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Clima e frutas devem aumentar ainda mais o déficit do robusta


Por José Roberto Marques da Costa

 Os contratos futuros de café arábica fecharam em queda com a manutenção de intervalos já conhecidos abaixo do referencial psicológico de 170,00 centavos cents, com os "vendidos" defendendo a várias semanas o nível de 175,00 cents, com dia marcadas por características gráficas, com diversos players se posicionando de lado, ampliando o feriado do Dia de Ação de Graças observado ao longo da última quinta-feira. O Clima e frutas devem aumentar ainda mais o déficit do robusta, com notícias desta semana terríveis para o mercado, que deve provocar mais volatilidade em Londres devido quebra produção nos principais produtores mundias, Vietnã, Brasil e Indonésia e aumento das importações do Brasil para países produtores.

Com  volume de volume de 22.014 lotes, março fechou nesta sexta-feira com queda de 0,90 cents, variando de 167,00 cents a 171,00 cents, fretando a primeira resistência em 171,00 cents, mas não teve força para superar e também para buscar o primeira suporte em 166,40 cents. Na semana teve alta de 1,45 cents, forte piso em 166 cents e forte resitência em 175,00 cent, variando de 165,70 cents a 173,40 cents. Os estoques de certificados ficaram estáveis em 290.734 sacas, com  17.625 sacas esperando certificação.

Problemas climáticos nas safras de café de importantes produtores globais estão fazendo com que concorrentes históricos busquem socorro no Brasil. Em outubro, a Indonésia elevou em 99% as importações de café brasileiro em relação ao mesmo mês do ano passado, para 66,1 mil sacas. Até mesmo o Vietnã, segundo maior produtor global, também recorreu ao Brasil no mês passado. O país asiático comprou pouco mais de 6 mil sacas e, no acumulado do ano, já adquiriu 140,3 mil sacas do produto brasileiro. De janeiro a outubro do ano passado, as importações vietnamitas foram de modestas 20 mil sacas.

Segundo os dados da Cecafé,  até dia 24 de novembro, os embarques brasileiros do mês totalizaram 2.920.344 sacas, queda de 1,7% com uma média diária de 122.205 sacas, sendo 2.226.415 sacas de café arábica, 530.415 sacas de café conillon e 163.714 sacas de café solúvel. Pela projeção dos embarques diários em novembro deveram ser exportadas 4,4 milhões de sacas com destaques as importações dos principais prodtores de café ,Colômbia, Vietnã, Indonêsia

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em parceria com outros órgãos nacionais, divulgou nesta quarta-feira (22) o boletim nº 3 sobre o monitoramento, previsões e impactos do fenômeno El Niño no Brasil. O documento indica que, desde junho, as condições observadas de temperatura da superfície do mar mostram um padrão típico do El Niño. Este padrão se apresenta na forma de uma faixa de águas quentes em grande parte do Oceano Pacífico Equatorial que, próximo à costa da América do Sul, são superiores a 3°C. A previsão indica que o El Niño continuará atuando no Brasil nos próximos meses, com chuvas intensas no Sul e seca no Norte.No período de 15 de novembro a 14 de dezembro de 2023, partes do Sul e Sudeste do Brasil terão condições mais úmidas que o normal, incluindo o norte do RS, SC, PR, MS, SP, MG e norte do PA e AP.

O Rabobank projeta que a demanda por café no Brasil durante 2022/23 será de 21,3 milhões de sacas, indicando um aumento de 0,6% e para próximo ano, 2023/24, antecipa-se um crescimento de 1,3%, totalizando 21,6 milhões de sacas. As exportações brasileiras de café, segundo as estimativas do Rabobank, devem ficar entre 40 e 42 milhões de sacas em 2023/24. No curto prazo, a previsão é de volatilidade nos preços devido aos baixos estoques e problemas logísticos. Contudo, o alívio na oferta ao longo de 2024 deve atuar como um limitador de preços, com uma projeção próxima a  150,00 cents.

