Os estoques de café, que chegaram a volumes criticamente baixos, os menores em muitas dezenas de anos, tanto nos países produtores como nos consumidores; o consumo em alta, com a chegada de novos consumidores em todo o mundo, especialmente nos países asiáticos; a aproximação do inverno no hemisfério norte, quando o consumo cresce, e a insegurança com os seguidos problemas climáticos severos - que devem continuar em 2025 – enfrentados por todos os principais países produtores de café ao redor do mundo, desorientam os operadores do mercado de café e dificultam os negócios.
As rápidas e frequentes oscilações nos contratos de café, são reflexos do quadro descrito acima. Na última terça-feira. os contratos de arábica na ICE Futures US em Nova Iorque abriram em alta moderada e os de conilon/robusta na ICE Europe em Londres em queda. Após o meio-dia no Brasil, nas duas horas finais dos pregões, esses contratos, tanto em Nova Iorque como em Londres, passaram para uma alta forte, explosiva, fechando nessas altas. Na ICE americana, todos os meses de vencimento tiveram a máxima do dia acima dos 2 dólares por libra peso, e, apenas os contratos para maio/24 e julho/24, encerraram o pregão abaixo dos 2 dólares por libra peso.
Não foi possível saber ao certo o que aconteceu nessas duas horas de pregão em Nova Iorque e Londres. Circularam informações no mercado, não confirmadas, atribuindo a explosiva alta, à liquidação de posição de um fundo, ou de um trader. Na quarta-feira, os contratos de arábica voltaram para o patamar anterior à explosão das cotações no dia anterior e os de robusta seguiram em alta.
Ontem, os contratos de robusta na ICE Europe tiveram mais um pregão de altas fortes. Os contratos para janeiro próximo subiram 172 dólares e fecharam o dia no valor de US$ 3.179 por tonelada, recorde histórico. Maior valor desde ao menos 1995, quando alcançou US$ 3.145 por tonelada. Atingiram esse patamar em plena entrada no mercado da nova safra do Vietnã, maior produtor de robusta do mundo e com o Brasil, segundo maior produtor de robusta/conilon do mundo, atingindo seu recorde de exportação de conilon em novembro último, quando colocou a bordo 855.879 sacas de café conilon.
Nesta sexta-feira, em um pregão esvaziado, os contratos de arábica na ICE Futures US, em Nova Iorque, oscilaram bastante e encerraram o dia com pequenas quedas. Todos os meses de vencimento fecharam acima dos US$ 1,90 por libra peso. Os de conilon/robusta na ICE Europe em Londres tiveram um dia de fortes quedas, após o mês presente, fechar ontem em seu maior valor, desde ao menos 1995.
Na Ice americana, os contratos de arábica para março próximo, encerraram o pregão em queda de 80 pontos, a US$ 1,9280 por libra peso. Ontem esses contratos apresentaram alta de 300 pontos e anteontem recuaram 1.180 pontos. Na terça-feira subiram 1.130 pontos e na segunda, apresentaram alta de 180 pontos. No balanço da semana subiram 350 pontos. Na sexta-feira passada, fecharam valendo US$ 1,8930 por libra peso, somando alta de 1.215 pontos na semana passada.
Na ICE Europe, em Londres, os contratos de café robusta para janeiro próximo caíram hoje 104 dólares. Fecharam o dia no valor de US$ 3.075 por tonelada. Ontem subiram 172 dólares, encerrando o pregão a US$ 3.179 por tonelada. Esses contratos acumularam 218 dólares de alta nesta semana. Encerraram a sexta-feira passada a US$ 2.857 por tonelada, acumulando alta de 288 dólares na semana passada. Os contratos de robusta para março próximo, caíram hoje 127 dólares e fecharam valendo US$ 2.837 por tonelada. Ontem, esses contratos para março subiram 94 dólares. Acumularam 12 dólares de alta nesta semana.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US permaneceram estáveis hoje em 247.912 sacas. Há um ano eram de 788.275 sacas, quando já eram considerados criticamente baixos. Caíram neste período 540.363 sacas. Subiram nesta semana, 5.513 sacas e na semana passada, 7.700 sacas. No mês de novembro a queda foi de 165.072 sacas e no mês de outubro a queda totalizou 52.807 sacas. No mês de setembro esses estoques caíram 58.986 sacas. No mês de agosto, a queda foi de 45.369 sacas e no mês de julho de 16.163 sacas.
O dólar caiu hoje 0,55 % e fechou a R$ 4,8610. Ontem caiu 0,49 %. Encerrou a sexta-feira passada valendo R$ 4,9370.
Em reais por saca, os contratos para março próximo em Nova Iorque encerraram o pregão valendo R$ 1.239,70. Ontem, encerraram o dia a R$ 1.251,79. Fecharam a sexta-feira passada a R$ 1.236,25.
No mercado físico brasileiro, os compradores subiram e desceram suas ofertas no decorrer da semana, acompanhando as fortes e rápidas oscilações das cotações na ICE americana. Houve um volume maior de negócios apenas na terça-feira, quando as cotações em Nova Iorque explodiram. Nesta sexta-feira, anterior aos festejos do Natal, o mercado físico brasileiro permaneceu praticamente paralisado. Muitos cafeicultores decidiram aguardar o início de 2024 para oferecer seus cafés ao mercado.
Até dia 21, os embarques de dezembro estavam em 1.841.645 sacas de café arábica, 276.597 sacas de café conilon, mais 162.753 sacas de café solúvel, totalizando 2.280.995 sacas embarcadas, contra 2.810.285 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 21 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 2.837.589 sacas, contra 3.341.903 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 15, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 22, subiu nos contratos para entrega em janeiro próximo 350 pontos ou US$ 4,63 (R$ 22,50) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE, fecharam no dia 15 a R$ 1.236,25 por saca, e hoje sexta-feira, dia 22, a R$ 1.239,73. Hoje, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 80 pontos.
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