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Forte calor preocupa a próxima safra, mas o pior está por vir


Por José Roberto Marques da Costa

Os contratos futuros de café arábica fecharam em forte queda nos dois últimos pregões na bolsa de NY com os "vendidos" jogando todas as sua "fixas" para evitar que  o nível de 175,00 cents seja ultrapassado novamente, que para o mercado virou o "divisor de água", acima de 177,50 cents provavelmente deveria entrar em um canal de alta com meta na buscar dos nível de 09 de junho em 186,00 cents, quando iniciou a forte desvalorização dos contratos em NY.

As preocupações decorrentes do clima adverso nas regiões produtoras de café, reflexo do fenômeno El Niño, têm influenciado o movimento dos investidores na bolsa de Nova York está provocando grande volatilidade nas cotações, março variou 10,75 cents na semana. Durante toda a semana variou  165,60 cents a 176,35 cents, fez a máxima de 173,70 cents na segunda e 174,10 cents na terça, na quarta rompeu 175,00 cents chegando a  176,05 cents, quando chegou a 176,35 cents na abertura de quinta-feira, acendeu a "luz vermelha" para os "vendidos" que entraram fortemente na ponta vendedora nos últimos dois pregões provocando uma queda de 8,50 cents.  

Segundo cafeicultor do Cerrado Mineiro "estamos vivendo algo que nunca passamos na vida", frase está sendo repetida várias vezes pelos "vendidos" no café arábica que foram pego de "calça curta" pelo clima nas regiões brasileiras com o receio de perder do controle do mercado, o foco principal deles nas próximas semanas estão em todos os radares meteorológicos, torcendo para os cientistas estejam errado quando falam que pior ainda está por vir  

Com volume de 42.213 lotes, bem abaixo das médias dos últimos pregões, março recuou 4,55 cents fechando a 166,65 cents, variando de 165,60 cents a 172,10 cents, rompendo o primeiro e segundo suporte do dia em 169,05 cents e 166,90 cents.  O prêmio dezembro/março caiu para 4,30 cents, durante a semana chegou a 6,50 cents. Os estoques de certificados ficaram estáveis em 289.699 sacas, nos últimos 26 pregões caíram 157.913 sacas (- 35,3%) caindo par os menores níveis dos últimos24 anos e 9 meses, nesta sexta-feira apareceram 14.67 sacas para serem classificação.

Segundo Eduardo Carvalhães, " os baixos estoques remanescentes de outras safras, tanto nos países consumidores, como nos países produtores; a aproximação do inverno no hemisfério norte, quando o consumo de café cresce, e a crise climática global que afeta a produção de todos os países produtores de café, geram muitas dúvidas, muita insegurança, aos operadores e aos produtores de café em todo o mundo. As incertezas com o tamanho da próxima safra brasileira 2024, bem como com os reflexos dos estragos do El Niño para nossa produção de café em 2025, cresceram enormemente com mais esta severa onda de calor sobre os cafezais brasileiros, com os termômetros, em plena primavera, se aproximando, por vários dias seguidos, dos 40º Celsius. Segundo matéria publicada hoje no jornal Valor Econômico, ondas de calor mais fortes no próximo verão estão no radar de especialistas".

Na avaliação de Lúcio Dias, consultor de mercado, os fundos de investimento que operam na bolsa estão provocando as oscilações do café nos últimos dias. “O movimento técnico na bolsa está muito forte. Desde que o café era negociado a 145 cents na bolsa, os fundos têm direcionado o rumo das cotações. Agora, o momento está favorável para a venda de contratos do café”, afirma, atribuindo a baixa de hoje também a um recuo da demanda. Dias menciona que o otimismo com a safra do próximo ano diminui, a medida que os efeitos do clima adverso se estendem nos campos. Apesar disso, e com um clima provocando uma especulação forte sobre os preços futuros, ainda é cedo para dizer se ele será prejudicial às lavouras do Brasil. “Esse impacto climático só deve repercutir em Nova York durante o processo de pegamento, por isso acredito em nova queda para as cotações no curto prazo”, avalia.

O relatório da CFTC divulgado hoje, referente a 14 de novembro mostra forte alta nas posições  compradas e leve queda nas posições vendidas dos grandes fundos, neste período a variação de dezembro passou de 170,75 cents a 171,40 cents, alta de 0,65 cents. Os dados mostram alta de 92,2% ( 5.379 lotes) nas posições líquidas compradas dos grande fundos, os grandes fundos possuíam 11.207 posições líquidas compradas, 36.705 posições compradas e 25.498 posições vendidas, alta de 6.188 lotes compras e alta de 809 lotes vendidos

Segundo os dados da Cecafé,  até dia 17 de novembro, os embarques brasileiros do mês totalizaram 2.112.001 sacas, alta de 13,6% com uma média diária de 124.235 sacas, sendo 1.656.366 sacas de café arábica, 352.438 sacas de café conillon e 104.207 sacas de café solúvel. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 2.626.629 sacas, alta de 19,8%, sendo 2.009.399 sacas de arábica, 432.664 sacas de conillon e 184.566 sacas de solúvel. Pela projeção dos embarques diários em novembro deveram ser exportadas 4,350 milhões de sacas

