AgnoCafe - O Site do Cafeicultor
Assunto: Categoria de noticia: Data:
Imprimir notícia

Surpresa: CFTC mostra que os grandes fundos estão fora do mercado


Por José Roberto Marques da Costa

Os contratos futuros de café arábica fecharam em queda novamente nesta sexta-feira em NY com a  força dos juros dos Treasuries nos últimos dias acabando com qualquer esperança de uma recuperação no curto prazo, sem nenhuma influencia de fundamentos de mercado, somente nos últimos 7 pregões a queda acumulada foi de 9,2% ( 14,80 cents ) que deixou o mercado extremamente sobrevendido. O relatório da CFTC mostrou que os grandes fundos de investimentos estão praticamente fora do mercado, no período teve forte liquidação de 10,10 cents e eles mantiveram suas posições comprada e vendidas.   

Com volume de 38.622 lotes, dezembro teve queda de 1,05 cents a 146,15 cents ( menor patamar desde 11 de janeiro quando fechou no menor nível do ano 143,50 cents), variou de 146,15 cents a 147,50 cents, rompendo o primeiro suporte do dia em145,68 cents, sem força para chegar no segundo em 144,17 cents, Na semana a perda foi de 5,00 cents, no mês de setembro, variou de 19,55 cents, de 144,95 cents nesta sexta-feira a 164,50 cents no dia 19, acumuldando uma perda de 8,35 cents. Os estoques de cafés certificados diminuíram 2.128 sacas para 441.945 sacas, na semana aumentaram 1092 sacas e no mês setembro diminuíram de 58.986 sacas.

Ecomonista de mercado afirma que a comunicação mais "hawkish" do Federal Reserve (Fed) está ajudando a punir a grande maioria das commodities. Na ausência de dados mais promissores dos EUA sobre a inflação e o mercado de trabalho, o ambiente poderá continuar a ser difícil. E uma paralisação do governo poderia complicar ainda mais isso. Segundo outro economista,  a força dos juros dos Treasuries nos últimos dias acabou com qualquer esperança de uma recuperação no curto prazo, que há possibilidade de mais quedas, abrindo a porta para vendas técnicas podendo buscar a mínima do ano em 143,50 cents sem interferência de fundamentos.

O dólar encerrou esta sexta-feira em queda, em dia em que os ativos de risco tentaram alguma recuperação das perdas recentes diante da dificuldade dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano em manter seu rali. Ainda que tenha ocorrido uma leve correção no câmbio, no saldo semanal a moeda americana ficou positiva frente ao real, assim como no balanço mensal. Terminadas as negociações, o dólar comercial fechou em queda de 0,26%, a R$ 5,0267, depois de ter atingido a mínima de R$ 4,9884 e tocado a máxima de R$ 5,0355. No acumulado da semana, no entanto, o dólar comercial avançou 1,91%, enquanto no mês de setembro a valorização foi de 1,55%

O relatório da CFTC referente a 26 de setembro, foi uma grande surpresa não esperada pelo mercado, no período dezembro teve forte liquidação de 10,10 cents, de 160.95 cents para 150,85 cents, mostra que os grandes fundos "tubarões"  estão praticamente fora do mercado, eles  diminuíram somente 676 suas posições líquidas vendidas ( 4,3% ), queda de apenas 318 lotes nas posições compradas e leve alta de 357 lotes nas posições vendidas.  Segundo os números, os grandes fundos possuíam 16.300 posições líquidas vendidas sendo 32.103 posições compradas e 48.403 posições vendidas). Os fundos de índice tiveram forte redução  do saldo líquido compradas em 3.852 lotes ( 8,1% ) no período, passando de 47.375 lotes para 43.523 lotes. Comparando com  dia 10 de janeiro, quando a bolsa de NY operava nos mesmos níveis de hoje, os números são bem diferente, os grandes fundos possuíam 31.070 posições líquidas vendidas sendo 22.670 posições compradas e 53.740 posições vendidas) e  os fundos de índice estavam com 34.831 lotes líquidos comprados sendo 51.370 comprados.

Segundo Sergio Carvalhaes, as visões de mercado dos cafeicultores e dos operadores divergindo com uma semana de mercado físico difícil e travado.  Enquanto os cafeicultores brasileiros - que enfrentaram dois anos de sérios problemas climáticos, com perdas significativas na produção, e estão agora bastante apreensivos com as altas temperaturas sobre seus cafezais, que ultrapassaram em vários dias os 35º Celsius, nos últimos dias do inverno e neste início de primavera - se recusam a vender seus cafés nas bases oferecidas pelos compradores, os operadores, especuladores e fundos com interesses de curto prazo, apesar dos estoques globais estarem criticamente baixos, apostam que os repetidos problemas climáticos, no Brasil e em todos os principais países produtores de café, não são suficientes para criarem problemas no abastecimento mundial de café.

Em suas análises diárias do mercado do café, Agnocafé realiza todos os seus comentários tendo como base o máximo de informações mundiais sobre todos os setores, principalmente as posições dos grande fundos nos relatórios semanais da CFTC para levar aos seus leitores um retrato mais realista possível sobre as tendências futuras. Um dos dados mais importantes refere-se às safras dos países produtores e suas respectivas exportações. Devido a problemas internos, até esta sexta-feira, a Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia (FNC) ainda não informou os dados importantes como produção e exportação de agosto e a mídia local não procurou informar o motivo  de a entidade passar a utilizar a mesma política da entidade americana Green Coffee Association (GCA) que não mais informa os números relativos aos estoques dos EUA desde de março deste ano. 

