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Café valoriza 28,45 cents em 30 dias, mas preço ainda tem fôlego para subir


Por José Roberto Marques da Costa

Os contratos futuros de café arábica fecharam em queda nesta sexta-feira em NY, acumulando alta de 28,45 cents nos últimos 30 dias com mais fôlo]ego para subir, influenciada pela queda acentuada dos estoques de certificados que estão nos menores níveis desde a segunda semana de março de 1.999, sinalizando uma forte escassez no curto prazo  provocando mercado invertido. As rolagens de posições devem se intencificar nesta semana que deve pressionar, mas os preços continuaram tendo a ajuda dos fundamentos climáticos, podendo ter nos próximos dias,  a mais forte do que as onda de calor de agosto, setembro e de outubro de 2023.e com  El Niño durando até abril de 2024, podendo comprometer seriamente a próxima produtividade dos cafezais na próxima safra.

O volume atinge 77.680 lotes, dezembro caiu 4,30 cents fechando a 174,50 cents, variando de 172,95 cents a 178,75 cents, com o prêmio de dezembro para março aumentado nesta semana de 1,75 cents para 4,60 cents na quinta-feira e caindo para 3,95 cents na sexta-feira. O março fechou com queda de 3,65 cents a 170,55 cents, maior nível desde 22 de junho, variando de 168,90 cents a 173,95 cents, rompendo os três suportes do dia em 172,42 cents, 170,63 cents a 169,62 cents. Nesta segunda-feira, os suportes estão em 168,32 cents, 166,08 cents e 163,27 cents, as resistências em 173,37 cents, 176,18 cents e 178,42 cents

Segundo analistas econômicos, os contratos de café arábica em NY e robusta em Londres fecharam em queda nesta sexta-feira pressionados pelos comentários conservadores do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que mencionou a possibilidade de a autoridade subir mais as taxas, se julgar necessário.

Na quinta-feira, Powell alertou que os riscos de não controlar a inflação ainda são mais importantes do que a possibilidade de aperto excessivo da política monetária. Investidores têm interpretado as palavras do presidente do Fed como um sinal de que os juros vão permanecer elevados por mais tempo. Com um Fed mais conservador, o ambiente para as commodities, incluindo o café,  permanece difícil diante da perspectiva de consolidação de um dólar mais forte e de rendimentos dos Treasuries elevados.

Depois de 28 dias consecutivo de queda, os estoques de certificados ficaram estáveis nesta sexta-feira em 302.235 sacas, o menor nível em 24 anos e 8 meses ( desde a segunda semana de março de 1.999 ) e também faz 30 dias que não tem nenhuma saca esperado certificação. Nos últimos 21 pregões acumula queda 145.346 sacas (32,4% ). Praticamente todo os café estão depositados em portos da Europa, 287.700 sacas em Antuérpia e 9.607 sacas em Hamburgo e somente 4.928 sacas em portos americanos. Cerca de 92,5% dos estoques são dos café de Honduras com 223.695 sacas e do Brasil com 55.810 sacas, o restantes são de oito países produtores, Peru com 7.584 sacas, Ruanda 4.975 sacas, Colômbia 3.251 sacas, Nicarágua 2.726 sacas, Burundi 2.585 sacas, México 1.354 sacas, El Salvador 250 sacas e Índia 5 sacas.

“Neste momento há uma ‘briga’ muito grande entre quem está comprado [apostando na alta dos preços] e quem está vendido [apostando na queda]. Esse cenário tem como base a queda dos estoques certificados e ainda uma mudança no cenário climático do Brasil”, avalia Antonio Pancieri Neto, da Clonal Corretora. De acordo com ele, o comportamento do clima no Brasil levou os preços do grão para um novo patamar na bolsa nova-iorquina. “Em setembro, quando tivemos boas chuvas, o surgimento das floradas indicava uma boa safra no Brasil. Mas isso se inverteu e temos agora a previsão de altas temperaturas em boa parte do cinturão cafeeiro”, complementa. Para o corretor, a tendência indica para novos movimentos de alta do café. As cotações seguirão influenciadas por condições adversas de clima no Brasil, e de olho nos estoques certificados, que caíram cerca de 145 mil sacas nos últimos 20 pregões, segundo ele

Segundo o Climatempo, uma nova onda de calor está se instalando sobre o Brasil e vai elevar muito a temperatura nas regiões de café. O calor intenso se inicia no fim da semana de 11 e 12 de novembro e deve se intensificar no decorrer da semana do feriado de 15 de novembro de 2023. Esta será a quarta onda de calor que o Brasil vive no segundo semestre deste ano e poderá ser mais forte do que as onda de calor de agosto, setembro e de outubro de 2023.