O calor intenso nas principais regiões produtoras de café do Brasil deve afetar a safra 2024/25, e alguns produtores já dão como certo que a colheita deve ser inferior à da atual temporada. Em Minas Gerais, maior produtor de café arábica do país, floradas aconteceram antecipadamente e agora falta uniformidade nos cafeeiros: há, ao mesmo tempo, grão verde, seco, cereja em um mesmo pé de café.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD-MT), disse que o nível de aquecimento neste ano é "algo espantoso", o que "causa grandes problemas para nossa agropecuária". "Essa é a maior prova para quem possa ainda questionar as mudanças climáticas, nós tivemos um El Niño muito severo em 1997, e quando a gente olha os níveis de aquecimento na América do Sul de 2023, é algo espantoso. Não tem nem comparação. Está muito mais quente do que 1997. Isso causa grandes problemas para nossa agropecuária", disse Fávaro. Como exemplo desses impactos o ministro citou muito replantio no Centro-Oeste, inundações no Sul e mais uma florada com problema na cafeicultura. Sobre essa última questão, no entanto, Fávaro afirmou que acha cedo para falar sobre perdas. Há estimativas que projetam perdas de 15% a 20% da safra de café.

O pior ainda está por vir, dizem os cientistas, haverá agravamento dos extremos climáticos no Brasil à medida que o El Niño avança para o pico de sua atividade, em dezembro. Os especialistas preveem que a seca na Amazônia se aprofundará, além de haver mais calor no Centro-Oeste e Sudeste e fortes chuvas no Sul. Preocupa a situação do Nordeste, já que a estiagem severa é dada como certa na região no início de 2024.  O alerta foi dado nesta quinta-feira no evento “Crise climática e desastres como consequência do El Niño 2023-2024: impactos observados e esperados no Brasil”, que reuniu na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio, alguns dos maiores climatologistas do país.

A situação está perigosa. A chuva já deveria ter começado na Amazônia Central, mas veio muito fraca. Teremos o prolongamento e acentuação da seca no Norte. Também no Nordeste, já há sinais de que a chuva vai atrasar, e haverá seca. Estamos avisando há meses, o cenário só piora.  O ano de 2023 caminha para ser o com mais extremos climáticos simultâneos no país, com uma onda de calor no Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste; seca no Norte e fortes chuvas no Sul. Também deverá ser o mais quente dos últimos 125 mil anos, segundo a Organização Mundial de Meteorologia (OMM).

"Estamos vivendo algo que nunca passamos na vida. Há fumaça de calor sobre Monte Carmelo (MG) e índices de chuva muito baixos. A planta de café não aguenta mais de 30 graus, fica sem fazer fotossíntese e deixa de reagir, como no caso de algumas regiões de Minas Gerais”, relatou Sérgio de Assis, que produz café no Cerrado Mineiro. “A planta não aguenta mais de 30°C. Fica sem fazer fotossíntese e deixa de reagir”, diz Sérgio de Assis, produtor no Cerrado Mineiro. Fabíola Colombi, produtora de conilon no Espírito Santo, diz que, embora a floração no Estado tenha ocorrido como previsto, as temperaturas elevadas comprometem “o peso e a qualidade do grão”.

Nos corredores do 29ª edição do Encontro Nacional do Café, organizado pela Associação Brasileira de Indústrias de Café (Abic), Assis, que preside a Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado Monte Carmelo (Monteccer) previu uma redução no volume a ser colhido e uma queda de qualidade do café devido aos mais de 40 graus registrados nos últimos dez dias na região mineira.

Nos últimos três dias, segundo dados do serviço de meteorológico da Cooxupé, na região as temperaturas ficam acima de 36ºC, atingiram 36,3ºC na quarta, 36,6ºC na quinta e 36,8ºC na sexta, em Alfenas 37,9º C na quarta. 36.7ºC na quinta e 37,1ºC. Na região de São José da Barra, ultrapassou a 37ºC nos três dias, 37,8ºC na quarta, 37,2ºC na quinta e 37,4ºC na sexta. Na região de Garça,no oeste paulista, a temperatura chegaram a 39ºC nesta sexta-feira. Segundo a MetSul, o calor será muito intenso ainda em SP. RJ e grande parte do estado de Minas Gerais neste sábado com marcas à tarde entre 40ºC e 42ºC em muitas cidades e possivelmente de 43ºC a 44ºC em setores do Noroeste mineiro, onde o calor tem sido mais intenso, como na localidade de São Romão que há dias supera os 40ºC. O calor será muito excessivo para os padrões locais no Sul de Minas, na região de Juiz de Fora, com marcas superiores a 40ºC. Belo Horizonte pode ter um dos dias mais quente de sua história, e talvez perto do recorde, com máximas em alguns bairros de 37ºC a 39ºC.

