Contratos em NY caem, posições compradas dos grandes fundos sobem

Por José Roberto Marques da Costa

Diante de tantas incertezas, tendo como principal o desafios climáticos de 2024 que pode afetar a produção brasileira deste ano, nos ultimos seis pregões, o único foco principal dos investidores ficaram  nas expectativas da política monetária americana com alta global do dólar e o avanços dos retornos dos Treasuries e nesta sexta com relatório do payroll que afetam negativamente os preços de commodities, com café arábica fazendo parte deste contesto.  Estes fatores contribuíram para que os contratos de março perdessem 15,20 cents ( 7,7% ), saindo de nível próximo a 200,00 cents para próximo a 180,00 cents,  caindo de 198,00 cents no pregão do dia 28 para 182,80 cents nesta sexta-feira.

Antes do anúncio da supressa negativa para os economistas globais do relatório do payroll que diminuiu as chances de um corte de juros, o março estava operando em alta tendo a máxima de 187,55 cents próximo a máxima de quinta-feira em 187,60 cents, depois dos dados, março rompeu o forte suporte de 185,00 cents, primeiro suporte em 184,53 cents e segundo em 183,52 cents levando a abaixo de 182,50 cents, onde foi acionado stops de compras de alguns fundos levando em minutos ao nível 184,70 cents, mas a pressão de vendas continuaram, no final fechou a 182,80 cents, menor nível desde 12 de dezembro.

Em mercado com os indicadores técnicos fortemente sobrevendido, com volume de 36.239 lotes, março teve queda de 2,75 cents cents fechando a 182,80 cents, menor nível desde 12 de dezembro, variando de 182,05 cents a 187,55 cents, rompendo o primeiro suporte em 184,53 cents e segundo em 183,52 cents. Os estoques de certificados ficam estáveis em 253.144 sacas, cerca de 16.900 sacas estão esperando certificação. Os embarques de dezembro devem ficar abaixo de 4 milhões de sacas,  até o dia 5 de janeiro foram exportadas 3.878.536 sacas referente aos embrques de dezembro

Para fazer um boa análise da tendência de mercado, um das informações  principais está na movimento semanal das posições dos grandes fundos de investimentos e nas últimas semanas está mostrando grandes surpresas, apesar da forte queda em NY está mostrando  tendência de mais alta. O relatório da CFTC  de duas semanas atrás, referente 19 de dezembro quando a variação de março passou de 185,25 cents a 202,40 cents, os grandes fundos estavam com 23.945 posições líquidas compradas, sendo 48.749 posições compradas, maior nível dos últimos 21 meses e 24.945 posições. Mesmo com a perda de 12,25 cents, passando de 202,40 cents para 190,15 cents, os grandes fundos aumentaram suas posições compradas e leve queda de suas posições vendidas. 

O relatório da CFTC divulgado ontem, referente a 02 de janeiro foi mais uma grande uma supressa mostrando leve alta nas posições compradas e leve alta nas posições vendidas dos grandes fundos, neste período a variação de dezembro passou de 194,35 cents a 190,15 cents, queda de 4,20 cents. Os dados  mostram alta de 1,8% ( 418 lotes) nas posições líquidas compradas dos grande fundos. Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 22.556 posições líquidas compradas, sendo 48.768 posições compradas, alta de 689 lotes, e 26.212 posições vendidas, queda de apenas 271 lotes 

Embora o mercado siga apostando majoritariamente em um corte de 0,25 ponto percentual nos juros americanos a partir de março, vários bancos viram nos dados do "payroll" de dezembro divulgados nesta sexta-feira motivos para acreditar que o Federal Reserve (Fed) não irá reduzir sua taxa básica antes de meados do ano.
 O "payroll" de dezembro mostrou um saldo de 216 mil contratações, acima da expectativa de 170 mil novas vagas, estabilidade da taxa de desemprego em 3,7% e ganhos salariais acelerando para 0,44% no mês, acima do previsto. Os dados do relatório do mês passado, contudo, foram compensados por revisões nas leituras de outubro e novembro que retiraram 71 mil postos de trabalho da economia americana.

“Forte movimento de contratação e salários elevados sugerem que o primeiro corte será mais tarde que março”, estima Andrew Hollenhorst, economista-chefe para os EUA do Citi. Para ele, a alta de 0,44% nos salários em dezembro ante novembro ainda está muito acima de um nível consistente para se chegar a meta inflacionária de 2%. “Continuamos achando que o mercado está sobreprecificando um corte em março que é improvável de ser entregue. Um corte deve acontecer em maio ou mais tarde. Nossa projeção é de um primeiro corte em julho”, afirmou, em relatório.

Para Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria, o café perdeu força com os investidores protegendo suas posições na bolsa antes do fim de semana. Além disso, os prognósticos de clima no Brasil também pesaram sobre as negociações. “Seguem no radar chuvas persistentes para o mês de janeiro. Essas condições ainda colocam uma dúvida sobre o volume que será colhido em 2024/25. Ainda é muito cedo para indicar um número, seja ele positivo ou negativo”, afirma Bonfá.