A Agnocafé  sempre usou os números diários do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) para fazer uma projeção das exportações do mês, mas, diante de uma mudança repentina em suas atualizações, fica muito difícil fazer uma projeção confiável. A partir de sexta-feira, não serão mais apresentadas tais projeções.

Na atualização de quarta-feira, pelos dados da entidade, foram exportadas 1,982 milhão de sacas, tendo como base as exportações diárias, a projeção indicava embarques em setembro de 2,5 milhões de sacas, que representava queda de 30%. Na atualização da quinta-feira, o número repentinamente passou para 2,712 milhões de sacas, o que leva a uma projeção bem diferente, com a possibilidade de o mês ser encerrado com o embarque de 3,4 milhões de sacas, aumento — em um só dia — de 730 mil sacas, queda de 7,7%

Segundo os dados da Cecafé,  até dia 29 de setembro, os embarques brasileiros do mês totalizaram 2.936.677 sacas ( + 6,4% ), sendo 2.142.916 sacas de café arábica, 576.055 sacas de café conillon, e 217.676 sacas de café solúvel. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 3.238.152 sacas (+ 3,6%), sendo 2.344.620 sacas de arábica, 636.884 sacas de conillon e 256.649 sacas de solúvel.

Nos três primeiros meses da safra 2023/2024, o Brasil exportou 10 milhões de sacas ( 2,991 milhões em julho, 3,673 em agosto e provavelmente  3,5 milhões de sacas em setembro ), somando o consumo interno que foram de 5 milhões milhões de saca, tudo indica que foram consumidas 15 milhões de sacas. Nos números anteriores mostram que os estoques remanescente estavam praticamente zerados. Com projeção média da safra deste ano em 60 milhões de sacas ( 6 milhões a mais da menor estimativa e 6 milhões a menos da maior projeção ), restam para ser comercializadas 45 milhões de sacas nos próximos 9 meses,para abastecer o consumo interno serão necessária 17 milhões de sacas, restando 28 milhões de sacas para exportação, que representa em média 3,120 milhões de sacas por mês.

Subtraindo o consumo interno de 9 meses, fazendo a projeção sobre a estimativa de 66 milhões de sacas, teremos 34 milhões de sacas para exportação, média de 3,778 milhões por mês. Projetando sobre a menor estimativa de 55 milhões de sacas, teremos 23 milhões de sacas para exportação, média de 2,556 milhões por mês. Com estes números, a grande "briga" na mídia entre vários setores no mercado está sendo a projeção da próxima safra, mas todos sabemos que o mercado é soberano, mas pela performance dso grande fundos de investimentos, tudo indica que a escolha já foi feita.   

Para o Climatempo, a influência do El Niño torna a precipitação irregular no tempo e no espaço. Então, as pancadas de chuva não vão acontecer todos os dias, nem sempre no mesmo lugar e nem em todos os locais. Não há expectativa de chuva generalizada nas regiões de café em outubro. Algumas frentes frias vão passar pelo litoral de São Paulo e do Rio De Janeiro, mas serão desviadas para o oceano antes de alcançar o Espírito Santo. O estado de São Paulo recebe também a influência de áreas de instabilidade que crescem sobre o Sul do Brasil. A previsão da Climatempo é de que a chuva de outubro fique um pouco abaixo da média em praticamente todas as áreas de Minas Gerais, no Espírito Santo e no norte do estado do Rio de Janeiro.

 A primavera começou com o El Niño em intensificação no Oceano Pacífico Equatorial. O dados da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), mostram que o Pacífico Equatorial Centro-Leste segue aquecendo, o que confirma as projeções dos modelos climáticos que indicavam o fortalecimento do El Niño no final do inverno e durante a primavera. A tendência é de o fenômeno segue influenciando o clima nos próximos meses no Brasil com excesso de chuva no Sul e seca na Amazônia, e ainda com perspectiva de as águas aquecerem mais na porção Centro-Leste do Pacífico com a consequente intensificação do fenômeno.

De acordo com o conjunto médio das projeções, o máximo de intensidade deste evento de El Niño seria alcançado entre dezembro e o começo de 2024. Com base na média dos modelos climáticos dinâmicos, que possuem maior índice de acerto, o pico de intensidade deste episódio de aquecimento do Pacífico teria anomalia em torno de 2,0ºC, ou seja, no limiar de um El Niño forte a muito forte.

Ótimo Final de semana 

Comentarios

Inserir Comentário
Contrato Cotação Variação
Julho 200,75 - 5,35
Setembro 199,10 - 5,25
Dezembro 197,40 - 5,10
Contrato Cotação Variação
Julho 3.541 - 139
Setembro 3.470 - 147
Novembro 3.385 - 151
Contrato Cotação Variação
Julho 250,10 - 7,10
Setembro 240,50 - 7,80
Dezembro 236,60 - 8,55
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,0700 - 0,85
Euro 5,4570 - 0,52
Ptax 5,0668 - 0,94
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1090,00
    Peneira 15/16 R$ 1250,00
    Moka R$ 1250,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado/rio R$ 1100,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1240,00
    Safra 22/23 15% R$ 1240,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/Riado 15% R$ 1140,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Variação R$ 1230,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 15,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
    Safra 22/23 30% R$ 1190,00
    Duro/Riado 30% R$ 1130,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado 25% R$ 1130,00
    Rio com 20% R$ 1070,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1141,86
    Cepea Conilon R$ 970,33
    Conilon/Vietnã R$ 1451,00
    Agnocafé 22/23 R$ 1220,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1020,00
    Conilon T. 7 R$ 1012,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1005,00