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Estoques devem atingir os menores níveis em 24 anos na próxima semana


Por José Roberto Marques da Costa

Os contratos futuros de café fecharam novamente em queda com continuidade das realizações de lucros em um mercado que estava fortemente sobrecomprado nos pregões do começo da semana. Nos últimos três pregões acumula uma desvalorização de 7,20 cents ante a uma valorização de 22,10 cents nos dez pregões anteriores, que representa queda de 32,5%.  A semana terminda com com vitória dos vendidos por 3 X 2  e na próxima semana,  os estoques de certificados na bolsa de NY devem atingir os menores níveis em 24 anos.

 Em um pregão técnico, com volume de 26.832 lotes, um do menores dos últimos meses, dezembro teve leve queda de 0,25 cents, fechando a 160,95 cents, variando de 160,20 cents a 163,25 cents, chegando a ultrapassar a primeira resistência do dia em 163,10 cents. Acima desta resistência, os vendidos entraram pressionando assumindo controle do pregão, mas não consequiram romper o forte piso de 160,00 cents para buscar o primeiro suporte em 159,80 cents  com compras de investidores  influenciado pelo vencimento das opções no dia 10 de novembro. Durante a semana, varia de 160,20 cents no pregão de hoje a 169,05 cents no pregão de quarta feira, acumulando perda de 4,30 cents. Nos últimos 12 pregões, variou 25,35 cents, de 143,70 cents ( 11 ) a 169,05 cents ( 25 ) e valorizou 14,90 cents.   

Nas próximas duas semanas, a performance dos contratos futuros de café arábica em NY devem ser influenciado pelas opções sem nenhuma influencia de fundamentos, pois está em jogo "muita, muita, muita grana" com lotes em aberto nos “strikes” 160 / 165 / 170 / 175 / 180 cents tendo forte crescimento durante as duas últimas semanas. Em mercado "soberano", tudo indica a busca de nível de 180,00 cents no dia do vencimento. No final do pregão desta sexta-feira, os  indicadores técnicos diário indicavam vendas. Na segunda-feira, os suportes estão em 159,68 cents, 158,42 cents e 156,63 cents e resistências em 162,78 cents, 164,28 cents e 165,78 cents.

Com as últimas altas do mercado spot, a busca  dos torrefadores pelos café depositados na bolsa de NY continuam crescendo, nesta sexta-feira, os estoques de certificados diminuíram 12.291 sacas para 394.175 sacas, nos últimos 11 pregões acumula queda de 53.347 sacas,  faltam apenas 11.480 sacas para atingir o menor nível em 24 anos, para piorar a situação não tem nenhuma saca esperando certificação. A totalidade dos cafés estão são dos depositados na Europa e no EUA tem somente 7.185 sacas, a maiora são café hondurenhos ( 259.182 sacas ) e café brasileiro ( 112.011 sacas ). 

O relatório da CFTC divulgado ontem, referente a 24 de outubro mostra queda nas posições  compradas e forte queda nas posições vendidas dos grandes fundos, neste período a variação de dezembro passou de 157,05 cents a 168,15 cents, alta de 11,10 cents. Os dados mostram que os fundos diminuíram em 13.629 suas posições líquidas vendidas (- 86,5%), os grandes fundos possuíam 2.152 posições líquidas vendidas sendo 31.275 posições compradas e 33.427 posições vendidas, queda de 2.224 de posições compradas e forte queda de 68% de posições vendidas ( - 15.853 ) .

Segundo os dados da Cecafé,  até dia 27 de outubro, os embarques brasileiros do mês totalizaram 3.465.580 sacas ( + 28% ), média diária de 128.354 sacas, sendo 2.743.705 sacas de café arábica, 543.597 sacas de café conillon e 187.278 sacas de café solúvel. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 3.788.697 sacas (+ 27,1% ), sendo 2.961.132 sacas de arábica, 591.219 sacas de conillon e 236.346 sacas de solúvel. Projeção de embarques em outubro indica 4,200 milhões de sacas sendo 670 mil de conilon

Para  Leonardo Rossetti, analista de inteligência de mercado da StoneX, nas últimas duas semanas o café em Nova York avançou cerca de 2 mil pontos, e um repique nos preços seria algo natural, até porque não há nenhuma novidade que justificasse essa valorização por um longo período.Olhando para o cenário macro, o café deve seguir em uma faixa de preços que vai de 140,00 cents a 160,00 cents, acompanhando a queda de outras commodities e também a demanda, que esfriou após as subidas recentes em NY.

