Posições compradas dos grandes fundos no maior nível dos últimos 2 anos
Por José Roberto Marques da Costa
Os contratos futuros de café arábica em NY fecharam em queda nesta sexta-feira pressionado pelo dólar forte no exterior e salto nos rendimentos dos Treasuries, após a divulgação do relatório "payroll" bem acima do esperado influeciando negativamente as commodities, dando uma grande ajuda para os "vendidos" a defender o importante nível técnico de 196,00 cents, "briga" que iniciou no começo deste ano e está se intensificando nos últimos pregões. A próxima semana deverá ser de grandes emoções, do lado positivo, os vencimento das opções com contratos aberto "call" aumentando acima do nível de 200,00 cents, gráficos técnico indicando alta e do lado negativo, dólar global valorizado e os juros dos Treasuries com forte alta.
Nesta sexta-feira, o trabalho dos "vendidos" não foi tão intenso como na quarta e quinta-feira devido ao estrondoso relatório "payroll", com volume bem abaixo ante dia anterior atingindo 51.415 lotes, março teve queda de 2,25 cents fechando a 191,90 cents, variando de 190,50 cents a 195,05 cents, rompendo o primeiros suporte em 191,80 cents, não tendo força para buscar a segunda em 189,40 cents e a primeira resistência em 15,95 cents. Na semana acumula perda de 1,95 cents, variando de 188,65 cents a 197,45 cents. Os estoques de certificados aumentaram 4.997 sacas nesta sexta-feira para 266.890 sacas, com 65.115 sacas esperando certificação e na semana acumula alta de 17.684 sacas.
Nos últimos pregões, os "vendidos" estão defendendo com toda a sua força, o importante nível de 196,00 cents que chamo de "divisor de água" evitando a entrada de canal tecnicamente de alta onde deve encontrar mais stops de compras de grandes fundos, e o mais importante, se defendendo vencimento das opções na próxima sexta-feira (09/02). Por outro lado, no intervalo de 192,00 cents a 193,00 cents, encontram coberturas dos "tubarões" que continuam aumentando suas posições compradas.
Na próxima semana grande emoções reserva nos próximo cinco pregões, com o gráfico técnico indicando alta na busca de níveis bem acima de 200 cents e o aumento da pressão devido aos vencimento de opções na próxima sexta-feira (09). Com base na posição do próximo vencimento das opções no contrato março, a posição em aberto das opções "call" estão aumentando nos “strikes” acima de 200,00 cents nas últimas semanas No pregão de segunda-feira, os suportes estão em 189,95 cents, 187,95 cents e 185,40 cents e as resistências em 194,50 cents, 197,05 cents e 199,05 cents
Segundo o economies.com, um do sites de maior crebilidade no mercado, na sua atualização no dia 01 de fevereio, " o preço do café conseguiu enfrentar as pressões negativas temporárias, proporcionando fechamentos frequentes dentro do canal de alta, notando uma inclinação acima do MA55 em 176,50 cents e alcançando alguns ganhos ao atingir 197,00 cents. Além disso, a recuperação estocástica acima do nível 50 ajuda a fornecer o impulso positivo adicional, para facilitar a missão de retomar o ataque de alta e esperar atingir o nível 211,00 cents em breve, enquanto a superação deste obstáculo empurrará o preço para alcançar a resistência do canal de alta em 228,50
O relatório da CFTC divulgado hoje, referente a 30 de janeiro mostra alta nas posições compradas ( + 4.371 lotes) e alta nas posições vendidas ( + 3.628 ) dos grandes fundos, neste período a variação de dezembro passou de 192,95 cents a 194,00 cents, alta de 1,05 cents. Os dados mostram alta de 2,23% ( 745 lotes) nas posições líquidas compradas dos grande fundos. Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 34.110 posições líquidas compradas sendo 55.789 posições compradas, maior nível dos últimos 24 meses ( 11/02/2022) e 21.678 posições vendidas
Deste o dia 31 de outubro, os grandes fundos de investimentos estão aumento consecutivamente suas posições compradas em contratos de café arábica em NY, deste quando inverteram suas posições de líquidas de vendidas para líquidas compradas. A 14 semanas atrás, os contratos estavam no nível de 167,30 cents e estavam com 2.327 posições líquidas compradas, sendo 30.930 compradas e 28.603 vendidas, neste período compraram 24.553 suas posições compradas e diminuíram 6,894 suas posições vendidas e os contratos em NY tiveram alta de 26,70 cents.