Londres: em semana volátil de US$ 200, janeiro acumula alta de US$ 100

Com volume de 21.403 lotes, janeiro teve queda de US$ 45 a tonelada fechando a US$ 2.521/t, variando de US$ 2.498/t a US$ 2.582/tm, chegando aa romper dois suportes do dia em US$ 2.538/t e US$ 2.510/t, e na semana, janeiro varia cerca US$ 200, de US$ 2.394/t a US$ 2.594/t, acumulando alta de US$ 100/t.

As exportações de café vietnamita no mês de outubro são estimadas em 43.725 toneladas  (uma diminuição de 14,2% no comparativo mensal e 48,8% no comparativo anual), cerca de 728 mil sacas, de acordo com o Departamento Geral de Alfândega do Vietnã. Os estoques de café em armazéns próximos ao HCMC também caíram drasticamente para apenas 25.891 toneladas, conforme relatado pela Cafecontrol. Os estoques em todo o país são estimados em cerca de 50 mil toneladas, muito menos que nas safras anteriores.

 Os preços do café no Vietnã subiram esta semana, uma vez que a oferta da nova safra ainda não chegou ao mercado devido às fortes chuvas que interromperam a colheita nas principais áreas de cultivo, disseram os comerciantes. "Os grãos são limitados, mas os agricultores estão liberando-os pouco a pouco", disse trader. "Claramente, não está sendo uma boa colheita com as chuvas interromperam todas as atividades."

De acordo com a Associação da Indústria Cafeeira do Vietnã, prevê-se que a produção diminua 10% em 23/24 para 27,6 milhões de sacas, devido às alterações climáticas, à prática persistente de adicionar culturas mais lucrativas às plantações (Avo/Durian) e ao menor investimento. A produção em 2022-23 está prevista em 1,84 milhões de toneladas ( 30,665 milhões de sacas ), com um rendimento de 2,82 toneladas ( 47 sacas ) por hectare , numa área de produção de 653 mil hectares. O relatório citou dados do departamento de produção agrícola do Ministério da Agricultura.

O consumo interno no Vietname deverá atingir entre 270 mil ( 4,5 milhões de sacas ) e 300 mil toneladas ( 5 milhões de sacas ) em 2025, acima das 158 mil toneladas em 2015, forte crescimento  de 80% de acordo com a Associação de Café e Cacau do Vietnã. O consumo local foi estimado em 220.000 toneladas em 2022 ( 3,667 milhões de sacas ), quando o consumo per capita aumentou de 1,7 kg para 2,2 kg em 2015. Espera-se que o consumo local cresça 6,6% anualmente no período 2025-2030, em comparação com 3,9% anualmente em 2015-20.

Mercado Interno

O indicador de café do arábica da safra 22/23 da Agnocafé com 15% cata fica em  R$ 930,00, queda de 2,1% ( - R$ 20,00 ) nesta sexta-feira ( 17/11 ) e café livre a R$ 910,00. No mês fica esável, durante o ano 2023 teve queda de R$ 145,00 e em dólar fica em US$ 189,64. Peneira 17/18 pronto para embarque R$ 980,00, cereja a R$ 960,00, café certificado a R$ 950,00. O indicador para café com 10% a R$ 940,00, 20% a R$ 920,00, com 25% a R$ 910,00 com 30% a R$ 900,00. Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 860,00, duro/riado/rio, R$ 840,00, rio a R$ 800,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 800,00 repasse de beneficiamento a R$ 820,00  e riado a R$ 760,00 e escolha fica em R$ 10,50 o quilo de aproveitamento

Ótimo final de semana

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Contrato Cotação Variação
Julho 216,00 - 0,65
Setembro2 214,05 - 0,75
Dezembro 212,00 - 1,00
Contrato Cotação Variação
Julho 3.978 - 43
Setembro 3.908 - 32
Novembro 3.812 - 32
Contrato Cotação Variação
Julho 271,75 0
Setembro 260,00 0
Dezembro 255,80 0
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,1920 0
Euro 5,5410 0
Ptax 5,1718 0
  • Varginha
    Descrição Valor
    Moka R$ 1340,00
    Safra 22/23 20% R$ 1300,00
    Peneira 15/16 R$ 1350,00
    Duro/riado/rio R$ 1180,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1370,00
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Duro/riado/rio R$ 1170,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1330,00
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Duro/Riado 15% R$ 1210,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Peneira 17/18 R$ 1370,00
    Variação R$ 1320,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 22/23 20% R$ 1300,00
    Safra 22/23 30% R$ 1280,00
    Duro/Riado 30% R$ 1200,00
    Escolha kg/apro R$ 15,50
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Duro/riado 25% R$ 1200,00
    Rio com 20% R$ 1140,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1247,84
    Cepea Conilon R$ 1134,67
    Conilon/Vietnã R$ 1658,53
    Agnocafé 22/23 R$ 1310,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 7/8 R$ 1147,00
    Conilon T. 6 R$ 1162,00
    Conilon T. 7 R$ 1154,00