Segundo Eduardo Crvalhães "como temos repetido com frequência, os baixos estoques remanescentes de café, tanto nos países consumidores, como nos países produtores; a aproximação do inverno no hemisfério norte, quando o consumo de café cresce; as incertezas climáticas que afetam todos os principais países produtores de café; e, a rolagem para março dos contratos de café com vencimento em dezembro próximo na ICE americana, estão trazendo muita insegurança aos operadores e aos produtores de café. Este quadro, mais os sérios problemas políticos e econômicos no Brasil e no mundo, levarão a muitas oscilações nas cotações do café, por todo o ano safra".

Para o analista da Archer Consulting, Marcelo Fraga Morreira, " nessa semana  tivemos o segundo maior volume semanal negociado no ano (sem considerar o volume negociado nas opções). Na semana 06-10 de fev-23 o mercado negociou aproximadamente +363.903 lotes e nessa última semana 06-10 de novembro-23 foram negociados +362.049 lotes! Em função do feriado na sexta-feira nos Estados Unidos (dia do veterano de guerra) a posição dos fundos + especuladores só será divulgado na próxima segunda-feira. Com o Dez-23 chegando a subir +810 pontos e com volume médio diário acima dos +72.000 lotes, provavelmente vamos ter “boas surpresas” com os fundos + especuladores voltando a uma “posição comprada” bem interessante!Esse movimento “frenético” para cobertura de posição pelos “vendidos” levou o spread Dez-23 x Março-24 chegar a negociar no “invertido” @ -450 pontos! Ainda na sexta-feira voltou a ser negociado abaixo! Ora, se existe tanto café disponível no mundo (segundo alguns analistas / bancos) então por que novamente o mercado está “invertido”?

O consumo de café torrado e moído no Brasil deve alcançar 21,6 milhões de sacas ao fim deste ano, um aumento de 1,1% em relação a 2022, quando os brasileiros demandaram o equivalente a 21,3 milhões de sacas, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). Um dos principais motivos para o avanço tímido esperado é a alta de 120% nos preços ao consumidor entre 2021 e hoje. Se a projeção da entidade se confirmar, cada brasileiro terá consumido 4,90 quilos ao longo dos doze meses. Para o presidente da Abic, Pavel Cardoso, a demanda poderia ser maior, não fosse a alta nos preços registrada desde 2021.

O fenômeno El Niño,  ainda está se intensificando no Pacífico Equatorial e deve atingir sua máxima intensidade no final deste ano e no começo de 2024,  bagunça o clima no mundo todo e altera os padrões dos regimes de chuva em todo o planeta, com consequências mistas para a produção de alimentos e a agricultura mundial.  Há excesso de chuva em alguns locais e escassez em outros, o que afeta a produção mundial de grão e mexe com o mercado. O temor é que o El Niño afete o rendimento das colheitas e deixe 110 milhões de pessoas necessitadas de assistência alimentar, segundo cientistas que fazem parte da Rede de Sistemas de Alerta Antecipado contra a Fome (FEWS NET).

No relatório do Rabobank, o analista Guilherme Morya  chama a atenção para o El Niño, que poderá causar problemas para lavouras de café robusta no Brasil e também para colheitas na Colômbia, na América Central e na Ásia, mas que poderão oferecer alguma sustentação adicional aos preços.  Os países do Sudeste Asiático começaram a impor restrições à exportação de arroz para outros países, levando a preços mais elevados para os países que dependem das importações. O fenômeno El Nino também reduz as colheitas de milho nas Filipinas; diminuiu a produção hidroelétrica no Vietnã, levando a cortes de energia; diminuiu a produção de grãos de café em até 20% no Vietnã; interrompeu a produção de óleo de palma na Malásia e na Indonésia; e compromete a colheita de cana-de-açúcar na Tailândia.

