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Maior problema do cafeicultor não está NY, mas no clima nos próximo meses


Por José Roberto Marques da Costa

Os contratos futuros de café arábica desvalorização em NY pelo terceiro pregão consecutivo em semana fortemente volátil, a variação foi de 14,45 cents ( 9,6% ), passando de tecnicamente sobrecomprado na terça-feira para sobrevendido nesta sexta-feira com os investidores ignorando por completo todas as informação climática do Brasil no curto, médio e longo prazo. Segundo a MetSul,  em 2023, a tendência é de uma primavera com temperatura muito acima da média, sendo a segunda mais quente já observada desde o começo dos registros há um século no Brasil.

Com volume de 32.544 lotes, dezembro teve queda de 3,70 cents fechando a 151,15 cents, variando de 150,05 cents a 155,70 cents, rompendo dois suportes do dia, em 153,32 cents e 151,78 cents não tendo força para chegar no terceiro em 149,07 cents. Em semana tecnicamente bipolar, variou 14,45 cents, de 150,05 cents nesta sexta-feira deixando o mercado sobrevendido a 164,50 cents na terça-feira em mercado sobrecomprado. Os  estoques de certificados ficam estáveis em 440.853 sacas, queda de 5.060 sacas na semana, com 15.391 sacas de café brasileiro esperando certificação.

Nesta semana, os vendidos saíram vitoriosos pelo placar de 3X2, os comprados venceram na segunda-feira e terça-feira quando dezembro chegou a 164,50 cents e não  acionando  um provável stop de comprar que poderia levar ao intervalo de 166,00 cents a 168,00 cents. Aproveitando  que as commodities estavam fragilizada  devido a forte valorização do dólar em mercado sobrecomprado. os vendidos foram a revange provocando uma perda de mais de 10 cents nos últimos três pregões, levando novamente a zona de conforto entre 150,00 cents a 155,00 cents, mas encontrando hoje forte resistência em 150,00 cents.

Caso não tenha nenhuma influencia externa ( clima no Brasil ), eles tentaram novamente levar a mínima das últimas semanas na busca do piso de 147,50 cents, onde deve prococar novamente a recompra de grandes investidores ( esta será a quarta tentativa) nos últimos meses. Para os investidores do mercado, as alta temperaturas nas regiões de café do Brasil ainda não está provocando redução da próxima safra. Acredito que o fator clima no Brasil deve começar a limitar maiores quedas. podendo provocar coberturas dos investidores que tem "aversão ao risco". No relatório de hoje mostrou a forte queda das posições vendidas dos grandes fundos e leve alta nas posições compradas dos grandes fundos. 

Pelo andar da carroagem, infelizmente o alerta que a Agnocafé começou a fazer em maio tendo com base a informação de meteorologista começa a virar realidade, na época que diz " O maior problema dos cafeicultores no segundo semestre no Brasil não será NY, mas no clima com temperatura bem elevadas e baixa intensidade de chuvas, principalmente numa época importante para continuação devenvolvimento dos frutos depois da florada, que deve reduzir muito a produtividade dos cafezias na próxima safra". 

O relatório da CFTC divulgado hoje, referente a 19 de setembro, mostra  alta nas posições  compradas e forte queda nas posições vendidas dos grandes fundos , neste período a variação de dezembro passou de 152,00 cents a 160,95 cents, alta de 8,95 cents. Os dados mostram que os fundos diminuíram em 9.409 lotes  suas posições líquidas vendidas ( 40% ). Os grandes fundos possuíam 15.624 posições líquidas vendidas, sendo 32.421 posições compradas e 48.046 posições vendidas,, aumentando em 1.929 lotes sua posições compradas e diminuíndo 7.805 lotes suas posições vendidas  

A consultoria Safras & Mercado revelou dados muito preocupante que talvez não observado pela maioria do mercado, mas lembranda pelo um grande comerciante brasileiro. Ela  informou nesta sexta-feira que até o dia 18 de setembro foram comercializada 50% do total da safra brasileira de 2023/2024 estimada pela consultoria em 66,65 milhões de sacas. Tenho como base este números, faltando 9 meses e meio para entrada da próxima safra faltam 33,325 milhões de sacas para ser comercializada, sendo que 17,4 milhões deste café deverá ser comercializado no mercado interno ( consumo de 22 milhões de sacas por ano ) restam apenas 15.925 milhões de sacas para serem exportadas, uma média 1,676 milhões de sacas por mês até junho de 2024. Para a grande maioria, tirando os traders e os bancos, a safra ficou em 60 milhões de sacas, como 50% foi comercializada restam 30 milhões de sacas para serem vendidas, o mercado interno deve consumir 17,4 milhões de sacas, restando apenas 12,6 milhões sacas, dando uma média de 1,326 milhões de sacas por mês para serem exportadas.