A escassez de café manteve o mercado valorizado durante a maior parte de 2023, afetando tanto o café arábica quanto o robusta. No entanto, a partir do segundo semestre do ano, observaram-se divergências nos rumos dos dois tipos de café. Até outubro de 2023, as cotações de café arábica em Nova York  e no Brasil acumularam quedas de 2% e 18%, respectivamente. Enquanto isso, os preços do café robusta  em Londres apresentaram um aumento significativo de 25%, enquanto o conilon brasileiro teve um modesto declínio de 5% no ano. É importante destacar que, no final de junho, o café robusta atingiu seu recorde de US$ 2.930 por tonelada. Apesar da projeção de um aumento de 6% na oferta global de café em 2023/24, atingindo 174,2 milhões de sacas, prevê-se uma diminuição de 1% na produção de café robusta, ao passo que a produção de café arábica deverá crescer 12% em relação ao ciclo anterior.

Problemas do robusta  no Vietnã, Indonésia e Brasil

 Antes de junho de 2022, o mercado de café robusta estava operando com  tranquilidade, os contratos futuros de café em Londres estavam variando de US$ 1.800 a US$ 1.900 a tonelada, produção mundial em 73,6 milhões de sacas, safra anual de café do Vietnã em torno de 31 a 32 milhões de sacas em uma área de 625 mil hectares com  média de produtividade de 50 sacas por hectare e exportando 29,6 milhões de sacas por ano. Sem problemas climáticos na Indonésia que estava produzindo 11,8 milhões de sacas e no estado do Espírito Santo produzindo 16 milhões de sacas de arábica e conilon e a produção de conilon em torno de 11,2 milhões de sacas.

Em junho de 2022 aparece a China como "divisor de água", introduzindo um forte fundamento no mercado de café robusta, o país foi autorizava importação de a fruta oficialmente do Vietnã, devido ao baixo preço interno do café robusta, a medida provocou uma forte migração dos cafeicultores daquele país para frutificultura que tinha maior rentabildidade por hectare e o durian foi a principal quando rentabilidade mais que o dobro do café. Alguns meses depois da autorização, com a ,migração dos cafeicultores. a área de café que era de 625 mil hectares teve um redução de 11% ( mais de 68 mil hectares ), segundo informações da mídia vietanamita e com tendência de mais perdas. 

Depois de 15 meses, os contratos futuros de café robusta Londres operam acima de US$ 2.500 a tonelada, alta de 32% ante a junho de 2022 e chegando a operar acima de US$ 2.900 atonelada em junho de 2023. Em março deste ano, Do Ha Nam, vice-presidente da Vietnam Coffee and Cocoa Association e presidente do Intimex Group, disse que a produção de café deve cair de 10% a 15% no ano para 24,5 milhões de sacas com área de cultivo de café estava caindo porque os cafeicultores passam a plantar outras árvores com maior eficiência econômica, como durian, jaca, melancia e abacateiro.

No começo do ano de 2023, a área de cultivo de durian do Vietnã atingiu 110 mil hectares, incluindo a área do Planalto Central do eixo do café depois que o país foi autorizado em junho de 2022 a exportar a fruta oficialmente para a China. O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural vietnamita aconselhou os agricultores a parar de mudar em massa para o cultivo de durian, os agricultores nas regiões montanhosas do sul e centro cortando café, pimenta e arroz para cultivar durian, à medida que os preços subiam. 

Sete meses depois

O volume de negócios das exportações de café do Vietnã atingiu US$ 4,08 bilhões no ano-safra de 2022-23, um aumento anual de 3,4%, impulsionado pelos preços de exportação de café mais elevados dos últimos 30 anos. O presidente da Vietnam Coffee Cocoa Association (Vicofa) Nguyễn Nam disse que o ano-safra de 2022-23 disse que o valor das exportações de café do Vietnã atingiu o nível mais alto da história, graças ao aumento dos preços num contexto de escassez de oferta e ao dinamismo e aos esforços dos cafeicultores e empresas locais. O Vietnã exportou 28,332 milhões de sacas de café, uma diminuição de 4,5% em comparação com o ano-safra de 2021-22.