As ofertas e as ofertas permaneceram distantes no Vietnã, com os compradores à espera que os preços se estabilizem antes da chegada dos grãos frescos, à medida que a colheita atinge o pico no final deste mês, disseram traders na quinta-feira, acrescentando que os prêmios da Indonésia aumentaram ainda mais devido à escassez de grãos. Os vendedores no Vietnã ofereceram 5% de robusta 2 preta e quebrada um prêmio de US$ 120 por tonelada métrica para o contrato de janeiro. Os compradores, no entanto, só concordam em comprar com prêmios de US$ 40 a US$ 50. Para o contrato de novembro, os vendedores cotaram um prêmio de US$ 200 por tonelada, enquanto os compradores ofereceram um prêmio na faixa de US$ 120 a US$ 150.

"A oferta é limitada, então aqueles que têm de cumprir seus contratos de novembro têm que comprar a preços altos. Enquanto isso, os preços de janeiro caíram esta semana, à medida que os grãos começaram a subir", disse um trader baseado no cinturão do café. “Esperamos que os preços comecem a esfriar na próxima semana, quando mais grãos chegarem.” Outro trader disse que ainda faz sol no momento, mas que se esquentar seria muito melhor para o café. Na Indonésia, os grãos de Sumatra foram oferecidos esta semana com um prêmio de US$ 600 em relação ao contrato de janeiro, um aumento de US$ 40 em relação ao contrato anterior devido à “escassez de grãos”, disse um trader.

O indicador de café do arábica da safra 22/23 da Agnocafé com 15% cata fica em  R$ 950,00, queda de 2,06% ( - R$ 20,00 ) nesta sexta-feira ( 10/11 ) e café livre a R$ 930,00. No mês teve alta de R$ 20,00, durante o ano 2023 teve queda de R$ 125,00 e em dólar fica em US$ 193,25.

Peneira 17/18 pronto para embarque R$ 1.000,00, cereja a R$ 970,00, café certificado a R$ 980,00. O indicador para café com 10% a R$ 960,00, 20% a R$ 950,00, com 25% a R$ 940,00 com 30% a R$ 930,00.

Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 880,00, duro/riado/rio, R$ 850,00, rio a R$ 820,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 810,00 repasse de beneficiamento a R$ 830,00  e riado a R$ 780,00 e escolha fica em R$ 11,00 o quilo de aproveitamento

Ótima semana a todos

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Contrato Cotação Variação
Julho 216,00 - 0,65
Setembro2 214,05 - 0,75
Dezembro 212,00 - 1,00
Contrato Cotação Variação
Julho 3.978 - 43
Setembro 3.908 - 32
Novembro 3.812 - 32
Contrato Cotação Variação
Julho 271,75 0
Setembro 260,00 0
Dezembro 255,80 0
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,1920 0
Euro 5,5410 0
Ptax 5,1718 0
  • Varginha
    Descrição Valor
    Moka R$ 1340,00
    Safra 22/23 20% R$ 1300,00
    Peneira 15/16 R$ 1350,00
    Duro/riado/rio R$ 1180,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1370,00
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Duro/riado/rio R$ 1170,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1330,00
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Duro/Riado 15% R$ 1210,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Peneira 17/18 R$ 1370,00
    Variação R$ 1320,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 22/23 20% R$ 1300,00
    Safra 22/23 30% R$ 1280,00
    Duro/Riado 30% R$ 1200,00
    Escolha kg/apro R$ 15,50
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Duro/riado 25% R$ 1200,00
    Rio com 20% R$ 1140,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1247,84
    Cepea Conilon R$ 1134,67
    Conilon/Vietnã R$ 1658,53
    Agnocafé 22/23 R$ 1310,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 7/8 R$ 1147,00
    Conilon T. 6 R$ 1162,00
    Conilon T. 7 R$ 1154,00