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Chuvas em janeiro evitarão perdas ainda maiores para os cafeicultores


Santos, sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Em 2023 completamos o 90º ano de circulação ininterrupta do Boletim Semanal do Escritório Carvalhaes.

Nesta última semana de 2023, em um mercado esvaziado, desinteressado, típico desta época de festejos de Natal e Ano Novo, com muitos operadores de mercado e empresas em férias coletivas de final de ano, os contratos de café na ICE Futures US, em Nova Iorque, e na ICE Europe, em Londres, oscilaram bastante, mas fecharam todos os dias até ontem em alta. Hoje, último dia útil de 2024, os contratos de café nas duas ICE trabalharam em forte baixa.

 Movimentações de fundos e especuladores para realização de lucros e balanços de final de ano devem ter levado à queda de hoje.

 Os fundamentos permanecem os mesmos: falta de estoques remanescentes, tanto nos países produtores como nos consumidores; os seguidos problemas climáticos enfrentados por todos os principais países produtores de café ao redor do mundo, que devem continuar afetando as lavouras de café em 2024; consumo em alta, ano após ano, sendo, a partir de agora, estimulado com a chegada do inverno no hemisfério norte, quando o consumo de café cresce sensivelmente. Para complicar esse quadro, problemas logísticos, com a invasão da Ucrânia pela Rússia e com o ataque terrorista do Hamas contra Israel, estão trazendo transtornos e atrasos ao transporte marítimo internacional.

 As chuvas devem chegar a partir de janeiro sobre as regiões produtoras de café do Brasil. São necessárias e muito benvindas, mas os estragos para nossas safras 2024 e 2025 já aconteceram. As chuvas, se vierem em boa quantidade, evitarão perdas ainda maiores para nossos cafeicultores.

 Meteorologistas preveem que o El Nino continuará até março, e nada indica - como ficou claro na COP 28, 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da ONU, encerrada no último dia 13 de dezembro em Dubai, Emirados Árabes Unidos – que após seu término, o clima em nossas regiões cafeeiras será regular, sem novos eventos estremos.

 O consumo de café na China aumentou em dois dígitos na temporada 2022/23, impulsionado pela expansão das cafeterias em várias das grandes cidades do país, em meio a uma demanda crescente dos chineses mais jovens, o que tem favorecido embarques do Brasil, maior exportador global. O volume de café consumido pela China na temporada 2022/23 (outubro-setembro) cresceu 15% ante o ano anterior para 3,08 milhões de sacas de 60 kg, de acordo com dados da OIC - Organização Internacional do Café obtidos pela Reuters. Já o USDA, o Departamento de Agricultura dos EUA, vê o consumo chinês em 5 milhões de sacas na nova temporada (2023/24).

 Enquanto isso, as exportações de café brasileiro para a China superaram 1 milhão de sacas por ano pela primeira vez, de acordo com dados do Cecafé - Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, que agora coloca o gigante asiático como o oitavo principal destino do grão nacional. O país asiático importou 1,152 milhão de sacas no acumulado deste ano até novembro, mais do que triplicando suas importações frente ao mesmo período de 2022, segundo dados do Cecafé (Reuters – veja a matéria no clipping de nosso site).

 Hoje, na Ice Futures US, em Nova Iorque, os contratos de arábica para março próximo, trabalharam em baixa. No final do pregão, a partir do meio-dia, no horário brasileiro, em um movimento especulativo, eles recuaram com força. Bateram hoje em US$ 1,9815 na máxima do dia, oscilaram 1.250 pontos entre a máxima e a mínima, e encerraram o pregão em queda de 970 pontos, a US$ 1,8830 por libra peso. Ontem terminaram o dia em alta de 25 pontos e anteontem de 340 pontos. Na terça-feira, dia 26, subiram 155 pontos. No balanço desta semana caíram 450 pontos. Fecharam a sexta-feira passada, dia 22, a US$ 1,9280 por libra peso. No balanço da semana passada, esses contratos para março subiram 350 pontos. Na sexta-feira anterior à passada, fecharam valendo US$ 1,8930 por libra peso, somando alta de 1.215 pontos nessa semana.

