As visões de mercado dos cafeicultores e dos operadores divergindo
Santos, sexta-feira, 29 de setembro de 2023
O avanço de uma frente fria, provocando chuvas irregulares em nossas regiões produtoras de café, que devem continuar nos próximos dias, afastou, no curto prazo, as preocupações dos operadores em Nova Iorque com o tempo seco e o forte calor nas regiões cafeeiras brasileiras. Foi o suficiente para pressionarem as cotações do café nesta semana.
Com as visões de mercado dos cafeicultores e dos operadores divergindo, tivemos mais uma semana de mercado físico difícil e travado.
Enquanto os cafeicultores brasileiros - que enfrentaram dois anos de sérios problemas climáticos, com perdas significativas na produção, e estão agora bastante apreensivos com as altas temperaturas sobre seus cafezais, que ultrapassaram em vários dias os 35º Celsius, nos últimos dias do inverno e neste início de primavera - se recusam a vender seus cafés nas bases oferecidas pelos compradores, os operadores, especuladores e fundos com interesses de curto prazo, apesar dos estoques globais estarem criticamente baixos, apostam que os repetidos problemas climáticos, no Brasil e em todos os principais países produtores de café, não são suficientes para criarem problemas no abastecimento mundial de café.
O hemisfério norte, onde se concentra o maior número de consumidores, caminha agora para o inverno, quando o consumo de café cresce acentuadamente.
Os contratos de café para dezembro próximo na ICE Futures US, bateram hoje em US$ 1,4750 na máxima do dia e fecharam o pregão em queda de 105 pontos, a US$ 1,4615 por libra peso. Ontem, esses contratos para dezembro caíram 205 pontos e anteontem 160 pontos. Na terça-feira, encerraram o dia em alta de 205 pontos e na segunda, recuaram 235 pontos, acumulando nesta semana queda de 500 pontos. Na sexta-feira passada, encerraram o dia com perdas de 370 pontos, a US$ 1,5115 por libra peso. No balanço da semana passada caíram 800 pontos. Na semana anterior à passada, subiram 1050 pontos, fechando a sexta-feira, 15, valendo US$ 1,5915 por libra peso.
Na ICE Europe, em Londres, os contratos de café para novembro próximo fecharam o pregão hoje com perdas de 7 dólares, a US$ 2 462 por tonelada. Ontem subiram 22 dólares e anteontem caíram 9 dólares. Na terça-feira subiram 13 dólares e na segunda, recuaram 18 dólares por tonelada. No balanço desta semana subiram um dólar. Fecharam a semana passada valendo US$ 2 461 por tonelada, acumulando queda de 95 dólares por tonelada. Na semana anterior à passada, esses contratos para novembro próximo somaram alta de 149 dólares.
Os estoques de cafés certificados caíram hoje 2.128 sacas e estão em 441.945 sacas. Há um ano eram de 435.409 sacas, quando já eram considerados criticamente baixos. Subiram neste período 6.536 sacas. Na semana esses estoques subiram 1092 sacas e neste mês de setembro somaram queda de 58.986 sacas. No mês de agosto, a queda foi de 45.369 sacas, e em julho de 16.163 sacas. Em junho recuaram 38.603 sacas. No mês de maio caíram 96.645 sacas e em abril a queda totalizou 62.731 sacas.
O dólar fechou hoje em queda de 0,26 % a R$ 5,0270. Ontem caiu 0,16 % e anteontem apresentou alta de 1,20 %. Na sexta-feira passada subiu 1,11 % e fechou a semana a R$ 4,9350.
Em reais por saca, os contratos para dezembro próximo na ICE em Nova Iorque, fecharam hoje valendo R$ 971,86. Ontem fecharam valendo R$ 981,37. Na sexta-feira passada encerraram a semana a R$ 1 010,86. Terminaram a sexta-feira da semana anterior, dia 15, a R$ 1,025,46.
No mercado físico brasileiro, os compradores diminuíram o valor das ofertas no decorrer da semana, acompanhando a queda em Nova Iorque. Tivemos uma semana calma, com um volume pequeno de negócios fechados. Os cafeicultores continuam retraídos, vendendo apenas o necessário para terem “caixa” suficiente para cumprir seus compromissos mais próximos.
Uma frente fria está avançando pela costa do Sudeste e propaga muitas instabilidades sobre a região. As chuvas estão ocorrendo de forma esparsa, mas tem atingido algumas áreas produtoras de café, especialmente do sul de Minas. Em Maria da Fé choveu 23mm só nas primeiras horas desta quinta-feira, 28/09. O tempo permanecerá instável entre esta quinta e a sexta-feira e chuvas esparsas devem atingir preferencialmente a Alta Mogiana Paulista, sul de Minas Gerais e sul do Espírito Santo. Durante o final de semana as chuvas devem se intensificar, especialmente no domingo, e são esperados volumes moderados e de forma mais generalizada entre São Paulo, Minas Gerais, inclusive as áreas do Cerrado, e Espírito Santo. Com o aumento das instabilidades, o calor deve sofrer uma ligeira diminuição. Durante o final de semana a chuva deve voltar a se espalhar também sobre áreas produtoras de Rondônia. A chuva deve ganhar ainda mais intensidade e se espalhar mais sobre áreas produtoras do Sudeste no decorrer da segunda semana de outubro. Áreas entre o Paraná, São Paulo e Minas Gerais serão mais beneficiadas por chuvas frequentes e com volumes moderados. Já em Rondônia as chuvas ainda não devem se regularizar e devem ocorrer de forma muito isolada e com baixos acumulados (fonte: CLIMATEMPO).
Até dia 29, os embarques de setembro estavam em 2.031.192 sacas de café arábica, 471.361 sacas de café conilon, mais 209.404 sacas de café solúvel, totalizando 2.711.957 sacas embarcadas, contra 2.583.141 sacas no mesmo dia de agosto. Até o mesmo dia 29 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em setembro totalizavam 2.982.040 sacas, contra 2.962.975 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 22, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 29, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 500 pontos ou US$ 6,61 (R$ 33,25) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 22 a R$ 986,31 por saca, e hoje sexta-feira, dia 29, a R$ 971,86. Hoje, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 105 pontos.
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