As exportações de frutas do Vietnã atingiram níveis sem precedentes, impulsionadas pela forte procura da China e pelos esforços contínuos de diversificação do mercado do setor. O setor agrícola alcançou um marco notável, com as exportações de frutas e vegetais ultrapassando os 5,2 bilhões de dólares no acumulado do ano, um aumento significativo de 70% em relação ao mesmo período de 2022, mostraram dados da Associação de Frutas e Vegetais do Vietname (Vinafruit). Durian emergiu como o principal exportador, respondendo por 40% ( US$ 2 bilhões) da receita total de exportação. Outras frutas como jaca, melancia, pomelo e longan também registraram crescimento substancial nas exportações, variando de 50% a 200%. Notavelmente, o setor das frutas e legumes ultrapassou as exportações agrícolas tradicionais, como arroz, caju, café e mandioca.

Nesta semana, segundo o adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Hanói, a produção de café da safra 2023/24 foi reduzida em 3,8 milhões de sacas, para 27,5 milhões de sacas, devido a condições climáticas desfavoráveis como resultado das mudanças climáticas e dos padrões climáticos do El Niño.  Além disso, Adido da USDA reduziu a produção de café do ano de 2022/23 para 27,2 milhões de sacas equivalentes de café verde devido às condições climáticas desfavoráveis que levaram a baixas taxas de sobrevivência das cerejas e aos agricultores que transferiram a produção para árvores frutíferas mais lucrativas.  USDA prevê que as exportações de café do ano 2023/24 serão de 25 milhões de sacas com base em uma queda nos estoques, queda de de 11,8% em relação a 2022, quando foram exportadas 28,334 milhões de sacas de café e de 15,5% exportada no ano anterior 

Os preços domésticos do café no Vietnã permaneceram inalterado na quinta-feira em relação à semana passada, já que a produção da nova colheita no país ainda não melhorou. “A atividade  comercial permanece calma, pois a colheita em curso ainda não atingiu o pico”, disse um trader baseado na província de Dak Lak, nas Terras Altas Centrais. Os comerciantes disseram que os agricultores da região colheram cerca de 10% a 20% da colheita em curso, acrescentando que a falta de luz solar está a dificultar a secagem dos grãos frescos. Outro trader disse que os paricipante do mercado estava pedindo um prêmio de US$ 100 por tonelada pelo mesmo contrato, mas acrescentou que “poucos compradores demonstraram interesse”.

Além do Vietnã, mais problemas na Indonésia e Brasil

 A produção total de café (arábica e robusta) da Indonésia foi mantida em 9,7 milhões de sacas na safra 2023/24, em comparação com previsão anterior, mas representa queda de 18,1% ante a temporada anterior 2022/23, que está projetada em 11,85 milhões de sacas, em virtude do excesso de chuvas durante o desenvolvimento dos grãos. As informações são do escritório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Jacarta.  A safra total de robusta deve atingir 8,4 milhões de sacas, ante 10,5 milhões de sacas em 2022/23. Os grãos de café robusta Sumatra foram oferecidos esta semana com um prêmio de US$ 720 em relação ao contrato dezembro-janeiro.

Os meses de novembro e dezembro, considerados chuvosos no Espírito Santo, devem ter menos chuva no Estado devido ao El Niño, e temperaturas acima da média durante todo o verão, que termina em março de 2024. A previsão acende o alerta para a situação dos rios capixabas próximos de atingir o índice crítico. Uma nota técnica do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), enviada à reportagem de A Gazeta na quinta-feira (23), ressalta que as expectativas de chuvas entre outubro e novembro foram frustradas e que a situação não deve mudar.

Devido a forte estiagem nos estados do Espiríto Santo e Bahia começaram a "pipocar" na mídia a queda de produtividade do café robusta com perdas de 20% a 30% nos cafezais do Espiríto Santo e chegando até 50% na Bahia. Nas próxima semanas devem ser confirmadas estas perdas, tudo indica que Londres deverá retornar a níveis acima de US$ 2.600 a tonelada e esta valorização deverá ser refletida em NY.  Na primeira estimativa da Conab que deve ser divulgada na segunda semana de dezembro já deve mostrar a queda do robusta e refletir no total na safra de café brasileira do próximo ano.  