Segundo os dados da Cecafé,  até dia 22 de setembro, os embarques totalizaram 1.713.741 sacas ( + 23,6% ), média diária de 77.910 sacas, sendo 1.234.236 sacas de café arábica, 333.003 sacas de café conilon, e 146.506 sacas de café solúvel.Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 1.940.599 sacas ( +11,3% ), sendo 1.375.804 sacas de arábica, 381.989 sacas de conilon e 182.806 sacas de solúvel. Pela projeção dos dados da Cecafé, em setembro as exportações devem ficar 2,800 milhões de sacas, queda 22%

O que chamou atenção da Agnocafé nesta semana foi o artigo da meteorologista Paola Bueno ( abertos a todos ) alertando que o El Niño não é no momento o principal responsável por este bloqueio atmosférico, mas a fase positiva do Dipolo do Oceano Índico (DOI) provoca um déficit de chuvas e temperaturas muito acima do normal sobre o Sudeste que deve continuar ao longo da primavera, com seu pico em outubro. E alertou" que podemos esperar novos episódios de bloqueio nos próximos meses". 

A meteorologista Paola Bueno alertou que essa onda de calor ainda está longe de acabar, que o El Niño no momento não é o principal responsável pelo estabelecimento do padrão de bloqueio, com  oceano Índico tendo grande influência sobre a variabilidade climática nessa primavera, com o estabelecimento da fase positiva do Dipolo do Oceano Índico (DOI). O DOI positivo não só será um grande influenciador do clima no Brasil na primavera, como já está sendo, podendo ser o principal responsável pelo estabelecimento do padrão de bloqueio. Alguns artigos científicos mostram que quando o DOI está ativo, ele é responsável pela variabilidade do clima na América do Sul na primavera, via um padrão de ondas de Rossby, que parte da porção leste do Índico, atravessa o Pacífico Sul e chega nas latitudes subtropicais do Atlântico. 

Segundo a MetSul, " as pessoas que moram no Sudeste do Brasil estão acostumadas a sofrer com dias de calor muito intenso durante a primavera, neste ano a tendência é que suem mais do que o habitual porque haverá muito mais dias quentes do que se costuma registrar e vários de calor excessivo. Nas principais regiões de café, os dias de calor mais intenso ocorrem na primavera, no final da estação seca, e não durante os meses de verão que têm chuva e temporais frequentes, quase que diariamente. Em 2023, a tendência é de uma primavera com temperatura muito acima da média, sendo a segunda mais quente já observada desde o começo dos registros há um século no Brasil, ou seja, será uma estação excepcionalmente quente.

Sob este cenário, o número de dias de calor intenso (acima de 35ºC) e extremo (acima de 40ºC) deve ser maior do que o normalmente observado na primavera deste ano. Já nos primeiros dias da nova estação se projeta um evento de calor extremo com onda de calor de enorme intensidade. Há, aliás, uma probabilidade maior de fortes a intensas ondas de calor com extremos até históricos de temperatura no decorrer da estação no Sudeste do Brasil. Os períodos mais crítico para estes extremos de temperatura será compreendido entre este final de setembro e novembro. O Oeste e o Noroeste de Minas, assim como o Noroeste e o Norte do estado de São Paulo, devem ser as áreas do Sudeste em que a temperatura deve ficar mais acima da média nesta primavera com um número altíssimo de dias de calor intenso e fortes a poderosas ondas de calor" .

 O clima continua sendo o destaques de vários analista de mercado, Natália Gandolphi, analista da Hedgepoint Global Markets, diz que o cenário de clima seco deve se manter, já que não há previsão de chuvas para áreas produtoras na próxima semana." Os fundamentos de mercado, o clima, com o aumento das temperaturas, é a principal preocupação neste momento, e pode fazer as cotações subirem em breve" disse um dos analista.

“Chuvas fora de hora, levaram à abertura de floradas antecipadas em um grande número de cafezais, e agora, o tempo seco e muito quente – com temperaturas máximas devendo ultrapassar 35 °C no período da tarde – preocupa todos os agentes do mercado”, diz Eduardo Carvalhaes, analista especializado no mercado de café.