 Na ICE Europe, em Londres, os contratos de café robusta para março próximo fecharam hoje em queda de 95 dólares, valendo US$ 2.841,00 por tonelada. Ontem fecharam em alta 67 dólares e anteontem de 32 dólares. Na terça-feira, não houve pregão em Londres. No balanço desta semana esses contratos para março subiram 4 dólares. Na sexta-feira passada, dia 22, esses contratos fecharam a semana valendo US$ 2.837 por tonelada, acumulando 12 dólares de alta nessa semana.

 Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US caíram hoje 7.175 sacas, e fecham 2023 em 251.224 sacas. Há um ano eram de 808.201 sacas, quando já eram considerados criticamente baixos. Caíram neste período 556.977 sacas. Esses estoques caíram no mês de dezembro 8.576 sacas. No mês de novembro apresentaram queda de 165.072 sacas e no mês de outubro, a queda totalizou 52.807 sacas. No mês de setembro esses estoques caíram 58.986 sacas. No mês de agosto, a queda foi de 45.369 sacas e no mês de julho de 16.163 sacas.

 Hoje não houve pregão cambial no Brasil. Ontem o dólar subiu 0,41 % frente ao real e fechou a R$ 4,8530. Na sexta-feira passada fechou a semana valendo R$ 4,8580.

 Em reais por saca, os contratos para março próximo em Nova Iorque terminaram o último pregão do ano valendo R$ 1.208,80. Ontem fecharam a R$ 1.271,07. Encerraram a sexta-feira passada a R$ 1.238,70 e a sexta-feira anterior a R$ 1.236,25.

 Nestes dias pós-Natal, o mercado físico brasileiro passou a semana esvaziado, desinteressado. Até ontem, os compradores melhoraram suas ofertas acompanhando Nova Iorque, mas o número de negócios fechados foi pequeno. Hoje, não tivemos mercado físico no Brasil. Muitos cafeicultores decidiram aguardar o início de 2024 para retornar com seus cafés ao mercado.

 Até dia 29, os embarques de dezembro estavam em 2.5670.883 sacas de café arábica, 426.221 sacas de café conilon, mais 232.083 sacas de café solúvel, totalizando 3.226.187 sacas embarcadas, contra 3.619.560 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 29 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 3.861.043 sacas, contra 4.204.802 sacas no mesmo dia do mês anterior.

 A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 22, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 29, caiu nos contratos para entrega em março próximo 450 pontos ou US$ 5,95 (R$ 28,89) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE, fecharam no dia 22 a R$ 1.239,73 por saca, e hoje sexta-feira, dia 29, a R$ 1.208,80. Hoje, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 970 pontos.

Escritório Carvalhaes

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Contrato Cotação Variação
Julho 216,00 - 0,65
Setembro2 214,05 - 0,75
Dezembro 212,00 - 1,00
Contrato Cotação Variação
Julho 3.978 - 43
Setembro 3.908 - 32
Novembro 3.812 - 32
Contrato Cotação Variação
Julho 271,75 0
Setembro 260,00 0
Dezembro 255,80 0
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,1920 0
Euro 5,5410 0
Ptax 5,1718 0
  • Varginha
    Descrição Valor
    Moka R$ 1340,00
    Safra 22/23 20% R$ 1300,00
    Peneira 15/16 R$ 1350,00
    Duro/riado/rio R$ 1180,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1370,00
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Duro/riado/rio R$ 1170,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1330,00
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Duro/Riado 15% R$ 1210,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Peneira 17/18 R$ 1370,00
    Variação R$ 1320,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 22/23 20% R$ 1300,00
    Safra 22/23 30% R$ 1280,00
    Duro/Riado 30% R$ 1200,00
    Escolha kg/apro R$ 15,50
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1310,00
    Safra 22/23 25% R$ 1290,00
    Duro/riado 25% R$ 1200,00
    Rio com 20% R$ 1140,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1247,84
    Cepea Conilon R$ 1134,67
    Conilon/Vietnã R$ 1658,53
    Agnocafé 22/23 R$ 1310,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 7/8 R$ 1147,00
    Conilon T. 6 R$ 1162,00
    Conilon T. 7 R$ 1154,00