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Nos últimos 10 dias, contratos de café arábica valorizam 13%


Por José Roberto Marques da Costa

Em mais um pregão agitado, nervoso e sobrecomprado, os contratos futuros de café fecharam em alta em NY nesta sexta-feira prevalecendo a força dos fundos de investimentos que seguem apostando na alta com dezembro fechando no maior nível em 30 dias, influenciado por reviravolta  nos gráficos técnicos no curto prazo com ajuda de alguns fundamentos, aumento da  intensidade do efeito El Niño nas regiões de café do Brasil que pode prejudicar a próxima safra, a dificuldade da Colômbia em honrar seus compromissos, força do vencimento das opções dia 10 de novembro e estoques de certificados próximo ao menor nível de 24 anos com o aumento da procura por torrefadores depois das alta dos últimos pregões e forte instabilidade do mercado de robusta em Londres.   

Com forte volume de 77.156 lotes, dezembro teve alta de 1,30 cents a 165,25 cents, maior nível dos últimos 30 dias( 19/09), variando de 162,25 cents a 166,80 cents, chegando a romper a primeira resistência do dia em 166,18 cents  Durante a semana acumula alta de 10,35 cents e nos últimos 10 dias valoriza 13,15% ( + 23,15 cents ), de 143,70 cents a 166,80 cents  Os estoques de certificados diminuíram 190 sacas para 421.424 sacas,  no menor nível desde 20 de outubro de 2022, uma queda de 40 mil sacas deverá chegar ao menor nível dos últimos 24 anos. A grande maioria dos estoques estão depositados na Europa sendo 265.706 sacas de Honduras, 132.461 do Brasil e o restante de oito paises produtores.

O relatório da CFTC divulgado nesta sexta-feira, referente a 17 de outubro mostra alta nas posições  compradas e queda nas posições vendidas dos grandes fundos, neste período a variação de dezembro passou de 147,50 cents a 157,05 cents, alta de 9,55 cents. Os fundos diminuíram em 8.625 suas posições líquidas vendidas ( 35,3% ). Os futuras os grandes fundos possuíam 15.781 posições líquidas vendidas sendo 33.499 posições compradas e 49.280 posições vendidas, alta de 2.187 lotes de posições compras e queda de 6.438 lotes de posições vendidas.

A 120 dias atrás os contratos futuros em NY estavam operando nos níveis de 180 a 182 cents ( 20/06) tendo ainda a possibilidade de massas polares atingirem as áreas de café do Brasil, depois de descartada as geadas, os grandes investidores abandonaram o café e migraram para outras opções de maior rentabilidade no curto prazo, naturalemnte os preços começaram a despendencar, no primeiro ciclo que queda foi de 180,00 cents para 168,00 cents, segundo de 168,00 cents até dez dias atrás quando chegou abaixo de 145,00 cents próximo a mínima do ano em 11 de janeiro em 143,50 cents. No últimos 10 dias, teve uma reviravolta espetacular de tendência nos gráficos técinos e os grandes investidores começaram a recompra dos contratos aumentando suas posições e diminuíndo suas posições vendidas provocando a recuperação mais de 13% ( 23,00 cents ) voltando ao nível de 165,00 cents nesta sexta-feira.

Caso não tem menhuma influencia externa no mercado, a tendencia é a continuação da recuperação da outra parte das perdas influenciadas também por fatores climáticos e a forte escassez do café no curto e médio prazo e mercado de opções, mas antes de voltar ao nível acima de 180,00 cents deverá acontecer algumas realizações de lucros para descarregar os indicadores sobrecomprados que é positivo pra o mmercado. A tendência desta recuperação vem sendo confirmada no mercado de opções com vencimento no contrato dezembro no próximo dia 10 de novembro, os “strikes” das opções de compra “call” entre 170 cents a 180,00 cents estão aumentando fortemente os últimos pregões. 

E a atuação do El Niño tende a continuar com expectativa de que o fenômeno se intensifique até janeiro de 2024, atingindo a categoria forte. Na faixa central do país, o período é de transição e não se descartam episódios de chuva expressiva em algumas localidades durante esse trimestre, principalmente na segunda metade deste período.A previsão de temperatura indica maior probabilidade de valores acima da faixa normal na maior parte do país. As previsões indicam condições de El Niño durante o primeiro semestre de 2024. Assim, durante o próximo trimestre as condições climáticas e meteorológicas no país serão influenciadas por esse fenômeno.