Para Antônio Pancieri Neto, da Clonal Corretora de Café,  a várias informações da produção brasileira para o ano que vem não são animadoras para o café robusta e arábica. “Em conversas com alguns produtores do Espírito Santo, há relatos de perdas de até 20% na safra do próximo ano. No Sul da Bahia, a produção deve cair 40%”, segundo Pancieri Neto. De acordo com ele, os agentes de mercado olham com preocupação para esse cenário, pois, das cerca de 760 mil sacas de café robusta que o Brasil deve exportar neste mês, grande parte disso tem como origem o Espírito Santo.Soma-se a isso, os prognósticos de clima mais seco que o normal, que pode resultar em novas altas para o grão em Londres.

Com continuidade de aumento da migração dos cafeicultores para frutas no Vietnã, aumento da intensidade do El Niño na Indonésia e no estado do Espírito Santos, tudo indica que os contratos futuros do robusta devem sofrer uma nova correção com possibilidade retornar ao nível de junho desde ano ( acima de US$ 2.900 a tonelada), induzindo valorização dos preços no mercado interno, podendo durante o ano de 2024 chegar a níveis do preço do arábica, que deve provocar uma nova mudança dos brends da torrefadoras brasileira.  A grande pergunta, o Brasil terá café robusta suficiente para suprir a forte procura nos próximos meses dos outros países produtores e o consumo mercado interno?

Mercado interno

O indicador de café do arábica da safra 22/23 da Agnocafé com 15% cata fica estáveis em  R$ 940,00 nesta sexta-feira ( 24/11 ) e café livre a R$ 920,00. No mês fica com alta de R$ 10,00, durante o ano 2023 teve queda de R$ 135,00 e em dólar fica em US$ 191,60.

Peneira 17/18 pronto para embarque R$ 990,00, cereja a R$ 970,00, café certificado a R$ 960,00. O indicador para café com 10% a R$ 950,00, 20% a R$ 930,00, com 25% a R$ 920,00 com 30% a R$ 910,00.

Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 860,00, duro/riado/rio, R$ 840,00, rio a R$ 800,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 800,00 repasse de beneficiamento a R$ 820,00  e riado a R$ 760,00 e escolha fica em R$ 10,50 o quilo de aproveitamento

Ótimo Final de Semana





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Contrato Cotação Variação
Julho 214,50 - 1,50
Setembro2 212,45 - 1,60
Dezembro 210,40 - 1,60
Contrato Cotação Variação
Julho 3.963 - 15
Setembro 3.896 - 12
Novembro 3.804 - 8
Contrato Cotação Variação
Julho 271,75 0
Setembro 260,00 0
Dezembro 255,80 0
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,1920 0
Euro 5,5410 0
Ptax 5,1718 0
  • Varginha
    Descrição Valor
    Moka R$ 1340,00
    Safra 22/23 20% R$ 1300,00
    Peneira 15/16 R$ 1350,00
    Duro/riado/rio R$ 1180,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1370,00
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Duro/riado/rio R$ 1170,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1330,00
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Duro/Riado 15% R$ 1210,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Peneira 17/18 R$ 1370,00
    Variação R$ 1320,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 22/23 20% R$ 1300,00
    Safra 22/23 30% R$ 1280,00
    Duro/Riado 30% R$ 1200,00
    Escolha kg/apro R$ 15,50
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Duro/riado 25% R$ 1200,00
    Rio com 20% R$ 1140,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1247,84
    Cepea Conilon R$ 1134,67
    Conilon/Vietnã R$ 1658,53
    Agnocafé 22/23 R$ 1310,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 7/8 R$ 1147,00
    Conilon T. 6 R$ 1162,00
    Conilon T. 7 R$ 1154,00