Na avaliação de Leonardo Rossetti, da StoneX, “ os preços parecem não terem forças para ultrapassar os 194,00 cents enquanto não houver novidades nos fundamentos. A demanda em países da América Central está debilitada, impedindo avanços expressivos no café”. Ainda de acordo com o analista, as indicações de que a redução na taxa de juros nos EUA pode demorar mais que o esperado, levam os investidores a reduzirem o ritmo de compra de contratos no mercado do café.
Durante meses, os dados sobre o emprego apontaram para um arrefecimento gradual do mercado de trabalho nos EUA, o que, juntamente com a desaceleração da inflação, ajudou a alimentar as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) começaria a cortar as taxas de juro no início de 2024. No entanto, o estrondoso relatório de empregos ("payroll"), divulgado nesta sexta-feira (2), virou essa narrativa de cabeça para baixo. As empresas americanas aumentaram as folhas de pagamento em janeiro em 353 mil, o maior número em um ano, de acordo com o relatório mensal do Escritório de Estatísticas Trabalhistas. O número de contratações de dezembro também recebeu uma forte revisão para cima. Tomados em conjunto, os números sugerem uma reaceleração que provavelmente atrasará quaisquer cortes nas taxas de juros por enquanto.
“Isso certamente justifica que o Fed permaneça em modo de espera”, disse Kathy Jones, estrategista-chefe de renda fixa de Charles Schwab. “A economia é forte o suficiente para gerar um alto nível de empregos.” O crescimento salarial também disparou – o rendimento médio por hora aumentou 0,6% no mês, ou 4,5% em relação ao ano anterior – embora provavelmente devido a ausências relacionadas com o clima quando os dados foram recolhidos em meados de janeiro, afetando os cálculos. “O mercado de trabalho continua forte”, disse o presidente do Fed, Jerome Powell, aos repórteres na quarta-feira (31), depois que o banco central deixou as taxas de juros inalteradas nas máximas de duas décadas. “Achamos que podemos e devemos tirar vantagem disso e ter cuidado ao abordarmos a questão de quando começar a reduzir as restrições.”
Nos primeiros sete da atual safra brasileira foram consumidas 39,5 milhões de sacas, uma média de 5,642 milhões de sacas. Continuando nesse ritmo, até o final da safra, a exportação e o consumo interno devem devorar 67,71 milhões de sacas. Nos sete primeiros meses da safra 2023/2024, que começou em julho, as exportações de café do Brasil devem atingir 26,2 milhões de sacas. No mês de julho foram 2,991 milhões de sacas, em agosto 3,673 milhões de sacas, setembro 3,294 milhões de sacas, outubro 4,356 milhões de sacas, novembro 4,292 milhões de sacas, dezembro 4,116 milhões de sacas e pela projeção de janeiro serão 4 milhões de sacas, segundo informações do Cecafé.
O consumo interno deve alcançar 22 milhões de sacas nos últimos 12 meses, uma média de 1,834 milhão de sacas por mês, de acordo com a Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café). Nos primeiros sete meses da safra 2023/2024 foram consumidas cerca de 12,834 milhões de sacas. Sabendo que os estoques remanescente estavam praticamente zerados, fazendo as contas com a safra de 60 milhões de sacas, média USDA e Conab, se chega a números surpreendentes. Com o consumo de 39,5 milhões de sacas, restam apenas 20,5 milhões de sacas até a entrada na nova safra. Desse total, 9 milhões deve ser consumidas no mercado interno, sobrando apenas 11,5 milhões para exportação nos próximo cinco meses e meio de 2024, uma média de 2,3 milhões de sacas por mês.
A produção de café do Brasil foi projetada nesta semana em 67,15 milhões de sacas cerca de 2% acima da produção da safra anterior, uma vez que o clima desfavorável impedirá que a lavoura brasileira atinja seu pleno potencial, na estimativa anterior, estimava em 64 milhões de sacas e agora passou para 65,75 milhões de sacas, disse a trading Comexim. A empresa estima que a produção de 45,15 milhões de sacas de arábica e 22 milhões de sacas de robusta. A empresa também revisou seu número de exportações para 2023/24 para quase 45 milhões de sacas, ante 41,5 milhões de sacas anteriormente, e disse que espera que as exportações sejam fortes novamente em 2024/25, com 45 milhões de sacas.
Com piora do cenário climático para as plantas de café, a estimativa de produção do grão no Brasil teve uma redução de 1,15 milhões de sacas para 65,5 milhões de sacas ante a projeção anterior era de 66,65 milhões de sacas, informou nesta sexta-feira (02/02) a Safras & Mercado. Do montante, a produção de arábica deve alcançar as 43,5 milhões de sacas, pouco mais do que o previsto no mês passado, em 43,8 milhões de sacas. Na contramão, a safra de conilon deve ser menor e a estimativa da consultoria fechou de 23,15 milhões para 21,7 milhões de sacas
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