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Resiliência da cafeicultura brasileira: uma visão de longo prazo


Conselho Nacional do Café


Recentemente, uma reportagem publicada em um site de notícias do Brasil sugeriu que a produção de café no Brasil estaria ameaçada por diversos fatores, incluindo mudanças climáticas e eventos extremos. No entanto, ao analisarmos a história da cafeicultura brasileira, percebemos uma incrível resiliência da cultura diante de desafios climáticos e ambientais. Este breve artigo busca destacar a capacidade da cafeicultura brasileira de superar adversidades e argumentar que a produção de café no país não está ameaçada.

A cafeicultura no Brasil já enfrentou inúmeros desafios ao longo de sua história, desde geadas severas até períodos de secas prolongadas. Um exemplo emblemático é a geada de 1975, que afetou severamente as plantações de café no Paraná. Na época, muitos especialistas previam o fim da produção no país, já que o estado paranaense era um dos principais produtores nacionais. No entanto, a cafeicultura brasileira ressurgiu, demonstrando uma capacidade notável de adaptação e recuperação.

Outros eventos climáticos de grandes proporções ocorreram ao passar dos anos. No final da década passada, uma longa seca causou estresse nas plantas e afetou os volumes produzidos nas safras seguintes. Em 2021, uma geada severa caiu em determinadas áreas de produção e deixou cafeicultores desesperados, criando até receio de que muitos deixariam a atividade. Poucos desistiram do café. Isso porque essa cultura perene é resiliente.

Mesmo diante de eventos climáticos adversos, a produção de café no Brasil tem consistentemente ultrapassado a marca de 50 milhões de sacas por ano (vide gráfico). Essa consistência reflete a habilidade dos produtores brasileiros de implementar as boas práticas agrícolas avançadas, tecnologias inovadoras e estratégias de gestão de riscos. Além disso, a diversificação de regiões produtoras e o investimento em variedades resistentes têm contribuído para a estabilidade do setor.

A cafeicultura brasileira não apenas sobreviveu, mas prosperou através da incorporação contínua de inovações e tecnologias. A introdução de novos métodos de manejo, como sistemas e práticas de cultivos sustentáveis, destaca o compromisso do setor em adaptar-se às mudanças climáticas e mitigar seus impactos. O investimento em pesquisa agrícola pelas universidades públicas e particulares, o apoio contínuo do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) que aportou recursos na ordem de R$ 400 milhões de reais nos últimos anos através da Embrapa Café, e atuação constante de entidades estaduais (Emateres, Fundaccer, Centros de Excelência do Café – Machado, Patrocínio, Varginha e Viçosa) e privadas (Procafé), resultou no desenvolvimento de variedades de café mais resistentes a doenças e condições climáticas adversas.

A diversificação das regiões produtoras de café no Brasil é outro fator fundamental para a estabilidade da produção. Enquanto certas áreas podem ser afetadas por eventos climáticos extremos, outras regiões continuam a produzir em níveis elevados. Isso cria um sistema de segurança, mitigando os riscos associados a condições climáticas adversas em uma região específica.

A cadeia cafeeira gera 8,4 milhões de empregos diretos e indiretos, estando presente em 1983 municípios, nos dezesseis estados produtores. São 330 mil produtores de café no Brasil, sendo 78% pequenos produtores rurais. No período da colheita, são gerados mais de 2 milhões de vagas nas lavouras. Importante ressaltar que os municípios que produzem café têm os melhores índices de desenvolvimento humano do Brasil.

Outro ponto fundamental que serve como base de argumento é a robustez de nossas cooperativas. O cooperativismo tem se mostrado um pilar essencial para o sucesso da cafeicultura no Brasil, fortalecendo a produção e contribuindo significativamente para o desenvolvimento social das comunidades rurais. Segundo dados da OCB, em 2022, o Brasil contava com 1400 cooperativas, sendo 97 exclusivas para cafeicultura.

Em face de reportagens recentes que sugerem uma ameaça iminente à produção de café no Brasil, é fundamental reconhecer a resiliência histórica da cafeicultura brasileira. Em vez de um declínio iminente, a história e as práticas atuais indicam que a produção de café no Brasil continuará a prosperar, consolidando sua posição como líder global na cadeia cafeeira. Sobre o pessimismo ou a falta de conhecimento de parte da nossa mídia, basta ao Conselho Nacional do Café continuar informando e buscando que os noticiários internos sejam mais positivos retratando a verdade dos fatos. O café continua firme e forte no Brasil.

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Contrato Cotação Variação
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Setembro 222,40 - 3,90
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Julho 4.153 - 151
Setembro 4.065 - 150
Novembro 3.971 - 132
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    Duro/riado/rio R$ 1220,00
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    Safra 22/23 15% R$ 1330,00
    Duro/riado/rio R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1330,00
  • Franca
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    Safra 22/23 15% R$ 1330,00
    Safra 22/23 25% R$ 1310,00
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    Safra 22/23 15% R$ 1330,00
    Safra 22/23 25% R$ 1310,00
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    Safra 22/23 20% R$ 1320,00
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    Duro/Riado 30% R$ 1240,00
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  • Guaxupé
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    Safra 22/23 15% R$ 1330,00
    Safra 22/23 25% R$ 1320,00
    Duro/riado 25% R$ 1250,00
    Rio com 20% R$ 1160,00
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    Cepea Arábica R$ 1260,03
    Cepea Conilon R$ 1160,91
    Conilon/Vietnã R$ 1630,88
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1176,00
    Conilon T. 7 R$ 1168,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1160,00