Segundo Ricardo Schneider, presidente do Centro do Comércio de Café de Minas Gerais (CCCMG). se olharmos para os fundamentos que mexem com o preço do café, não houve nenhuma grande mudança nos últimos dias. Os contratos voltaram para os mesmos patamares de um mês atrás, e os fundos agora podem decidir por um direcionamento tanto para cima quanto para baixo. Ele acrescenta que os preços têm ‘respeitado’ o patamar de 170 cents que não é observado desde junho, e não oscilam para um valor menor que 145 cents. A situação do clima nos cafezais do Brasil deve seguir no radar dos investidores. Neste momento, a condição está favorável, avalia Schneider. “Passamos por um período de forte calor, mas agora as chuvas estão regulares, combinadas com o calor matinal. Mas ainda precisamos de mais umidade para as plantas até o fim do ano, que sejam bem distribuídas e com boa frequência”, reforça.

Segundo Eduardo Carvalhães,  são muitas as preocupações que dificultam o bom andamento dos negócios de café: as mudanças climáticas, que mantêm o clima irregular, incerto, em todos os países produtores de café ao redor do mundo; os baixos estoques remanescentes de outras safras – na prática inexistentes - tanto nos países produtores, como nos consumidores; as guerras, com a invasão da Ucrânia pela Rússia e agora, com o violento ataque terrorista à Israel pelo Hamas, que podem vir a prejudicar o bom andamento do transporte marítimo ao redor do mundo; a aproximação dos meses de inverno no hemisfério norte, época em que o consumo de café cresce significativamente nessa parte do mundo que concentra grande parte do consumo mundial; a expressiva queda nas exportações brasileiras de café no último mês de setembro, quando o normal, em início de ano-safra no Brasil, seria o crescimento de nossos embarques em relação aos números de agosto.

Os exportadores brasileiros relatam atrasos nos embarques  devido à pouca disponibilidade de camilhões e contentores, enquanto os tempos de espera para carregamento dos navios aumentaram, resultando em custos adicionais para os comerciantes e atrasos na chegada dos produtos aos destinos. “Estamos tendo problemas com a disponibilidade de contêineres”, disse o principal comerciante de um grande exportador de café, sob condição de anonimato, acrescentando que a situação desacelerou as exportações em setembro.

Mesmo com estas informações de atraso de embarques, a Cecafé informou hoje que  até dia 20 de outubro, foram embarcadas 2.382.444 sacas ( + 43,9% ), média diária de 119.150 sacas, sendo 1.942.699 sacas de café arábica ( + 60% ), 312.997 sacas de café conillon e 126.748 sacas de café solúvel. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 2.720.159 sacas (+ 44,5% ), sendo 2.171.893 sacas de arábica ( + 60% ), 367.459 sacas de conillon e 180.807 sacas de solúvel.

Várias fontes relataram a Agnocafé que a procura da Colômbia por café arábica brasileiro está impressiondo os exportadores brasileiros. " Muitos exportadores está procurando café arábica, principalmente grinder para atender o forte apetite colombiano", dise uma fonte. Fazendo uma compraração no mesmo período entre outubro e setembro quando foram exportadas 1,656 milhões de sacas, os embarques de arábica já superam em  726 mil sacas e a emissões de certificados em 813 mil sacas o mês setembro.

Pelos dados da Cecafé,o mês de outubro as exportações brasileiras devem ficar em torno de 4 milhões de sacas, caso os dados estejam corretos, nos primeriros 4 mese da atual safra, o Brasil deve embarcar 14 milhões de sacas soamndo mais 7 milhões do consumo interno foram consumidas 21 milhões de sacas de um produção de 60 milhões de sacas. Com estoques remanescente praticamente zerados, o Brasil tem mais 39 milhões de sacas para serem comercialziadas nos próximos 8 meses. Tirando 14 milhões de sacas do consumo interno restam apenas 25 milhões para serem exportadas, média 3,125 milhões de sacas por mês. 

Após vários meses a Agnocafé alertando o mercado da situação na Colômbia,  depois das forte altas dos últimos pregões, mídia internacional começa a dar destaque para situação crítica que atravessa o país  Em matéria da Reuters, o presidente da Fedecafé fez uma projeção super estimada da safra informando que este ano com uma produção entre 11,6 milhões e 12 milhões de sacas. A produção de café caiu para o menor volume desde 2013 e a terceira queda anual consecutiva devido ao atraso na floração causado pelo clima úmido. Assim como o fenômeno La Niña afeta a floração, o padrão climático El Nino, que traz seca à Colômbia, poderia afetar a produção no próximo ano, disse Bahamon. "Se (o El Niño) se prolongar por muito tempo e passar de moderado a crítico, obviamente haverá um efeito em 2024, mas não podemos dizer hoje", disse ele.

As oscilações de temperatura têm causado problemas na floração dos cafezais na Colômbia,  nos últimos 12 meses, a produção teve queda 9,1%,  a queda reflete a situação climática desfavorável apresentada ao longo de 2022, causado principalmente pelo La Niña, informa a Federação Colombiana de Café. Nos últimos dois meses a Colômbia produziu  816 mil sacas em agosto e 849 mil em setembro, com o acumulado de queda de 14,1% em relação ao ciclo anterior, fechando em 10,6 milhões de sacas e as exportações caíram 13% para 10,3 milhões de sacas. Este total também é o menor desde agosto de 2013, uma "tendência negativa que tem se evidenciado nas exportações recentes e pode ser atribuída à baixa produção, consequência da condições climáticas desfavoráveis", registrou o relatório.