As altas temperaturas e o tempo seco dos últimos alertas assustam os produtores de café no país, porque o próximo mês será crucial para o início do desenvolvimento da nova safra brasileira. E é dela que o mercado internacional do grão depende, como projeta o analista da Safras & Mercado, Gil Barabach. Para as perspectivas futuras do café, o clima é um fator central, ressaltou Barabah. Se permanecerem altas temperaturas e estiagem, as consequências serão estresse hídrico e de temperatura, além de perda de potencial produtivo em 2024/25, afetando as estimativas de oferta do grão, o que leva o mercado a se proteger diante de riscos climáticos.

Na Colômbia, produtores de café estão migrando para o cacau

Quase 60 mil famílias colombianas que se dedicavam ao cultivo do café migraram para produzir cacau, isto no último ano. O motivo: a queda na produção de café e a instabilidade dos preços no mercado internacional. Durante este ano, a produção de café caiu 10% e as exportações contraíram 16%. Os produtores simplesmente encontraram um substituto que gerasse rendimentos de produção mais elevados.

O cacau é uma planta que começa a gerar colheita três anos após o plantio, permitindo a colheita de grandes quantidades do produto duas vezes ao ano durante mais de 30 anos. Há outro ponto forte e é o preço, o cacau colombiano tem pureza de 95% e está sendo vendido no exterior entre 20% e 30% acima do valor do mercado nacional.

O cacau hoje é cultivado em mais de 400 municípios em 27 departamentos da Colômbia. A Federação dos Produtores de Cacau da Colômbia estima que existam 190 mil hectares plantados com cacau. Eles afirmam que foram produzidas 60 mil toneladas este ano.

 "Vietnã fica sem estoque e pouco sobra na Indonésia", diz trader

O comércio de café no Vietnã continua lento esta semana devido aos estoques vazios, com os traders aguardando a nova temporada de safra que começa no próximo mês, disseram traders . Os preços do café continuaram a subir esta semana, com os agricultores nas terras altas centrais, a maior área de cultivo de café do Vietnã, a vender grãos COFVN-DAK por 67.300-68.100 dong (2,77-2,80 dólares) por kg, acima dos 65.300-66.500 dong da semana passada. “O Vietnã ficou sem estoques e pouco sobrou na Indonésia”, disse um trader baseado no cinturão do café. "Atualmente não há pressão de venda ou competição de compra, então os preços ficarão estáveis em torno de 65 mil a 68 mil dong."

A nova época de colheita do Vietnã começa em Outubro, em teoria, mas os grãos só chegarão a granel no final de Novembro, disseram os traders. Enquanto isso, os grãos robusta Sumatra da Indonésia foram oferecidos com um prêmio de US$ 480 em relação ao contrato de novembro esta semana, uma queda de US$ 20 em relação à semana anterior. "É porque o preço caiu no terminal de Londres. Acho que o preço continuará caindo, mas em ritmo lento", disse um trader. Outro trader cotou um prêmio de US$ 520 para o contrato de outubro, em comparação com a faixa de prêmio de US$ 500 a US$ 520 da semana passada.

O Departamento Geral de Alfândegas (GDC) informou que as exportações de café do Vietnã foram baixas em Agosto, apenas 85.650 toneladas ( 1,427 milhões de sacas ), o que gerou um volume de negócios de 258,5 milhões de dólares, uma diminuição de 25,1 por cento na quantidade e de 2,9 por cento no valor em comparação com Agosto de 2022. Nos primeiros oito meses do ano, as exportações de café do Vietnã atingiram 1,2 milhões de toneladas ( 20 milhões de sacas ), no valor de 2,96 mil milhões de dólares, uma queda de 5,4% em quantidade, mas um aumento de 3,1% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Vu Duc Con, vice-diretor do Departamento de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Dak Lak, disse que uma das razões para o aumento dos preços é que a época de colheita ainda não chegou, enquanto os stocks da época anterior já foram vendidos. Nos próximos dois meses, quando a colheita de café estiver madura, os preços serão mais razoáveis, acrescentou. Hung, proprietário de uma indústria de café na província de Dak Lak, nas Terras Altas Centrais, disse que os agricultores venderam os seus stocks de café há cerca de um mês. Ele não está comprando agora porque os preços elevados afetariam sua margem de lucro.

A Vietnam Coffee Cocoa Association previu que a produção do café cairá de 10 a 15% na temporada 2022-2023, para 1,47 milhão de toneladas ( 24,5 milhões de sacas ), devido ao forte calor. Em Dak Lak, as autoridades esperam que a produção diminua, uma vez que os agricultores têm mudado para o cultivo de outras culturas, como o durian e o abacate.

Ótimo final de semana

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