Segundo Eduardo Carvalhaes,  as incertezas climáticas, que são globais e afetam todos os países produtores de café; os estoques baixos nos países consumidores; o esgotamento dos estoques remanescentes de outras safras nos países produtores; a aproximação dos meses de frio no hemisfério norte, quando o consumo de café cresce substancialmente, e os problemas que afetam tanto a economia global como a brasileira, levam o mercado internacional de café a trabalhar com muita insegurança e oscilação.

Segundo relatório da Icona Café,  os preços do café arábica registraram esta semana a máxima dos últimos dois meses e meio, e o robusta a máxima das últimas cinco semanas. A recuperação do real brasileiro na segunda-feira, atingindo o máximo de três semanas em relação ao dólar, sustentou os preços do café. O Cecafé informou  que aprocura por café robusta continua muito forte, com as exportações de café robusta do Brasil em Setembro a aumentarem mais de quatro vezes em relação ao ano anterior, atingindo 624.999 sacas. Os preços do café arábica já encontraram o primeiro apoio quando a Conab, agência de previsão de safra do Brasil, elevou sua estimativa da safra de café arábica do Brasil em 2023, em 20 de setembro, para apenas 38,2 milhões de sacas, após a previsão de maio anterior de 37,9 milhões de sacas.

Os preços do café arábica, que há um ano ultrapassavam R$ 1.100 por saca, ficaram em torno de R$ 800 por saca em outubro, nível considerado baixo pelos produtores de café, segundo o CEPEA em seu relatório mais recente. Deve-se notar que os cafés atualmente disponíveis no mercado local provêm de culturas tratadas com insumos adquiridos a preços muito elevados. Por esta razão fundamental, muitos vendedores não demonstraram interesse em comercializar café, e os poucos negócios que foram fechados foram devido a baixos volumes e a necessidades específicas de fluxo de caixa.

Vários meses atrás, Agnocafé alertou aos cafeicultores, que o maior problema do mercado não está em NY, mas no clima do segundo semestre no Brasil. Esse alerta levou em conta a  possibilidade de ocorrência de um super El Niño, que poderia trazer estresses climáticos e chuvas abaixo da média histórica provocando prejuízos as regiões de café

Nesta semna, o meteorologista Willians Bini escreveu um artigo relembrando que em 2015/2016, enfrentamos as consequências de um super El Niño, que trouxe chuvas excessivas no Sul do Brasil e causou estragos na produção de grãos. Agora, em 2023, estamos novamente diante de uma elevação nas temperaturas do oceano que nos leva a monitorar atentamente a possibilidade de outro super El Niño. Os impactos do El Niño são variados, afetando diferentes regiões de maneiras distintas. No Brasil, a agricultura é uma das áreas mais impactadas quando o El Niño se intensifica. As chuvas torrenciais que caracterizam o fenômeno podem causar inundações no Sul do Brasil, prejudicando a produção de grãos e aumentando os riscos para os agricultores

Lideres da cafeicultura do Vietnã preocupado rápida expansão do durian, diz jornal Tuoi Tre

As autoridades locais do cinurão cafeeira das terras altas centrais do Vietnã estão a expressar preocupação com a rápida expansão da produção de durian como substituto das plantações de café, pimenta e caju, noticia o jornal Tuoi Tre, citando autoridades agrícolas locais. Na província de Dak Lak, o maior produtor de café, o seu departamento de agricultura espera que as áreas de cultivo de durian aumentem para 30.000 hectares nos próximos anos, dos atuais 28.600 hectares.