Pelo lado da oferta, o especialista disse que o volume de exportação de Honduras também impactou negativamente as cotações. No quarto trimestre de 2023, as vendas externas do país cresceram 20% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Completou o quadro de baixa a divulgação dos dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos. “O emprego aquecido nos EUA pode levar a uma manutenção de alta nos juros locais. E quanto maior a taxa de juros, menos dinheiro fica disponível para compra de itens de segunda necessidade, como é o caso do café”, pontua o diretor da Pharos.

Para Edurado Carvlhaesm as chuvas que chegaram às regiões produtoras de café do Brasil, são necessárias e muito bem-vindas, mas estragos e perdas para nossas safras 2024 e 2025 já aconteceram. As chuvas, se caírem em boa quantidade, poderão evitar perdas ainda maiores para nossos cafeicultores. " Os fundamentos permanecerão os mesmos ao longo de 2024: falta de estoques remanescentes, tanto nos países produtores como nos consumidores; eventos climáticos extremos atingindo os países produtores de café ao redor do mundo, derrubando a produção global de café no decorrer de 2024; consumo mundial em alta, como vem acontecendo ano após ano, sendo agora estimulado no hemisfério norte com a chegada do inverno, quando o consumo de café cresce sensivelmente". acresentou ele

A produção de café na Colômbia aumentou 2% em 2023, para 11,3 milhões de sacas, encerrando três anos consecutivos de quedas devido à redução de chuvas, informou a Federação Nacional dos Cafeicultores na sexta-feira. A safra de 2023 ficou um pouco abaixo da projeção da Federação Nacional dos Cafeicultores, de 11,6 milhões a 12 milhões de sacas. Em dezembro, a produção de café da Colômbia alcançou 1,22 milhão de sacas, um aumento de 24% em relação ao mesmo mês de 2022, quando alcançou 981.000 sacas.  Em 2022, a produção de café da Colômbia fechou em 11,08 milhões de sacas.

No entanto, as exportações de café da Colômbia caíram 7 por cento, para 10,5 milhões de sacas no ano passado, em comparação com 11,4 milhões de sacas em 2022. No último mês do ano passado, as exportações colombianas de café aumentaram 3%, passando de 1,03 milhão de sacas em dezembro de 2022 para 1,06 milhão de sacas. Entre 2009 e 2012, o país sul-americano, terceiro maior produtor de café do mundo, depois do Brasil e do Vietnã -- não atingiu sua meta de produção devido a fortes chuvas e a uma queda na safra decorrente de um programa de renovação de cafezais. O país sul-americano tem 840.000 hectares cultivados com café e cerca de 540.000 famílias dependem do café.

Os principais mercados de café asiáticos tiveram pouca atividade em meio à baixa demanda por grãos robusta vietnamitas esta semana, disseram traders na quinta-feira. Os agricultores nas terras altas centrais, a maior área de cultivo de café do Vietnã, vendiam grãos por US$ 2,79 por quilo ( R$ 816,00 a sacas ).
"A demanda dos compradores internacionais não é alta, os compradores são, em sua maioria, torrefadores locais agora", disse um trader baseado no cinturão do café.

“Os agricultores estão a libertar os grãos aos poucos, não a granel. Eles só vendem os grãos quando precisam de dinheiro”, acrescentou o comerciante. Os traders ofereceram 5% de robusta preta e quebrada grau 2 a uma faixa premium de US$ 70 a US$ 100 por tonelada para o contrato de março, em comparação com os prêmios de US$ 20 a US$ 40 da semana passada.

Enquanto isso, a Indonésia exportou  216 mil sacas robusta de Sumatra em novembro, mostraram dados oficiais, uma queda de 77,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. As remessas também caíram mensalmente. Na província de Lampung, os grãos robusta foram oferecidos com prêmio de cerca de US$ 600 nos contratos de fevereiro a março, semelhante aos contratos de janeiro a fevereiro oferecidos na semana passada, disse um trader. "Praticamente não há mais grãos, então o prêmio não vai cair ainda", disse o trader. A colheita do café Robusta na região sul de Sumatra geralmente começa gradualmente entre março e abril. Um agricultor do distrito de Western Lampung disse que as cerejas de café são atualmente “do tamanho dos olhos de um caranguejo”.

O indicador de café do arábica da safra 22/23 da Agnocafé com 15% cata fica em  R$ 1.030,00, queda de 1,90% ( - R$ 20,00 )  nesta sexta-feira ( 05/01 ) e café livre a R$ 1.010,00. No mês teve queda de R$ 20,00, durante o ano 2024 teve queda de R$ 20,00 e em dólar fica em US$ 211,41

Café moka R$ 1.090,00, peneira 17/18 pronto para embarque R$ 1.100,00, cereja a R$ 1.070,00, café certificado a R$ 1.060,00. O indicador para café com 10% a R$ 1.040,00, 20% a R$ 1.020,00, com 25% a R$ 1.010,00 com 30% a R$ 1.000,00.

Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 940,00, duro/riado/rio, R$ 890,00, rio a R$ 850,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 840,00 repasse de beneficiamento a R$ 870,00  e riado a R$ 810,00 e escolha fica em R$ 10,20 o quilo de aproveitamento,

Agnocafé deseja a todos um Ótima Semana 

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