12 meses.
Segundo a Reuters, os analistas apontam que o forte calor em áreas produtoras do Brasil trazem preocupação para a próxima safra. Nos estamos em pleno inverno, as temperaturas começam a trazer preocupações nesta época, ainda não chegamos em outubro, novembro e principalmente dezembro. Agnocafé está alertando a meses sobre o efeito El Niño, chuvas bem abaixo da média e temperaturas extremas que deve provocar estrese ( choque térmico ) no segundo semestre nos cafezais, no Brasil, Colômbia, Vietnã. Indonésia e países da América Central.
O estado de São Paulo teve mais um dia de calor extremo para o mês de agosto em pleno inverno, nesta quinta-feira com máximas acima de 35ºC em diversas cidades e que ficaram perto de 40ºC em alguns pontos com a forte massa de ar quente que cobre o território paulista há dias e ganhou muita força desde quarta-feira. No domingo a temperatura deve cair pra 12ºC em varías regiões do estado. De acordo com a Climatempo, a mudança de tempo de calor para frio em pleno inverno é comum, porém a intensidade da onda de calor foi fora do padrão. "Desta vez, como o calor tem estado muito intenso nos últimos dias, o choque térmico será maior e a população vai sentir a mudança de temperatura de forma mais brusca".
O tempo muda radicalmente nesta sexta em parte do estado de São Paulo com a chegada de uma frente fria. Chuva, que pode ser localmente forte e com risco de temporais de vento forte e granizo, deve atingir o Sul e o Leste paulista da tarde para a noite desta sexta e ainda durante a madrugada do sábado. No fim de semana, a frente fria deve levar chuva a um maior número de localidades do estado paulista e o estdo de Minas Gerais e Espirito Santos com queda de temperatura nesta regiões, no domingo e segunda-feira o tempo estará mais frio chegando a 12ºC.
O número de focos de incêndios em Minas Gerais pode dobrar até o fim da atual estação de estiagem (de abril a setembro), caso o ritmo histórico médio dos últimos 45 dias desse período se mantenha, o que desperta alerta e preocupação entre especialistas e combatentes. As projeções de incêndios encontram respaldo também na avaliação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que prevê menos chuvas do que nos últimos três anos até outubro.
Neste ano, com o fim do fenômeno La Niña (redução da temperatura do Oceano Pacífico equatorial) e a vigência de El Niño (aumento da temperatura na mesma região oceânica), segundo especialistas do Inmet, a propensão de chuvas com duração menor e mais concentradas pode favorecer as queimadas sobretudo em setembro, para quando são esperadas as primeiras precipitações da primavera (23 de setembro a 22 de dezembro).
“A perspectiva agora é diferente dos três últimos anos. A tendência é de início de primavera com pancadas de chuva isoladas nos fins de tarde, devido ao intenso calor, provocado pelos efeitos do El Ninõ em Minas Gerais. Uma situação diversa de quando tivemos La Niña, com chuvas mais constantes e volumosas. Essa questão, no passado recente, ajudou a reduzir as condições propícias de incêndios, que retornam agora”, afirma o meteorologista Claudemir de Azevedo, do 5º Distrito de Meteorologia do Inmet.
Na primeira quinzena de agosto, Vietnã exporta 625 mil sacas, queda de 23%
De acordo com as últimas estatísticas divulgadas pelo Departamento Geral da Alfândega do Vietnã, na primeira quinzena de agosto o país exportou 37,4 mil toneladas (625 mil sacas ) de café, faturando US$ 110,8 milhões, uma queda de 23,3% em volume e 3,5% em valor em relação mesmo período do ano passado.
As boas perspectivas para a lavoura de café no Brasil, que ajudaram a fortalecer as fontes de oferta global, foram o principal fator para as oscilações dos preços do café na última semana. Especialistas, portanto, apontam que o esforço do Brasil para exportar café Robusta aliviou os temores relacionados à escassez de oferta no mercado global, acrescentando que a tendência de queda dos preços do café continua sendo apenas um fator de curto prazo. No longo prazo, o preço do café, especialmente do café Robusta, continuará subindo, já que a demanda deve aumentar em vários mercados ao redor do mundo.
Os preços domésticos do café continuaram a cair no Vietnã esta semana em meio à atividade fraca, já que os traders aguardavam novos grãos da próxima safra, enquanto na Indonésia os preços subiram ligeiramente devido à menor oferta, disseram traders na quinta-feira. Os agricultores das terras altas centrais, a maior área de cultivo de café do Vietnã, venderam grãos na faixa de US$ 2,66 a US$ 2,70 por kg, que representa R$ 780,00 a R$ 790,00. “As atividades estão silenciadas agora. Estamos aguardando novos grãos, que esperamos que cheguem no final de novembro ou dezembro”, disse um trader baseado no cinturão do café.
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