Estima-se que a produção de Durian em Dak Lak em 2023 exceda 200.000 toneladas, equivalente à produção combinada das três províncias cafeeiras vizinhas de Gia Lai, Dak Nong e Lam Dong. Na província vizinha de Dak Nong, a área cultivada de durião aumentou 55% desde 2022, atingindo 10.000 hectares. As autoridades implementaram medidas para alertar os produtores de café e pimenta contra o cultivo em massa de durian fora da área planejada, de acordo com o chefe do departamento de agricultura de Dak Nong. E

A colheita do café nas províncias de Son La e Lai Chau, no norte, já começou, mas a colheita atrasou 2 a 3 semanas em relação à última colheita. Na Serra Central, cerca de 10% a 20% dos grãos já estão maduros, por isso só devemos atingir o pico da colheita no final de novembro. As condições de chuva ainda são um pouco preocupantes para a colheita, mas é verdade que também são típicas desta época todos os anos.

Apesar da colheita da menor colheita em quatro anos no ano passado, a receita do café do Vietnã deverá estabelecer um novo recorde de 4,2 bilhões de dólares até ao final de 2023, de acordo com fontes que citam o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural do país e a Bolsa Mercantil do Vietnã.

Nos primeiros nove meses de 2023, o Vietnã embarcou 1,25 milhão de toneladas de café, 8,3% a menos que no mesmo período de 2022. O Vietnã teve uma colheita de 1,67 milhão de toneladas, 7% a menos que na safra anterior, segundo dados da Bloomberg. inquérito aos exportadores e comerciantes publicado no início deste ano. As maiores receitas de exportação refletem uma maior procura por esta variedade de qualidade inferior, cujos preços atingiram os máximos dos últimos 15 anos no início deste ano.

Mercado interno

O indicador de café do arábica da safra 22/23 da Agnocafé com 15% cata fica estável  em R$ 900,00 nesta sexta-feira ( 27/10 ) e café livre a R$ 880,00. No mês teve alta de R$ 70,00, durante o ano 2023 teve queda de R$ 175,00 e em dólar fica em US$ 179,50.

Peneira 17/18 pronto para embarque R$ 970,00, cereja a R$ 940,00, café certificado a R$ 930,00. O indicador para café com 10% a R$ 910,00, 20% a R$ 890,00, com 25% a R$ 880,00 com 30% a R$ 870,00.

Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 840,00, duro/riado/rio, R$ 810,00, rio a R$ 770,00 com 20%. Café duro para consumo a R$ 780,00 repasse de beneficiamento a R$ 800,00  e riado a R$ 760,00 e escolha fica em R$ 11,00 o quilo de aproveitamento

 José Roberto Marques da Costa, diretor do site Agnocafé, líder mundial em informações do mercado de café 

Ótimo final de semana

 

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Contrato Cotação Variação
Julho 200,75 - 5,35
Setembro 199,10 - 5,25
Dezembro 197,40 - 5,10
Contrato Cotação Variação
Julho 3.541 - 139
Setembro 3.470 - 147
Novembro 3.385 - 151
Contrato Cotação Variação
Julho 250,10 - 7,10
Setembro 240,50 - 7,80
Dezembro 236,60 - 8,55
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,0700 - 0,85
Euro 5,4570 - 0,52
Ptax 5,0668 - 0,94
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1090,00
    Peneira 15/16 R$ 1250,00
    Moka R$ 1250,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado/rio R$ 1100,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1240,00
    Safra 22/23 15% R$ 1240,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/Riado 15% R$ 1140,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Variação R$ 1230,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 15,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
    Safra 22/23 30% R$ 1190,00
    Duro/Riado 30% R$ 1130,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado 25% R$ 1130,00
    Rio com 20% R$ 1070,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1247,84
    Cepea Conilon R$ 1134,67
    Conilon/Vietnã R$ 1451,00
    Agnocafé 22/23 R$ 1220,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1070,00
    Conilon T. 7 R$ 1062,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1055,00