Em dia nervoso, Londres teve uma das maiores volatilidade da história

 Em mercado sobrecomprado, os contratos fuutros de café fecharam em forte alta na bolsa de Londres em pregão considerado histórico pela sua volatilidade de US$ 134 por tonelada com os investidores muito preocupados com "aversão ao risco" devido ao El Niño que continuará no primeiro semestre de 2024 com  alerta para secas pode prejudicar a produção de robusta na Ásia.

Com forte volume de 46.789 lotes, novembro teve alta de US$ 80 fechando US$ 2.577 a tonelada em um dos pregões mais volátil da história da bolsa de Londres, variou US$ 134 de US$ 2.481/t a US$ 2.615/t. O janeiro teve alta de US$ 77 fechando a US$ 2.479/t, variando também US$ 134, de US$ US$ 2.386/t a US$ 2.520/t, maior nível desde 28 de junho, no acumulado da semana teve alta de US$ 195 . Os estoques certificado de café robusta  estão um pouco acima do mínimo histórico de 3.374 lotes registrado em 31 de agosto.

Para garantir a produção, Nestlé lança seguro meteorológico para produtores de café na Indonésia devido as alterações climáticas estão a colocar sob pressão as zonas de produção de café. Os pequenos produtores de café estão expostos a condições climáticas irregulares que afetam as suas colheitas. A Nestlé anunciou que está a testar um programa de seguro meteorológico na Indonésia para mais de 800 pequenos produtores de café que fornecem café à sua marca, Nescafé. A empresa está lançando o esquema de seguros em colaboração com a Blue Marble, especialista em seguros climáticos. O seguro oferece proteção financeira para ajudar os agricultores a lidar com chuvas imprevisíveis e padrões climáticos de seca severa.

As atividades comerciais com café no Vietnã ficaram travadas na semana, com os prêmios permanecendo altos, já que a oferta da nova temporada não estará disponível até o próximo mês, disseram os comerciantes na quinta-feira.  Os vendedores no Vietnã grãos a um prêmio de 200 a 400 dólares por tonelada em relação ao contrato de janeiro, sem alteração em relação à semana passada. Os agricultores começaram a colher alguns grãos maduros, mas a oferta ainda era limitada, disseram os traders. "As atividades de colheita das cerejas só serão robustas a partir do próximo mês", disse um trader do cinturão do café. "Os grãos virão em maiores volumes a partir de meados de novembro."  

Mercado interno

O indicador de café do arábica da safra 22/23 da Agnocafé com 15% cata fica em R$ 920,00, alta de 1,10% ( + R$ 10,00 ) nesta sexta-feira ( 20/10 ) e café livre a R$ 900,00. No mês teve alta de R$ 90,00, durante o ano 2023 teve queda de R$ 155,00 e em dólar fica em US$ 182,90. Peneira 17/18 pronto para embarque R$ 950,00, cereja a R$ 940,00, café certificado a R$ 940,00. O indicador para café com 10% a R$ 930,00, 20% a R$ 910,00, com 25% a R$ 900,00 com 30% a R$  890,00. Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 840,00, duro/riado/rio, R$ 810,00, rio a R$ 780,00 com 20%. Café duro para consumo a R$ 790,00 repasse de beneficiamento a R$ 810,00  e riado a R$ 770,00 e escolha fica em R$ 11,00 o quilo de aproveitamento

Ótimo Final de semana

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Contrato Cotação Variação
Julho 200,75 - 5,35
Setembro 199,10 - 5,25
Dezembro 197,40 - 5,10
Contrato Cotação Variação
Julho 3.541 - 139
Setembro 3.470 - 147
Novembro 3.385 - 151
Contrato Cotação Variação
Julho 250,10 - 7,10
Setembro 240,50 - 7,80
Dezembro 236,60 - 8,55
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,0700 - 0,85
Euro 5,4570 - 0,52
Ptax 5,0668 - 0,94
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1090,00
    Peneira 15/16 R$ 1250,00
    Moka R$ 1250,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado/rio R$ 1100,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1240,00
    Safra 22/23 15% R$ 1240,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/Riado 15% R$ 1140,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Variação R$ 1230,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 15,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
    Safra 22/23 30% R$ 1190,00
    Duro/Riado 30% R$ 1130,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado 25% R$ 1130,00
    Rio com 20% R$ 1070,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1247,84
    Cepea Conilon R$ 1134,67
    Conilon/Vietnã R$ 1451,00
    Agnocafé 22/23 R$ 1220,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1070,00
    Conilon T. 7 R$ 1062,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1055,00